Richard Quinn traduz sua extravagância ao mundo pós-lockdown

Corpos de formas exageradas, ombros retraídos, disfarces e macacões que cobrem os membros compõem a cacofonia visual do estilista.


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Fotos: Divulgação



Richard Quinn sempre foi adepto a extravagâncias. Em suas coleções, volumes enormes, maxiestampas, florais e bordados supertrabalhados são a regra. No vídeo da coleção passada, por exemplo, a de inverno 2021, o estilista inglês disse que apresentaria seu universo mais lúdico ao mundo e assim o fez: macacões de látex fetichista dividiram espaço com a opulência de suas flores estampadas e bordadas.

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Para o verão 2022, seu primeiro desfile pós-lockdown, ele parece querer transportar seus mais loucos sonhos para o mundo real – de maneira mais usável, mas não menos extravagante. E, nesse sentido, não faltam detalhes para explorar. A começar pelos primeiros looks, uma série de propostas monocromáticas em tons vibrantes, decoradas com drapeados – uma novidade e variação do seu amor por estampas. Mas atente-se: a calça ampla cobre os sapatos, criando um efeito de pernas retas, como as de personagens de desenho animado.

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Não demora muito para os florais voltarem à posição de destaque em looks estruturados longe do corpo. É como se as características do corpo humano como ombros e quadril fossem levadas a extremos – algo que faz sentido quando pensamos em como a pandemia e os meses de quarentena afetaram nossa forma física.

Durante o tempo em que passamos dentro de casa fazendo absolutamente tudo na frente do computador, nossas costas ficaram curvadas e a postura meio torta. Nesse retorno às ruas – e às passarelas –, Richard Quinn exagera essas características e as incorpora ao seu mundo escapista de fantasia, em uma tentativa de colocar os pés no chão sem parar de sonhar.

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O final do desfile é seu momento mais glamoroso – antes da pandemia, o estilista abriu um ateliê especializado em noivas –, com longos volumosos e opulentos combinados a botas superaltas, luvas compridas, calças de látex de tons contrastantes e caudas. A impressão é um mix entre fantasia, realidade e armadura. E, assim, sua mulher mostra sinais de flexibilização e readaptação ao novo mundo. Ainda usa a roupa como escudo, como se precisasse se cobrir. “É a ideia de beleza e tensão e como elas funcionam juntas após um tempo em que todos ficaram trancados em casa”, disse o estilista em entrevistas após o desfile. Ainda vai demorar para que a extravagância volte por completo para as nossas vidas, mas, se depender de Quinn, esse futuro será brilhante.

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