Reboot de “Gossip Girl” entrega moda e diversidade, mas trama não emplaca
Primeiro episódio da série já está disponível no Brasil pela HBO Max; trama marca o retorno da fofoqueira oito anos após os acontecimentos originais, mas o novo grupo de amigos nem se importa com ela.
Em uma Nova York pós-pandemia, quando o coronavírus foi erradicado e as pessoas podem vagar pela 5ª Avenida e desfiles de moda sem máscaras, um novo grupo de estudantes das elitistas Constance Billard e da St. Jude’s volta a ser assombrado por uma tal Gossip Girl. Mas eles não poderiam se importar menos com ela. O primeiro episódio de Gossip girl – The bad witch , reboot da série exibida entre 2007 e 2012 — e não um remake ou uma continuação, já que se passa no mesmo universo, mas sem os personagens originais — está disponível desde esta quinta-feira, 08.07, na HBO Max.
Há oito anos, Dan Humphrey (Penn Badgley) assumiu que era o autor do blog que colocava na mira seus colegas de ensino médio: Blair Waldorf (Leighton Meester), Chuck Bass (Ed Westwick), Nate Archibald (Chace Crawford) e, em especial, sua namorada, Serena Van Der Woodsen (Blake Lively). Era uma trairagem sem fim. As pessoas enviavam fofocas anônimas a Dan, que sob a alcunha de Gossip Girl, as postava em um blog. E quem assistiu à série só descobriu quem era o autor dos posts nos últimos 15 minutos do último episódio.
Gossip Girl | Trailer Oficial | HBO Max
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Mas tudo mudou desde o longínquo 2012. Jovens não leem mais blogs. Hoje, estão no TikTok ou Instagram. E imagens valem mais do que 280 caracteres.
Na nova trama, alguém (não vou dar o spoiler) achou que seria uma boa ideia reviver a Gossip girl para tentar impor algum limite nesse grupo de jovens, imaginando que se eles acreditassem que suas vidas estavam sendo observadas, se comportariam melhor. Tentaram o Twitter, mas ninguém ligou. Nas palavras dos personagens, ninguém acima de 30 anos tem Twitter. Então, criaram uma conta no Instagram, que conseguiu cinco minutos da atenção dos estudantes. Nada muito simbólico, por enquanto. Mas ainda temos 11 capítulos pela frente para a nova fofoqueira se tornar relevante de novo.
Confesso que quando descobri que Gossip girl ganharia um reboot, mal podia esperar para voltar ao Upper East Side. A série fez parte da minha adolescência, assim como da de muitos outros adultos que hoje estão caminhando para os 30 anos.
Mas se em 2008 comprei a trama de um blog de fofoca ter tanto impacto na vida de adolescentes, a lógica não se aplica à geração Z, que vive sob os holofotes das redes sociais. Julien Calloway (Jordan Alexander), uma das protagonistas, por exemplo, é uma influencer. Ela está acostumada que falem dela e disposta a jogar o jogo da Gossip Girl, especialmente depois de um ano trancafiada em casa por causa da pandemia.
Por ora, não sabemos como os demais membros do grupo, formado por Otto “Obie” Bergmann IV (Eli Brown); namorado de Julien e o mais crítico deles; o casal Audrey Hope (Emily Alyn Lind) e Akie Menzies (Evan Mock), que estão enfrentando alguns percalços no relacionamento; Max Wolfe (Thomas Doherty), cuja comparação com Chuck Bass é inevitável, e as escudeiras de Julien, Monet de Haan (Savannah Smith) e Luna La (Zion Moreno), as únicas que parecem ter herdado um pouco do DNA da série original, irão reagir a Gossip girl. Eles estão mais preocupados com a chegada de Zoya (Whitney Peak), a nova outsider da Constance e (alerta de spoiler) meia-irmã de Julien. Fora isso, eles não bebem ou chegam em casa depois das 21h. Sabe-se lá quais segredos tem para serem revelados (o trailer da temporada sugere um ménage).
Evan Mock, Eli Brown, Zión Moreno, Emily Alyn Lind, Thomas Doherty, Jordan Alexander e Savannah Lee Smith filmando Gossip Girl na escadaria do MET.
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Quem também está de volta é Kristen Bell como a voz de Gossip girl. Joshua Sanfran, produtor executivo da série original, também retornou como showrunner de The bad witch. Uma de suas maiores preocupações foi trazer mais diversidade à produção, com atores negros e LGBTQIA+, que faltavam no elenco do primeiro Gossip girl. Falando neles, Sanfran não descarta a possibilidade de que Blair, Serena, Chuck, Nate ou Dan façam uma ponta na nova série. Os dois últimos, inclusive, foram mencionados nos primeiros minutos do episódio de estreia. Outro fan service para acalentar o coração dos fãs.
Na sua época, Gossip girl teve um forte diálogo com a moda. E isso promete continuar, mas com um figurino, digamos, mais realista, se comparado aos looks de gala que Serena e Blair usavam em um sábado à noite. “É uma nova ordem, inclusiva e diversa, mas socialmente elitista ao mesmo tempo”, diz Eric Daman, o figurinista que também retornou para ao reboot da série. No primeiro episódio, Zoya se aproxima do grupo nas escadarias do Metropolitan Museum of Art, o Met, usando um lenço como headband, que Julien transforma em uma echarpe. E Julien desfila na Semana de Moda de Nova York para a marca Christopher John Rogers. Telfar, Cinq à Sept, entre outras marcas atuais, se misturam a Louis Vuitton no guarda-roupa dos personagens do reboot.
Gossip girl – the bad witch será divido em duas levas: os seis primeiros episódios estrearão nas próximas semanas. Os seis últimos serão disponibilizados entre setembro e novembro deste ano. E apesar das críticas pouco favoráveis ao primeiro capítulo da série, uma segunda temporada já foi encomendada.
Julien Calloway (Jordan Alexander) desfila para Christopher John Rogers no primeiro episódio do reboot de “Gossip Girl”.Divulgação/ HBO Go
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