Investir com consciência: você sabe para onde vai seu dinheiro?

A preocupação com a responsabilidade ambiental e social pode ser determinante também para escolher seu investimento.


origin 178



CONTEÚDO APRESENTADO POR BTG PACTUAL

Em 2019, um episódio em uma roda de conversa nos marcou muito e queremos compartilhá-lo aqui para introduzir o assunto de hoje. Falávamos sobre tipos de investimento e, ao explicarmos a LCA (abreviação para Letra de Crédito do Agronegócio), tipo de título em que todo dinheiro investido é usado para financiar iniciativas do agronegócio, uma participante ficou bastante incomodada, pois investir nesse setor era contra os princípios em que acreditava. “Quer dizer que eu sou vegana e estou investindo no agronegócio sem saber?”, perguntou ela.

Achamos essa história marcante, porque ela ilustra um ponto fundamental: apesar de os investimentos parecerem apenas siglas no site da corretora, quando compramos um título, esse dinheiro vai para algum lugar no mundo real. E, para muitas pessoas, o destino desse dinheiro importa tanto quanto o valor dele. Ao comprarmos uma ação, por exemplo, estamos nos tornando sócias daquela empresa. Isso significa que, de alguma forma, estamos também apoiando as decisões e estratégias dela. Você compra os produtos ou serviços dessa empresa? Está de acordo com seus negócios e posicionamento? Pois bem, se o destino do seu dinheiro for um dos fatores que pesam em sua decisão de investimento, essas são reflexões importantes a se fazer.

Percebemos que, nos últimos anos, esses questionamentos vêm se somando à preocupação com rentabilidade na hora de investir – o que é um ótimo sinal, já que assim muitas novas oportunidades conquistam espaço no mercado e mais iniciativas positivas são incentivadas. E, nesse movimento, vem ganhando mais atenção e importância a sigla ESG (Environmental, Social and Governance), que considera uma série de critérios para avaliação das iniciativas das corporações em relação à sua agenda ambiental, social e de governança. Essa, aliás, já é uma primeira dica legal sobre o tema: se o fundo de investimento em que você for investir tiver a sigla ESG junto ao nome, provavelmente a preocupação ambiental e/ou social é tão importante quanto a performance em rentabilidade.

De quais princípios você não abre mão?

Chegou a hora de investir e você tem essa preocupação com o impacto do seu investimento? Esse é um bom exercício de se fazer: avaliar a empresa, lembrando quais os seus princípios e o quanto eles pesam em sua escolha. No caso da renda fixa, você sabe como esse tipo de título é usado? Se vai para o agronegócio ou mercado imobiliário? No caso de comprar ações, faz diferença que a companhia tenha mulheres na diretoria e no Conselho de administração? Precisa existir, dentro dos esforços por sustentabilidade, alguma iniciativa para zerar a emissão de carbono? O negócio, por si só, precisa ser em alguma área de impacto social, como saúde ou educação? Não tem uma frente específica, mas gostaria de ter um indicativo claro de que há um compromisso com o meio ambiente e a sociedade? No caso de comprar fundos, que empresas estão dentro dele?

Dica esperta!

Por falar em fundos, os ETFs (Exchange Traded Fund), fundos em que investidores aplicam em conjunto e estão atrelados a algum índice, podem apresentar boas alternativas, como aqueles constituídos por corporações brasileiras que se preocupam com a emissão de carbono. Importante destacarmos que cada uma dessas aplicações têm algum tipo de risco, sejam elas de renda fixa ou variável. Portanto, embora representem opções mais conscientes, não fazem sentido quando se tem algum objetivo definido e muito menos para a reserva de emergência.

Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes