Beautyletter: Chegou a newsletter de beleza da ELLE!

Nosso editor de beleza Pedro Camargo fala sobre autoamor, os produtos mais legais do momento e tudo que tem de novo no universo de beauté.


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Hello, hello, hello!

Oi, gente! Tudo bem? Bom, acho que, para começar, a gente pode se apresentar, né? Eu sou Pedro Camargo, sou o editor de beleza da ELLE Brasil e essa é a Beautyletter, a minha newsletter mensal, pessoal, apaixonada e maluquinha de beleza. E, para abrir os trabalhos por aqui, acho que cabe explicar como é que eu vim parar na beleza, porque, na verdade, há não muito tempo, eu não entendia nada desse assunto. Era repórter de moda e mal reparava nos cabelos e maquiagens das passarelas (até aquele momento, meu assunto favorito).

E digo que era meu assunto favorito porque, realmente, a moda cumpriu um papel muito forte, muito importante, na minha vida. Eu nasci em Itapetininga, uma cidade no interior do estado de São Paulo, enorme em extensão territorial, minúscula em área urbana e profundamente conservadora. Sou e sempre fui muito gay. Eu era o próprio meme da “criança viada”, sabe? E, naquele contexto, isso não era lá muito bem aceito. De modo que era difícil para mim, enquanto criança, me imaginar adulto. O que eu ia fazer da minha vida? O que significava sucesso para mim? Aí entrou a moda. Mais especificamente, entrou o Marc Jacobs.

Com a internet, eu descobri essa figura máxima da moda estadunidense que, uau, usava saia. Eu sei, eu sei… Hoje em dia, o debate da moda genderless parece estar mais próximo da via de regra do que de um debate, mas, naquela época, aquilo era uma coisa que parecia vir de um outro mundo. Um outro mundo em que, ufa, eu poderia ser feliz sendo quem sou (usando saia ou não). 

Daí que fui tentar ser que nem ele e, sozinho, comecei a futricar pela internet para entender mais sobre moda. Nesse mergulho, esbarrei em desfiles encantadores e me recordo desse período, mais especificamente da janela de luz que a moda trazia para minha vida, com muito carinho. De repente, eu estava em Nova York, em Londres, em Milão, em Paris… Até meu pai passar atrás de mim no computador e me mandar parar de “ficar vendo essas coisas de boiola” (risos nervosos).

Meu pai não foi e até hoje não é muito receptivo ao meu jeito de ser. Não nos falamos mais. Antes que você me pergunte: sim, isso já doeu muito, mas não dói mais. Dez anos de terapia, muita reflexão e um pulo inesperado para a beleza depois da moda me ajudaram muito a entender bem quem eu sou e a firmar um pacto comigo mesmo: o de viver a vida mais feliz que eu posso me dar.

Esse salto para a beleza foi muito inesperado e surpreendente em vários aspectos. Primeiro, porque, naturalmente, minha história se encaminhava para uma vida dedicada à moda, haja visto o papel iluminado que ela teve na minha infância e adolescência. Depois, porque eu não poderia imaginar que fazer um jornalismo dedicado ao skincare, à maquiagem, ao cabelo e ao corpo, em 2017, fosse mudar tão grave e positivamente a maneira como eu me enxergava.

Um dos aspectos mais tristes desse primeiro capítulo da minha vida em Itapetininga foi que ele deixou um resíduo de auto-ódio muito pegajoso em mim. Eu me olhava no espelho e não só “não gostava” do que via. Eu detestava profundamente aquela imagem refletida. Mas, quando eu trabalhava como repórter digital na ELLE (ainda enquanto o título pertencia à Editora Abril), a gente teve a ideia de criar uma coluna chamada #VamosPensarSobreBeleza. Era uma série de perfis que, com aquele primeiro fechamento da revista no Brasil, foram todos para a fogueira. Mas eram lindos. A gente conversava com diferentes pessoas para entender qual era a relação delas com o espelho, como elas passaram a se amar ou como elas estavam lutando para chegar nesse espaço mental.

Aquilo me dava um fôlego de vida que – ancorado na minha abertura para o mundo conquistada na terapia – me possibilitou absorver aquelas palavras e, pouco a pouco, à minha maneira, comecei a olhar para mim com mais piedade, com mais amor, com mais alegria, com mais fé. O tempo passou e eu sei que eu não faço parte desse padrão de beleza ideal e tóxico imposto pela história da nossa sociedade ou qualquer coisa do gênero. Mas eu sou lindo. Me sinto lindo e me permito me embelezar, me divertir. Acho que a Beautyletter é meio que isso: um convite para vocês também entrarem nessa onda de curtir a beleza e de embelezar-se não porque isso é necessário ou obrigatório, mas porque pode ser uma farra, pode ser uma delícia. Um luxo.

Por aí…

Como essa é a primeira vez que escrevo essa newsletter, cabe também explicar o que pensei para cada seção dela, né? Nesta aqui, a ideia é falar sobre tudo o que rolou de legal em termos de eventos e novidades de beleza que eu tive a oportunidade, enquanto editor da ELLE, de ver de perto. E, meus amigos… A gente já começa com tudo, porque os últimos meses foram quentes!

Hot, hot, hot!

Tudo começou no Hot Now, evento em que a Sephora mostra o que vai aparecer em suas prateleiras nos próximos seis meses. Entre os muitos lançamentos, destaca-se, é claro, a chegada das marcas de Kylie Jenner ao Brasil. Falamos sobre ela no site, mas, confesso, não foi o que mais me comoveu por lá. Para mim, o brilho nos olhos veio com a aterrissagem da Penhaligons no país. É uma marca britânica chiquérrima que tem até um selo de “a gente fornece produtos para a coroa”, acredita? Por lá, conheci o Orange Blossom (R$ 1,2 mil, 100 ml) – um eau de toilette que faz uma mistura que eu amo (floral branco + cítrico) – e o Quercus (R$ 1,2 mil, 100 ml) – um eau de cologne que tem uma energia parecida, mas está mais distante do floral do que o primeiro. Ganhei uma amostrinha dele e tenho usado algumas gotas antes de dormir. Adoro fazer isso com perfumes refrescantes, parece que eu estou dormindo em uma floresta.

Três em um

Direto da suíte presidencial do Palácio Tangará, aqui em São Paulo, a Lancôme divulgou algumas novidades: os novos lápis de olho (preto e marrom, perfeitos para usar borradinho em um look pá-pum), uma nova linha de batons e (deixei o mais bafo para o final) o Lancôme Rénergie HCF Triplo Sérum (R$ 799).

Eu já sou fã da linha Rénergie há algum tempo. O hidratante/creme antissinais (Rénergie Multi-Lift Ultra, R$ 475) eu usei até a última gota – o que não é sempre que acontece na vida de um editor com muitos cremes à sua disposição. Por isso, estava animado para conhecer a novidade. Trata-se de um produto três em um que combina ativos que, em geral, não convivem bem juntos dentro de um só recipiente. A solução foi criar três cânulas diferentes em que eles ficam reservados separadamente. Ao apertar o pump, no entanto, todos são disparados de uma vez só. Estamos falando de vitamina C, ácido hialurônico, ácido ferúlico e niacinamida. Ou seja, uma rotina de skincare que precisaria de, pelo menos, três diferentes produtos, se resume agora a um só. Ele combate a perda de volume, retarda a chegada das rugas, suaviza as já existentes e uniformiza manchas. Fiquei de cara!

Ultratech

À convite da MedSystems – uma empresa responsável pelos aparelhos mais bafo da dermatologia estética –, eu fiz dois procedimentos daqueles nada invasivos, mas mega eficazes. A novidade da vez é o VZET: um bioestimulador de colágeno não-injetável. Ou seja, nem agulhada sofri. A experiência ali, “in loco”, é como se alguém estivesse esfregando um roll-on no seu rosto que dispara um mini-mini-mini-mini choquinho. O resultado, contudo, se vê imediatamente e ele fica ainda melhor no passar de alguns meses, conforme o colágeno vai dando às caras. Depois disso, ainda experimentei o Lavieen, um laser que uniformiza a pele e diminui a aparência dos poros, quase como uma maquiagem, só que sem maquiagem. Louco, né? A questão é que o Lavieen deixa o rosto um pouquinho vermelho logo depois do procedimento. 

Fora isso, eu também experimentei o Profhilo, o injetável (sim, agora rolou agulha) mais inovador do momento. Ele não é um preenchedor e nem um bioestimulador de colágeno. Na verdade, o Profhilo combina o melhor das duas técnicas em uma só. Ele é um bioremodelador celular com ácido hialurônico 100% puro. Isso quer dizer que ele hidrata profundamente e promove uma reativação celular que, sim, estimula a produção de colágeno e, portanto, ajuda na firmeza, no tônus e no glow. Eu tenho 28 anos e não preciso ainda de Profhilo no rosto. No entanto, no pescoço (em que já tenho a ruga do enforcado – a que ganhamos por ficar olhando demais no celular) deu para fazer e, uau, valeu a pena. Os resultados não demoram em nada a aparecer e a aplicação é muito tranquila.

À francesa

Também, bati um papo com Nicolas Berreteaga, o espanhol que trabalha como maquiador internacional para a Dior Makeup representando-a na América Latina. Gastei meu “portunhol” com ele para entender tudo sobre os novos batons da linha Dior Addict – a linha mais brincalhona, fashionista e alto-astral da maquiagem da Dior – apresentados em evento no Hotel Unique. A fórmula é translúcida, tem 90% de ingredientes naturais, mas não se engane: o pigmento está ali. De modo que, em cada pessoa, as cores se manifestam de diferentes formas. E talvez a maior novidade a respeito dessa coleção é que ela também é refilável. Você pode comprar os cases (preto, prata, cor-de-rosa e, juro, jeans!) e ficar alternando entre as balas. Quer saber mais sobre essa nova onda de cosméticos refiláveis? Então, leia essa reportagem aqui, do nosso site.

Outra maison francesa que chegou com novidades no Brasil neste mês foi a Chanel, que trouxe ao país um pedacinho de seu laboratório a céu aberto de Gaujacq, no sudoeste da França, que eu tive a oportunidade de visitar recentemente. Ali no Boulevard do Shopping Iguatemi, uma estufinha vermelha promove uma imersão no universo da nova linha de skincare e maquiagem da marca, a Nº1 de Chanel, feita toda à base do poder rejuvenescedor da Camélia Czar.

Uma década de NARS

Sim, a marca chegou no Brasil há dez anos, acredita? Celebrando a data, a NARS trouxe para o país sua mais nova linha de bases. A Light Reflecting tem uma fórmula composta majoritariamente por ingredientes naturais e é enriquecida com ativos de skincare. Por aqui, ela está disponível em 34 tons. Cada um deles sai por R$ 315, na Sephora. Sobre o acabamento, ela fica no espaço entre as outras duas linhas da casa – Soft Matte (mais sequinha) e Sheer Glow (mais luminosa). Ou seja, tem um viço, mas ele é muito delicado, muito chic.

Na estante

Os produtos que, de fato, ganharam um espaço na minha estante de skincare neste mês e as razões pelas quais os amei.

Gel de limpeza (R$ 64,90) e tônico facial (R$ 74,90) da linha Algas Marinhas, da The Body Shop

Fui conhecer a nova loja da The Body Shop em algum momento desse mês e, por lá, fiz um tratamento completo com produtos da marca. Me apaixonei por vários produtos, mas esses dois se encaixaram perfeitamente no meu dia a dia. Estava precisando de um novo gel de limpeza delicado que trouxesse algum equilíbrio para minha pele oleosa na zona T e brutalmente seca fora dela. Esse gel de limpeza da The Body Shop faz isso superbem e ainda deixa uma sensação de refrescância no final do processo que eu particularmente adoro. Para acordar com tudo de manhã, eu tomo banho, espalho o produto no rosto, ligo a água gelada e lavo o rosto assim. Dupla sensação de refrescância – joga qualquer preguiça ou desânimo para o lado. E, como eu lavo o rosto no banho, depois de secar delicadamente com a toalha, sigo com o tônico para preparar a pele para os babados que virão na sequência.

Sérum de Vitamina C (R$ 89), da Creamy

Não é fácil achar uma Vitamina C por um precinho amigo como este. Aliás, esse já é o segundo frasco deste sérum que estou usando. A Vitamina C é o primeiro ativo que os dermatologistas indicam para quem está querendo se aventurar por uma rotina de skincare mais elaborada. Se você é um desses, teste com esse da Creamy: preço bom, embalagem charmosa, aplicador em pump bem esperto (um só vale para o rosto todo) e, né, poder antioxidante.

Sérum Nº1 de Chanel (R$ 1250), Chanel

Quem acompanha o perfil da ELLE no Instagram deve ter assistido o vídeo em que eu conto tudo sobre a minha viagem à França com a Chanel, que rolou em março deste ano. Fomos até Gaujacq, uma cidadezinha no sudoeste do país, para conhecer o laboratório a céu aberto da marca dedicado à conservação das camélias que dão origem às linhas Hydra Beauty e Nº1 de Chanel. A segunda – lançada recentemente – é rica em ácido protocatecuico, uma molécula que ajuda na revitalização das células da pele. O sérum dessa linha tem um aplicador que é meio conta gotas, meio pump. Ele sempre puxa a mesma quantidade de produto e, ao apertar a tampa, o conta-gotas despeja todo o seu conteúdo. O cheiro é delicioso, bem floral e revigorante, e a textura (que eu amo) seca rápido e, nesse processo, parece ajudar ainda mais o rosto a “dar uma acordada”. 

Mix do Virgin Marula Oil (R$ 352) com o Sérum Hidratante B-Hydra (R$ 423), da Drunk Elephant

Por alguma razão que desconheço (mas suspeito que seja estresse, cansaço, ou algo do gênero), minha pele anda muito ressecada. De modo que, quando fui fazer o VZET e o Lavieen lá na doutora Laura, ela me disse para mandar uma foto de todos os hidratantes que eu tenho para ela. Do monte, ela selecionou o B-Hydra da Drunk Elephant para ajudar a me recuperar do procedimento e a lidar com o ressecamento de modo geral. Com duas ou três gotinhas do Virgin Marula Oil, o efeito de hidratação se intensifica e dá um glow maravilhoso, que eu amo. Aliás, aqui vai uma entrevista em vídeo com a Tiffany Masterson, fundadora da DE, que fizemos para a ELLE. Lá, ela fala um pouco sobre os “smoothies” da marca”: essas combinações de produtos incríveis, que você pode fazer porque eles são pensados para isso e não pesam na pele.

Hidratante e protetor solar Gokujyun White Gel (R$ 120), da Hadalabo

Esse é um dos meus favoritos de todos os tempos. Economiza passos de skincare por sua ação dois em um (hidratante e protetor solar) e faz muito bem essas duas tarefas. Hidrata com leveza e tem fator de proteção solar 50! Para quem não gosta da ideia de ter uma longa rotina de skincare, mas quer começar a cuidar da pele, esse é o esquema: lava o rosto com um gel de limpeza da sua escolha e passa o Gokujyun White Gel. Já era!

 

  

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