Em “Renaissance”, Beyoncé dança para esquecer os problemas
Cantora buscou inspiração na disco music em novo álbum, em que contou com convidados como Grace Jones e Nile Rodgers.
Em seu cavalo brilhante, Beyoncé enfim chegou com Renaissance na madrugada da última sexta-feira (29/07). Uma longa espera para seus fãs, que desde Lemonade (2016) aguardavam material inédito solo da cantora. E eles reagiram à altura: ao longo de todo o dia, os termos “Beyoncé” e “Renaissance” ficaram nos trends mundiais do Twitter. E sete das 16 faixas ocuparam o topo da parada da Apple Music. “Break My Soul”, primeiro single do disco, lançado em 20/06, já havia atingido o 7º lugar no Hot 100 da Billboard.
Batizado por Bey de “act i”, Renaissance é o primeiro álbum de uma trilogia cuja sequência ainda não tem data de lançamento. Todo o projeto foi composto durante a pandemia, contou ela em seu Instagram quando postou a capa do disco (em que aparece sentada no cavalo brilhante). “Criar este álbum me permitiu um lugar para sonhar e encontrar uma válvula de escape durante um tempo assustador para o mundo.”
RENAISSANCE…
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E é fácil perceber isso no álbum: em meio ao rastro de tristeza deixado pela Covid-19, Beyoncé foi buscar na música negra um motivo para celebrar – o título remete ao Harlem Renaissance, movimento de valorização da cultura afro-americana na década de 1920. Ela renasce musicalmente neste primeiro ato com um álbum dançante e sensual, influenciado pela disco music e pelo house, como “Break My Soul” já anunciava. Para dançar na pista, não no TikTok.
Se em Lemonade sua estratégia de lançamento estava ancorada em um álbum visual, desta vez, Bey, sempre econômica sobre os próprios álbuns em suas redes sociais, apresentou apenas lyric videos para as faixas no YouTube, além de um misterioso teaser, em que aparece de jaqueta de couro com franjas e chapéu de caubói.
Confira abaixo cinco fatos sobre o disco:
VAZOU
Foto: Reprodução
Na última quarta-feira (27.07), começaram a circular na internet fotos do álbum sendo vendido em uma loja na França. Logo as faixas começaram a circular na rede, mas seu fiel exército de beyhives iniciou uma grande movimentação pedindo que os fãs não ouvissem Renaissance antes do lançamento oficial. Deu certo, e a própria cantora veio a público agradecê-los: “O álbum vazou e vocês realmente esperaram até o momento apropriado para que todos pudessem curtir juntos. Nunca vi nada parecido. Não tenho como agradecer o suficiente por seu amor e proteção. Agradeço por chamar a atenção de quem estava tentando entrar no clube mais cedo. Significa o mundo para mim.”
Agradecimentos à família
Foto: Reprodução
Nos agradecimentos do álbum, Queen B cita os filhos e o quanto a inspiram e também o marido, Jay-Z, pelo suporte “naquelas noites até tarde no estúdio”. E fala ainda do seu tio Jonny, que morreu em decorrência de complicações do HIV. Segundo Bey, ele foi sua “madrinha” e a primeira pessoa que a apresentou a muitas das músicas e da cultura que a inspiraram em Renaissance. “Ele foi o homem gay mais fabuloso que já conheci e ajudou a criar minha irmã e eu. Ele viveu sua verdade, foi corajoso e destemido numa época em que esse país não era tão receptivo”, escreveu ela no encarte do álbum físico (em pré-venda em seu site em vinil e CD).
“Break My Soul”: hino dos trabalhadores (e da demissão)
Conectada com um tempo em que nunca se falou tanto sobre burnout e saúde mental, “Break My Soul” acabou ganhando interpretações que a transformaram em uma espécie de hino da demissão. Isso graças a versos como “Agora, eu simplesmente me apaixonei/ Acabei de sair do meu emprego/ Vou achar uma nova direção”, e “Droga, eles me fazem trabalhar tanto/ Às nove no trabalho/ Saio depois das cinco/ E forçam meus nervos/ Por isso não durmo à noite”. Bey não comentou o significado das letras. A faixa foi composta em parceria com Jay-Z, tem vocais de Big Freedia e um sample de “Show me Love”, hit dos anos 90.
Parcerias
Um time de estrelas do calibre de Drake, Skrillex, Pharrell Williams e, claro, Jay-Z (S. Carter) aparece nos créditos das faixas. Dividindo os vocais com a cantora estão a veterana jamaicana Grace Jones e a nigeriana Tems, revelação do afrobeat, em “Move”. O outro feat do disco é “Energy”, com o rapper Beam. Entre os samples, Donna Summer e James Brown. Destaque ainda para o guitarrista Nile Rodgers, que aparece em “Cuff It”. A banda Chic, que ele fundou nos anos 70, certamente é uma das inspirações para Queen B no álbum.
Escultura de vestir
Quem assina o figurino da cantora na capa do álbum é Nusi Quero, artista estadunidense, conhecido por seus corsets futuristas feitos em impressora 3D, que já vestiram nomes como Kylie Jenner, SZA e Chloe Bailey. Recentemente ele também criou o desenho que Grimes tatuou nas costas. Segundo contou à imprensa, o maiô com cristais que Beyoncé veste na capa de Renaissance foi feito à mão. Ele enviou para a equipe da cantora ao ser procurado por um assistente do estilista. Sabia que a peça estava sendo considerada como uma referência para o novo álbum, mas só ficou sabendo seria o figurino da capa do disco quando ela foi divulgada. Escute aqui o episódio do ELLE News sobre e relação de Beyoncé com a moda.
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