A primeira grande parceria da moda em que as peças não são vendidas, mas alugadas
Em esforços por práticas mais sustentáveis, nesta semana, algumas marcas anunciaram novidades que visam a responsabilidade ecológica.
Diante de uma história pouco ética, a indústria da moda vem tentando se adequar a uma contemporaneidade em que a preocupação com sustentabilidade não apenas virou uma pauta, mas, aos olhos de muitos consumidores, uma obrigação. Processos produtivos irresponsáveis, falta de transparência e constantes danos ambientais nunca deveriam ter sido tolerados, e nas últimas décadas, clientes, fãs e ativistas passaram a ativamente cobrar respostas, sempre prontos para expor casos nas redes sociais e cada vez mais conscientes do seu poder de compra. Ou seja, não sobram muitas alternativas para as marcas além de mudar – e a moda sabe disso.
Para firmar o compromisso com a sustentabilidade, dentre as novas práticas que vêm sendo adotadas, uma das grande tendências de mercado é o aluguel de roupas e acessórios. A dinamarquesa Ganni, detentora de uma legião de clientes fiéis ao estilo de suas roupas (que conseguem ser descomplicadas, como uma boa representante escadinava, mas também coloridas e divertidas) foi uma das pioneiras nesse tipo de serviço. Ainda no ano passado, a marca lançou a Ganni Repeat, uma plataforma completa de aluguel, presente em diferentes pontos do globo. O sucesso foi tanto que, nesta semana, ela anunciou uma colaboração inédita com a Levi’s, que ganhou o nome de Love Letter. Ao somarem forças, as empresas estão protagonizando a primeira parceria entre grandes marcas na qual as roupas não serão vendidas mas, sim, alugadas. As roupas foram feitas em conjunto com materiais provenientes do arquivo da Levi’s.
Para quem ainda não está habituado, a ideia pode causar algumas dúvidas, ainda mais em tempos como o que estamos vivendo. Porém, a Ganni e a Levi’s já se adiantaram e explicaram o protocolo higiênico: “cada peça é limpa e armazenada por 72 horas antes de ficar disponível para aluguel novamente”, informaram nas suas redes. As marcas também afirmaram que as embalagens usadas para a entrega são reutilizáveis, sendo parte dos esforços por práticas mais sustentáveis.
O mercado de luxo, por sua vez, também parece mais conectado com questões ambientais. A Prada, por exemplo, vem se comprometendo e se mostrando dedicada à causa. Em 2019, a grife italiana lançou a Prada Re-Nylon, uma linha que consiste em peças feitas com nylon (um material icônico para a Prada) obtido por meio do processo de reciclagem e purificação de resíduos plásticos retirados do oceano. A novidade desta semana é que agora a linha tem um espaço próprio.
data-instgrm-permalink="https://www.instagram.com/p/CDyaTk_pIsj/?igshid=170qparkvkaf6" data-instgrm-captioned data-instgrm-version="4" style="background:#FFF; border:0; border-radius:3px; box-shadow:0 0 1px 0 rgba(0,0,0,0.5),0 1px 10px 0 rgba(0,0,0,0.15); margin: 1px; max-width:658px; padding:0; width:99.375%; width:-webkit-calc(100% - 2px); width:calc(100% - 2px);">
Nesta quarta-feira (12.8), a Prada anunciou que é uma das integrante do Project Earth, projeto de incorporação de ações ecológicas na gigante Selfridges. Dentro da loja de departamentos, localizada em Londres, ela terá o seu espaço para expor os produtos Re-Nylon, e ainda contará com a exibição de conteúdos sobre sustentabilidade. Ser transparente com o consumidor é uma prática que não tem mais volta e Sebastian Manes, diretor da Selfridges, parece saber disso: “o projeto da Prada dá vida à circularidade ao aliar criatividade à inovação. Estou muito contente em compartilhar essa visão com os clientes”, informou no comunicado oficial.
Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes