Kendrick Lamar faz valer a espera de cinco anos por novo álbum

Aparentemente, não eram apenas os fãs que estavam ansiosos por um trabalho inédito de Kendrick Lamar. O rapper traz à tona os 1855 dias, ou cinco anos, que separam o lançamento de Damn (álbum de 2017, que lhe rendeu um prêmio Pulitzer) e o aguardado Mr. Morale & the big steppers logo na primeira música do disco, “United in grief”. “Eu tenho passado por algo”, ele diz. E isso fica evidente ao longo das 18 faixas do disco, dividido em duas partes.

Temas que pautam discussões ao redor do mundo neste período, como a pandemia, dividem espaço com questões mais pessoais, como masculinidade, traições conjugais, sua relação com a mulher (Whitney Alford), com o pai ou com a fama.

Kendrick Lamar – The Heart Part 5

www.youtube.com

Divulgada dias antes do disco, a capa já dava pistas do tom intimista: na foto, ele usa uma coroa de espinhos na cabeça e uma arma na cintura, enquanto segura um de seus filhos no colo; ao fundo, Whitney amamenta outro.

Entre as participações, estão os cantores Beth Gibbons, vocalista do Portishead, Sampha, Summer Walker, além dos rappers Baby Keem (seu primo), Ghostface Killah e Kodak Black. Os fãs de rap nacional possivelmente vão sentir uma energia “Estilo vagabundo” (MV Bill e Kmila CDD) em “We cry together”, com Taylour Page.

Já conhecido como um rapper que não desperdiça linhas com rimas ruins, Kendrick volta a reafirmar, em seu quinto álbum, a opção pelo caminho mais criativo, das batidas sofisticadas e dos flows que não se repetem.

Não à toa, no dia do seu lançamento, o álbum reinou em publicações especializadas como Pitchfork. Na Apple Music, bateu recorde de reproduções em 24 horas. Nove faixas estão no TOP 50 mundial do Spotify, sendo “N95”, que já conta com clipe, na 4ª posição. E ainda teve elogio de Eminem que, em tweet para Dr. Dre, escreveu: “Esse álbum do Kendrick é ridículo. Estou sem palavras”.

Kendrick Lamar – N95

www.youtube.com