Mostra em Nova York une Claudia Andujar e artistas ianomâmi

No noticiário do dia a dia e nas redes sociais, a crise humanitária em que vivem os ianomâmis em razão do garimpo ilegal passou a ecoar mais alto há algumas semanas. Essa, no entanto, é uma história que a fotógrafa Claudia Andujar, 92 anos, conhece bem e registra há mais de cinco décadas em seu cotidiano. Agora, ela a leva pela primeira vez aos Estados Unidos, na exposição The Yanomami Struggle (a luta ianomâmi), que acaba de ser inaugurada no The Shed, em Nova York, em parceria com a Fundação Cartier pour l’art contemporain. Com mais de 200 imagens feitas pela fotógrafa, a mostra tem curadoria de Thyago Nogueira, diretor de fotografia Contemporânea do Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo, por onde a exposição já passou.

A Fundação Cartier, em Paris, e o Barbican Centre, em Londres, também já haviam recebido The Yanomami Struggle, mas, para a temporada estadunidense, foram incorporados à mostra 80 desenhos dos artistas da etnia André Taniki, Ehuana Yaira, Joseca Mokahesi, Orlando Nakɨ uxima, Poraco Hɨko, Sheroanawe Hakihiiwe e Vital Warasi, além do xamã Davi Kopenawa, que também é o orientador do projeto. Há ainda vídeos dos cineastas ianomâmi Aida Harika, Edmar Tokorino, Morzaniel Ɨramari e Roseane Yariana.

Obra de Sheroanawe Hakihiiwe.

Além de conectar a obra da fotógrafa nascida em 1931, na Suíça, com artistas indígenas contemporâneos, a exposição acaba por traçar uma linha do tempo da relação dela com o povo ianomâmi, desde o primeiro encontro, em 1971, ainda sob a ditadura militar, até o momento em que, já amiga de Davi Kopenawa, tornou-se uma ativista, ajudando a combater as invasões às terras do grupo, que vive na fronteira entre a Venezuela e o Brasil, e à Floresta Amazônica como um todo.

A mostra fica em exposição no The Shed até o dia 16 de abril.

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