Mullet 2.0: conheça o Wolf Cut

Após viralizar nas redes sociais, o estilo com camadas repicadas ficou conhecido como o "mullet da Geração Z" no hemisfério norte e segue somando adeptas ao redor do globo.


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Instagram: @debbyryan



Há mais ou menos dois meses, a cabeleireira Gabriela Bueno, que atende no salão paulistano DUO+, começou a perceber uma movimentação entre as suas clientes. Elas tinham um desejo específico: fazer o wolf cut. “Começaram a falar sobre ele sem nem saber o nome do penteado direito e traziam referências de algo que não era nem um shaggy e nem um mullet”, lembra a hairstylist. Feito na tesoura ou navalha, o estilo é exatamente o híbrido entre esses dois cabelos nostálgicos, que voltaram a ser tendência após o primeiro ano de isolamento social.

A referência, no entanto, vem do visual que, desde a metade do primeiro semestre, na primavera no hemisfério norte, viralizou na internet. No TikTok, a hashtag #WolfCut soma mais de 600 milhões de visualizações. Tanto o Google, quanto o Pinterest, viram as buscas pela trend aumentarem nos últimos meses, e o YouTube conta com dezenas de vídeos sobre o tema. O interesse do público pelo corte surgiu, principalmente, depois da adesão por parte de alguns ícones da música: caso do cantor sul-coreano Bomgyu, do grupo de K-Pop TXT, e da cantora estadunidense Billie Eilish. Mas não só eles, estrelas da Disney como Miley Cyrus e Debby Ryan, a cantora inglesa FKA twigs e o influenciador filipino Bretman Rock também arriscaram o look que, por sinal, é superdemocrático e funciona com todas as texturas de cabelo.

Por isso, não demorou para a tendência pegar no Brasil. “Defino como o corte de baixa manutenção mais moderno que temos hoje em dia”, comenta Gabriela. Despojado e sem gênero, o wolf cut dispensa finalizações com escovas ou babyliss, o foco é na textura natural dos fios. Ainda assim, mesmo com os diversos vídeos de pessoas cortando em casa, não é tão simples chegar ao resultado desejado sem ajuda profissional. “São muitas coisas que levamos em consideração quando fazemos esse cabelo: textura, caimento, redemoinhos e gravidade”, explica Helvio Tavares, cabeleireire do salão paulistano SPARKS.

Segundo Helvio, mesmo o look sendo a cara da Gen Z, ele também atrai os millennials apaixonados pela música das décadas passadas. As influências roqueiras vêm do glam de David Bowie, passando pelo punk de Patti Smith, assim como pela atitude dos vocalistas Mick Jagger e Pat Benatar, e mais recentemente pelas audácia das cantoras Karen O, do Yeah Yeah Yeahs, e Lovefoxxx, do Cansei de Ser Sexy. “Esses cortes nostálgicos dispensam finalizações, ficam bonitos no dia a dia, e justamente por essa fluidez e praticidade, são contemporâneos. É para todes”, comenta Helvio.

No caso do cabeleireiro carioca, mas radicado em Londres, Neandro Ferreira, em 30 anos de carreira algo inédito acontece atualmente. “Nunca cortei tanto comprimento na minha vida. Vejo como um momento maravilhoso de rebeldia e liberdade”, comenta antes de listar clientes VIP como Vanessa Giácomo, Letícia Colin, Giselle Batista e Andreia Horta que, recentemente, entraram para a turma dos curtinhos. “O que é o wolf cut? É uma tendência selvagem e mais desarrumada que representa o movimento dos jovens contra a Barbie toda certinha, de chapinha e babyliss”. Ou seja, o cabelo da loba tem um quê de liberdade e ousadia mais do que bem-vindo. E você, vai entrar nessa?

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Beomgyu

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Bretman Rock

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Miley Cyrus

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FKA Twigs

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Audrey Mika

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