Felipe Oliveira Baptista deixa a direção criativa da Kenzo
Estilista português se despede da casa, após dois anos de um trabalho que conectou o passado da marca com o seu presente.
Felipe Oliveira Baptista deixará a Kenzo, após dois anos na direção artística da casa. O estilista português sucedeu os designers Humberto Leon e Carol Lim, que ficaram oito anos na direção da Kenzo, mas se despediram em 2019, para tocarem o próprio negócio, a Opening Ceremony.
Em nota à imprensa, a Kenzo, marca pertencente ao grupo LVMH, confirmou que o estilista deve deixar a casa no final de junho, quando o seu contrato chega ao fim.
De acordo com Sylvie Colin, CEO da Kenzo, a grife ganhou com “o talento, criatividade e desenvolvimento artístico” de Oliveira Baptista. Já o estilista, por sua vez, agradeceu às equipes com as quais trabalhou na grife e disse que teve a honra de servir a casa e ao legado de seu fundador, Kenzo Takada.
data-instgrm-permalink="https://www.instagram.com/p/CNAjLkmlEqf/" data-instgrm-captioned data-instgrm-version="4" style="background:#FFF; border:0; border-radius:3px; box-shadow:0 0 1px 0 rgba(0,0,0,0.5),0 1px 10px 0 rgba(0,0,0,0.15); margin: 1px; max-width:658px; padding:0; width:99.375%; width:-webkit-calc(100% - 2px); width:calc(100% - 2px);">
Ainda não se sabe se um novo designer entrará no lugar de Felipe Oliveira Baptista, mas é esperado que sim. No entanto, a saída do estilista parece confirmar que até mesmo os grandes grupos de moda, como o LVMH, precisaram fazer aparas nas marcas de menor desempenho (o caso da Kenzo, nos últimos anos).
Neste ano, o grupo encerrou as operações da etiqueta de camisaria Thomas Pink, desfez a sociedade com o sapateiro Nicholas Kirkwood e fechou o ready-to-wear da Fenty, marca de Rihanna. Na semana passada, o conglomerado de luxo também encerrou o contrato com outro diretor criativo Kris Van Assche, que atuava na Berluti desde 2018.
Passado e presente
Dentre o legado deixado por Felipe Oliveira Baptista estão o fato de que a Kenzo voltou a fazer parte do calendário oficial de moda parisiense, o grande esforço em manter pulsante o streetwear fashionista selado por Humberto Leon e Carol Lim, e a celebração da história da maison.
O período no qual o estilista esteve na casa coincidiu com a morte do fundador Kenzo Takada, falecido no final de 2020, em decorrência de complicações da Covid-19. Uma ode ao veterano foi feita em muitos momentos nas últimas coleções apresentadas por Oliveira Baptista. Ainda na linha das homenagens, o Baptista também celebrou a história de Kansai Yamamoto, outra lenda da moda japonesa também morto no ano passado, com uma coleção-cápsula.
Felipe Oliveira Baptista é formado pela Kingston University, de Londres, e já passou por marcas como MaxMara, Lemaire e Cerruti até, em 2010, virar o diretor criativo da Lacoste, etiqueta no qual ficou oito anos e teve uma trajetória bastante celebrada. Ele é dono de importantes prêmios de design, como o Andam e o do Festival d’Hyères. E, desde 2003, tem uma marca homônima com a sua companheira, Séverine Oliveira Baptista. A grife própria está em espera, desde então, mas é esperado que seja recuperada agora.
Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes