Cultura
O Gambito da Rainha: onze curiosidades sobre a minissérie da Netflix
Produção dirigida por Scott Frank e estrelada por Anya Taylor-Joy teve 100% de aprovação no Rotten Tomatoes.
Charlie Gray / Netflix
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Produção dirigida por Scott Frank e estrelada por Anya Taylor-Joy teve 100% de aprovação no Rotten Tomatoes.
Produção dirigida por Scott Frank e estrelada por Anya Taylor-Joy teve 100% de aprovação no Rotten Tomatoes.
Uma órfã dos anos 1950 prodígio do xadrez. Essa é a premissa de "O Gambito da Rainha" (The Queen's Gambit), nova minissérie da Netflix que vem chamando a atenção do público e da crítica desde que foi lançada no dia 23/10. O tema pode parecer meio peculiar à primeira vista, mas é praticamente impossível assistir aos primeiros minutos da produção sem se interessar em saber mais sobre a história da protagonista Beth Harmon – e essa curiosidade inicial só aumenta a cada capítulo.
Interpretada por Isla Johnson na infância e por Anya Taylor-Joy da adolescência em diante, Beth vai parar em um orfanato do estado do Kentucky, no sudeste dos Estados Unidos, no final dos anos 1950. Lá, com apenas 9 anos, entra em contato com dois vícios que guiarão a sua vida: o xadrez e as pílulas calmantes. Suas habilidades para o jogo impressionam a todos e, ao longo de 7 episódios, a acompanhamos em uma jornada pelo mundo masculino das competições de xadrez enquanto enfrenta seus demônios internos e se torna uma mulher adulta tentando encontrar o seu lugar no mundo.
A força feminista da narrativa e o fascínio gerado pela jovem obstinada e talentosa são apenas alguns dos muitos atrativos de O Gambito e a Rainha. Não é à toa que ela atingiu 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, site que reúne críticas de filmes e séries, e já vem sendo considerada a melhor minissérie de 2020 pelos críticos. A atuação envolvente de Anya Taylor-Joy, a direção de arte impecável e a fusão perfeita entre o real e o extraordinário na tela são outros destaques.
Reunimos abaixo algumas curiosidades sobre a produção. Se você ainda não assistiu, pode ler sem medo – vamos avisar quando tiver spoilers.
Beth Harmon aprende a jogar xadrez com o zelador do orfanato
Divulgação / NetflixDiferentemente do que alguns podem pensar, Beth Harmon é um personagem fictício. "O Gambito e a Rainha" é, originalmente, um romance de autoria do escritor norte-americano Walter Tevis e publicado em 1983. Tevis jogava xadrez e muitas das situações vividas pela protagonista foram tiradas de suas próprias experiências.
No entanto, não adianta tentar adquirir um exemplar em português – pelo menos não ainda –, já que o livro não foi publicado no Brasil. É de se imaginar que o sucesso na Netflix desperte o interesse de editoras nacionais, mas, por enquanto, só a edição em inglês está disponível.
A minissérie começou a tomar forma em 2018, mas já faz quase 30 anos que o produtor executivo e co-criador Allan Scott adquiriu os direitos da produção. Sua ideia original era fazer um filme. Ele chegou a trabalhar com cerca de cinco diretores, Heath Ledger foi o último. Além de dirigir, a estrela australiana também iria atuar no longa ao lado de Ellen Page, escalada como protagonista, mas faleceu em 2008 durante a produção.
Isso fez com que Scott e o outro produtor executivo, William Horberg, deixassem o filme de lado por um tempo. Foi Horberg que retomou os trabalhos após se apaixonar pela direção de Scott Frank em Godless. "Escrevi uma carta de fã mesmo porque realmente amei a série e o formato dela", comenta. Os três então passaram a conversar sobre o projeto e perceberam que o formato ideal para contar a história de Beth com todos os recursos que ela merecia seria uma minissérie. Depois disso não foi muito difícil convencer a Netflix a embarcar junto.
O vício de Beth em calmantes começa na infância e a acompanha por toda a vida
Key Woronder / Netflix
Já no segundo capítulo descobrimos de onde veio o nome da minissérie. Trata-se de uma jogada de xadrez que acontece no lance inicial. Um dos jogadores, conscientemente, arrisca um peão para, em seguida, conseguir vantagem em relação ao adversário. A palavra "gambito" sozinha significa "ação destinada a enganar alguém".
Caso um profissional de xadrez assista à minissérie, ele não irá se distrair com jogadas imprecisas ou movimentos que não seguem o que está sendo descrito pelos personagens. A equipe criativa fez questão de convidar especialistas para garantir que tudo acontecesse na tela como acontece em um jogo de xadrez de verdade.
Primeiro chamaram Bruce Pandolfini, que havia trabalhado com o produtor William Horberg no filme Lances Inocentes, de 1993. E qual não foi a surpresa quando descobriram que ele também foi consultor de Walter Travis enquanto o livro era escrito? O título, aliás, foi Pandolfini quem sugeriu. Depois convidaram Garry Kasparov, o jogador de xadrez mais famoso de todos os tempos. Como ele mesmo foi uma criança prodígio na época em que a história se passa, acabou contribuindo com detalhes importantes que o livro não dá conta.
Se você não assistiu tudo, é melhor parar por aqui para evitar spoilers…
A minissérie termina com Beth sendo ovacionada por senhorzinhos russos que jogam xadrez em uma praça e iniciando uma partida com um deles após descer do carro da CIA, abandonando o trajeto até o aeroporto em retorno aos EUA. Apesar de ser uma cena linda, muita gente ficou confusa com o real significado dela. Teria a prodígio decidido viver na Rússia para sempre? O que aconteceu?
Não existe uma resposta oficial, é um final semiaberto mesmo, mas Anya Taylor-Joy compartilhou em entrevistas a sua visão sobre ele. Para ela, foi a primeira vez que Beth se sentiu livre para fazer o que queria. Foi como se a personagem dissesse: "Quer saber? Eu mereço desfrutar disso. Me deixe ficar em paz por um segundo. Trabalhei minha vida inteira por esse momento". A atriz vê esse ato livre e prazeroso como a "volta da vitória" de Beth.
Quando qualquer série faz muito sucesso, todo mundo fica esperando uma parte dois. Porém, temos uma má notícia para os esperançosos. Se considerarmos que o livro não tem continuação e que a Netflix apresentou o show como "minissérie" – formato que, diferentemente das séries em geral, se limita a apenas uma temporada – o entendimento é de que não, não haverá uma segunda parte dessa história.
É verdade que existem exceções, como Big Little Lies. A minissérie foi baseada em um livro sem continuação e chegou a vencer prêmios na categoria série limitada, mas fez tanto sucesso que HBO decidiu produzir uma segunda temporada – e a possibilidade da terceira segue em aberto. No entanto, isso é bem raro de acontecer.
O Gambito da Rainha teve um enredo tão redondinho, com arcos iniciados e finalizados com tanto cuidado, que a gente torce para que ela siga como está, sem parte dois. Quem ficar com saudades da Beth, basta assistir novamente à minissérie quantas vezes quiser na Netflix.
A estreia de Anya Taylor-Joy foi no filme "A Bruxa"
Divulgação
Se você ficou com a impressão de já ter visto o rosto de Beth antes, saiba que a chance de isso ter acontecido realmente é grande. A atriz Anya Taylor-Joy interpretou outros personagens emblemáticos antes de O Gambito da Rainha. Sua estreia aclamada como a protagonista Thomasin no filme de terror A Bruxa, de 2015, seguida por Morgan - A Evolução e Fragmentado, em 2016, logo lhe rendeu o título de "scream queen". Ela também teve destaque em Vidro (2019), Emma (2019) e Os Novos Mutantes, que tinha estreia prevista – e muito aguardada pelos fãs de X-Men – para 2018, mas só foi lançado agora, em outubro deste ano.
Aqui a lista completa de filmes que Anya participa:
A história de Beth Harmon conquistou de verdade o público. Em seu site oficial, a Netflix anunciou que 62 milhões de usuários do mundo todo assistiram a O Gambito da Rainha nos primeiros 28 dias – um recorde! – e assume que ninguém previu que a história protagonizada por Anya Taylor-Joy seria esse sucesso estrondoso.
"Seu alcance global tem sido extraordinário – da Rússia e Hong Kong, a França, Taiwan e Austrália. A minissérie foi top 10 em 92 países e número 1 em 63, incluindo o Reino Unido, Argentina, Israel e a África do Sul", destaca o comunicado. No Brasil, ela também foi top 1. Além disso, a plataforma de streaming também ressaltou outros números que comprovam esse que sua produção original é um fenômeno cultural:
A rede social que reúne inspirações e é um excelente refletor de tendências também sentiu o impacto de O Gambito da Rainha nas pesquisas de seus usuários. Números informados com exclusividade a ELLE mostram que as buscas por temas relacionados ao aprendizado de xadrez subiram quatro vezes do lançamento da minissérie no dia 19/10 até a segunda semana de novembro.
Produção inspirada nos livros de Julia Quinn entrega um espetáculo emocionante com figurinos impecáveis na sua temporada de estreia.
Desta vez, recorremos ao nosso grupo do Facebook para conversar sobre uma das polêmicas pops atuais: a série da Netflix Emily in Paris e seus looks.
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