Erykah Badu, de vencedora do Grammy a doula
Relembre cinco fatos sobre a cantora, que volta ao Brasil para três apresentações.
Em 1997, uma cantora desconhecida de Dallas, Texas, descoberta pelo empresário do cantor D’Angelo, colocava na rua seu álbum de estreia, Baduizm. Puxado pelo sucesso de “On & On”, o disco daria a Erykah Badu dois Grammys e a coroa de rainha do neo-soul. Ao longo de sua trajetória e de seus cinco discos, ela ainda se tornaria uma das representantes da estética afrofuturista na música.
É a celebração dos 25 anos de Baduizm, eleito um dos 500 melhores álbuns da história pela Rolling Stone, que a cantora estadunidense traz ao Brasil em três shows, nos próximos dias 22 (no Memorial da América Latina, em São Paulo), 24 (no Vivo Rio, no Rio) e 28.01 (no Hard Rock Live, em Florianópolis).
Para os cariocas, a apresentação acontece como parte da programação do festival Queremos!. No Sul, no Floripa Eco Summer Festival. E na capital paulista, a partir de uma junção dos festivais Nômade e Wehoo, depois de muita polêmica logo em seu anúncio. Inicialmente, Gilsons, Bala Desejo e Céu seriam os artistas a compor o line-up com Badu. A ausência de negros não passou batida nas redes sociais e a indignação foi materializada em um manifesto assinado por cantoras como Luedji Luna, Karol Conká, Gaby Amarantos, Liniker e Teresa Cristina, entre outras. Com a mobilização, Bala Desejo e Céu anunciaram que não participariam mais do evento, e Larissa Luz, Majur e os DJs Nyack e Tamy foram escalados.
Passada a turbulência, vale a expectativa para ouvir hits como “Rimshot” e “Next lifetime”, de Baduizm, e ver a cantora de 51 anos em ação com um novo show, em sua quinta passagem pelo Brasil. A última havia sido em 2019, em São Paulo. Abaixo, ELLE reúne cinco fatos sobre a trajetória de Badu:
Badoula
A cantora, vegetariana, é desde sempre ligada ao esoterismo e a terapias alternativas. Mestra em reiki desde 2006, ela é fã de cristais, estudiosa de técnicas de massagens terapêuticas, cura energética e por meio das cores. Badu é também doula certificada (ela conta mais acima em post sobre sua filha). Recentemente, anunciou uma linha de chás de cogumelo e de cannabis com cheiros como limoncello, depois de lançar um incenso com o cheiro da própria vagina em 2020.
Erykah Badu e Riccardo Tisci no backstage do desfile da Burberry em 2022 David M. Benett/Dave Benett/Getty Images for Burberry
Uma relação próxima com Riccardo Tisci
A rainha do neo-soul e o estilista italiano se aproximaram na época em que ele era diretor criativo da Givenchy. Em 2013, ele a escolheu como modelo da campanha de verão da casa francesa. Em 2021, quando o italiano estava à frente da Burberry, Badu posou para a grife e, no ano passado, esteve na primeira fila do desfile da label em Londres (acima).
Desculpas à senhora Jackson
A cantora e sua mãe, a “senhora Jackson”, inspiraram um dos maiores hits do Outkast. Explica-se: Badu namorou com Andre 3000, vocalista da dupla. Em 2000, quando o relacionamento já havia acabado, no hit “Ms. Jackson”, o rapper cantou: “I’m sorry Ms. Jackson / I am for real / Never meant to make your daughter cry / I apologize a trillion times” (Desculpe, senhora Jackson, eu sou de verdade. Nunca quis fazer sua filha chorar. Peço desculpas um trilhão de vezes). Os dois têm uma relação amigável e são pais de Seven, nascido em 1997. Ela se apresentou pela primeira vez no Brasil, no extinto Free Jazz Festival, em São Paulo, na reta final da gravidez. Ela ainda é mãe de Puma e Mars.
Parcerias
É extensa e premiada a lista de participações de Badu ao longo de sua carreira. A cantora colaborou com D’Angelo no fim dos anos 90, assim como com Busta Rhymes, em “One“, e Guru, em “Plenty”. Ao lado de The Roots, ganhou um Grammy em 1999 por “You got me” (acima). No entanto, um dos projetos mais emblemáticos de que participou foi o coletivo de música The Soulquarians, em que se uniu a Questlove, baterista do grupo, D’Angelo, Common, J.Dilla, James Poyser e posteriormente Q-Tip, Talib Kweli e Raphael Saadiq, entre outros. Juntos em estúdio, os músicos gravaram vários álbuns importantes para o movimento hip hop até 2002, como os discos Mama’s Gun, de Badu (2000), e Phrenology (2002), do Roots.
De Rihanna a Solange
Badu é comparada desde o início da carreira a nomes como Billie Holiday. Mas é ela própria inspiração para uma geração de cantoras influenciada por sua mistura de neo-soul com R&B, rap e jazz. De Amy Winehouse a Beyoncé, passando por Rihanna, várias estrelas do mainstream já a reverenciaram, assim como nomes que despontaram mais recentemente na música negra, como Janelle Monáe e Solange.
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