50 anos de Herchcovitch

Alexandre Herchcovitch, um dos nomes mais respeitados da moda brasileira, completa, em 2021, meio século de vida. Neste episódio, mergulhamos na história do estilista. E ainda: os destaques entre os uniformes das comissões olímpicas, a compra de 60% da Off White pelo grupo LVMH, as 8 marcas brasileiras que desfilarão em Milão, e muito mais.


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No último dia 21 de julho, Alexandre Herchcovitch completou 50 anos de idade. Desse meio século de história, mais de duas décadas foram dedicadas à moda, em uma carreira que se confunde até mesmo com a história da semana de moda brasileira e é respeitada pela crítica especializada internacional.

Então aumenta o som e vem com a gente nessa breve biografia!

Uma das maiores responsáveis foi Regina Herchcovitch, a mãe. Por muito tempo ela foi dona de uma confecção de lingeries. E, quando Alexandre tinha apenas 13 anos de idade, foi ela a responsável pelas primeiras aulas de costura.

Ao longo dos anos 1980, dentro do closet de Regina, Herchcovitch viu o seu interesse por moda só aumentar.

Regina viria não só a apoiar muito o filho na carreira de estilista, como também trabalharia com ele anos depois. Mas, ela não foi a única que o inspirou. Rolou muita rebeldia no caminho, fundamental para arrematar essa persona Herchcovitch.

Alexandre estudava em uma escola judaica ortodoxa de São Paulo bastante tradicional. E por lá ele, desde cedo, já aparecia com as roupas reformadas de um jeito punk: qualquer peça podia ganhar alguns alfinetes, a camiseta às vezes tinha a gola recortada por ele e até o logo do colégio no uniforme costumava ser costurado de ponta cabeça, pelo estudante.

Esse jeitão afrontoso, que viria a ser uma característica fundamental de seu trabalho, ficaria ainda maior na adolescência. Alexandre passa a conhecer a vida noturna nas boates dos anos 1990 e já começava a se oferecer para vestir nomes, como a drag queen e mãe suprema do bate cabelo, Marcia Pantera, além do clubber que era a cara dos fervinhos paulistanos, Johnny Luxo.

Já nascia por aí a mítica em torno do sobrenome Herchcovitch. Ele nem tinha propriamente uma grife pra chamar de sua, mas já despontava na coluna Noite Ilustrada, de Erika Palomino, na Folha de S.Paulo. O faro atinado de Erika deixava todo mundo curioso em relação ao novo criativo.

Não à toa, em seu desfile de formatura, na Faculdade Santa Marcelina, em 1993, Alexandre Herchcovitch contou com a própria jornalista na plateia, além de profissionais respeitados no mercado, como Reinaldo Lourenço, Gloria Coelho e Paulo Martinez, o então editor desta ELLE Brasil.

Em uma passarela de cruz invertida, o novo designer apresentou 40 looks. Quem abriu o show foi a fiel escudeira Marcia Pantera, vestindo uma camisola, um lenço de freira na cabeça, combinado com um par de chifres. Dentre as roupas, o destaque ficava para a modelagem de camisa de força, além das peças recicladas, manchadas e queimadas.

As modelos ainda andavam no espaço espalhando uma tinta que lembrava sangue. O desfile, meio pé na porta, foi tão arrebatador que chocou as freiras da instituição, fez da faculdade uma das mais desejadas entre os fashionistas e chamou a atenção da imprensa pela irreverência e transgressão.

A marca homônima de Herchcovitch foi lançada, então, oficialmente em 1994. No mesmo ano, ele começa a desfilar no extinto Phytoervas Fashion. O evento, organizado por Paulo Borges, tinha como objetivo reverberar os novos talentos e funcionaria como a semente para a criação do Calendário Oficial de Moda Brasileira, o Morumbi Fashion, e, posteriormente, a São Paulo Fashion Week.

Alexandre Herchcovitch se tornaria um dos nomes mais aguardados desses eventos, colecionando uma série de signos que formavam o DNA de sua etiqueta. A primeira marca registrada foi o motivo de caveira, que estampava camisetas e calças. Depois, veio a estampa de Pombagira, um recorde de vendas.

Mais tarde foram as borrachas moldadas e o látex de toque fetichista. As religiões, judaica e cristã, também serviram como pano de fundo para muitas outras coleções em homenagens ou provocações. Fora isso, sempre rolava uma brincadeira entre o feminino e o masculino, o retrô e o futurista, além da profusão de pretos com choques de cores explosivas e tons neon.

Saiu das mãos de Alexandre Herchcovitch também a ousadia dos recortes, o uso de correntes dentro de peças leves de georgette e seda, além da mania de cobrir o rosto das modelos por aqui, no Brasil. A ousadia também se estendia para a investigação do streetwear e do upcycling, quando muita gente ainda não tinha coragem de seguir por esses caminhos. Tudo, sempre, com um domínio exímio da alfaiataria.

As referências nas apresentações eram tão férteis quanto as técnicas usadas. Ele já olhou muito para Boy George e chegou até a fazer uma colaboração com Stephen Jones, o chapeleiro do britânico. E também se inspirou em Carmen Miranda e Mortícia Adams, além de Zé do Caixão e Marilyn Monroe.

A coleção com referência à atriz hollywoodiana, inclusive, é uma das preferidas de Marcio Banfi,o grande amigo e colaborador de Herchcovitch, além de stylist e professor de moda da Santa Marcelina:

“É impossível não falar que o desfile mais importante do Alexandre não tenha sido o primeiro, do Phytoervas Fashion. Nesse desfile ele foi muito moderno para a época. Colocou não modelos na passarela, uma trilha sonora bem diferente. E a roupa era realmente algo que a gente ainda não tinha aqui. Foi revolucionário. Não tem nada para dizer desse desfile, foi impecável. Mas eu me sinto no direito de falar de dois. E o desfile inspirado na Marilyn também é incrível. Deve fazer uns quatro ou cinco anos. Eu desenvolvi uns casacos enormes de látex. Pra mim, obviamente esse desfile se torna muito emocionante e marcante. A cartela de cor é impecável, com os vermelhos, os brancos e os marinhos.”

A conexão com personagens-chave, como já dissemos, é outra grande parte da fórmula Herchcovitch. Foram e ainda são as suas musas, a escritora Fernanda Young, a modelo Geanine Marques e o eterno colega Johnny Luxo.

Johny, inclusive, lembrou pra gente uma de suas memórias preferidas com o estilista:

“Uma lembrança que veio de um desfile dele foi o do inverno 1997. Nesse desfile a gente usava um cabelo com um gel pra trás e que era verde. Ele ficava aceso quando acendia a luz negra. E, no fim do desfile, as luzes apagavam e acendiam essas luzes negras, de boate. Todos esses detalhes flúo, ficava aceso. Eu lembro que foi uma gritaria. A música era também apoteótica. A gente sempre entrava de mão dada. Eu de um lado e a Geanine de outro. Eu lembro que nesse eu entrei super emocionado. Apertei muito a mão dele, chorei, foi babado.”

O choque da plateia sempre foi algo valorizado pelo estilista. E, por isso, ele é conhecido por ser bastante avesso à imprensa, não dá entrevista antes dos shows. Vale dizer, inclusive, que ao ser contatado por esta reportagem, o estilista agradeceu a realização do episódio, mas não quis falar sobre si mesmo.

Essa postura, no entanto, não foi empecilho para que a crítica rasgasse elogios à ele.

Regina Guerreiro já disse que Alexandre Herchcovitch tem a capacidade de ir da boca do lixo à boca do luxo. O estilista também já foi chamado de a criança terrível da moda brasileira, uma alusão a Jean Paul Gaultier. Em seu desfile de verão 2004 recebeu um buquê de rosas brancas do próprio Clodovil Hernandez. E o jornal estadunidense WWD já o nomeou de Alexandre, o Grande.

A aclamação internacional veio depois que o designer começou a desfilar em Londres, Paris e Nova York. Tirou elogios até da crítica de moda Suzy Menkes, conhecida por ser ultra sisuda, que disse que ele era alguém capaz de encantar e que fazia do Brasil um novo hotspot de moda no mundo.

Alexandre Herchcovitch ficaria ainda conhecido não só por sua irreverência conceitual, mas grande tino empresarial, fechando parcerias e contratos com marcas como a Zoomp, e Ellus e a Cori, onde foi diretor criativo de janeiro de 2002 à 2007.

A partir de 2002, ele começa a abrir uma série de lojas, localizadas em São Paulo, Brasília, Porto Alegre ou mesmo em Tóquio, onde inaugurou uma flagship em março de 2007.

Uma série de licenciamentos foram feitos em seu nome, que estampou de caneca à edredom, mas, a partir de 2015 ele começa a se afastar da marca que carrega o seu nome, que ficaria sob total controle do grupo de moda Inbrands.

Em 2016, Alexandre Herchcovitch desenha o vestido que Gisele Bundchen usa ao desfilar por todo o Maracanã, na abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, para cerca de 3 bilhões de espectadores do mundo inteiro.

2016 é também o ano em que ele assume a direção criativa da À La Garçonne, marca do companheiro Fábio Souza, que havia sido lançada como um brechó e expandiu para a produção de coleções focadas em upcycling. Com o tempo, a grife passou a ganhar outras frentes, como a ALG, focada em streetwear. E, felizmente, com a ALG, a gente continua a ter Alexandre Herchcovitch nas passarelas.

Uniformes das agremiações olímpicas: nacionalismo e misoginia

Na última sexta-feira, dia 23, aconteceu a abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na ocasião, as 203 delegações não só carregaram a bandeira de seus respectivos países, como também desfilaram os seus uniformes oficiais.

O uniforme oficial é também a chance de cada nação exibir o que há de melhor entre os seus designers, quase uma vitrine, mesmo.

A Emporio Armani, por exemplo, assinou mais uma vez os looks da delegação italiana, em uma parceria que é bastante longeva. Os franceses contaram com uniformes da Lacoste, enquanto que os estadunidenses ostentaram looks da Ralph Lauren.

A delegacão chinesa contou com um uniforme assinado por Tim Yip, vencedor do Oscar de direção de arte por O Tigre e o Dragão.

A Libéria, por sua vez, apareceu com um dos uniformes mais bonitos desses jogos olímpicos, desenhados por Telfar Clemens, o estadunidense que é filho de liberianos, além de um dos nomes contemporâneos mais desejados por fashionistas. Já os britânicos não usaram Stella McCartney, como costuma acontecer, e, sim, a grife Ben Sherman.

Os competidores brasileiros vestiram peças esportivas tingidas de verde, azul e amarelo, que foram confeccionadas pela marca esportiva chinesa Peak Sports, em uniformes lançados pela Riachuelo. A varejista é patrocinadora do time brasileiro. Nos pés, os atletas usaram Havaianas, enquanto que o traje de gala foi produzido pela grife carioca Wollner, vencedora de uma seletiva promovida pelo Comitê Olímpico Brasileiro.

No entanto, roupa tem sido um assunto ainda mais complexo nesse ano esportivo, revelando não apenas crises diplomáticas, reflexões sobre nacionalismo e misoginia.

A equipe da Índia, por exemplo, desfilou sem uniforme oficial patrocinado, uma vez que a delegação cortou relações com a empresa de materiais esportivos chinesas Li-Ning, após o agravamento do conflito entre China e India, na fronteira do Himalaia. Os atletas apareceram com uma camiseta que faz referência a bandeira da Índia, mas com calças e saias diferentes.

Outro ponto de destaque foi a escolha de uniforme da própria comissão japonesa, os anfitriões da festa. Os trajes desenhados pela rede de varejista Aoki foi um dos poucos do evento em que as mulheres apareceram de saia abaixo do joelho.

O que poderia ser um mero detalhe, chamou a atenção principalmente em um ano em que o policiamento sobre o corpo feminino é muito debatido, frente às posições bastante antiquadas para não dizer misóginas das federações esportivas.

Acontece que na última segunda-feira, dia 19, a Federação Europeia de Handebol aplicou uma multa de 150 euros para cada jogadora da seleção feminina de handebol de praia da Noruega porque elas se recusaram a vestir biquínis nas partidas. A cartilha da federação prevê que homens usem shorts, mas que mulheres “vistam uma peça justa com corte em ângulo para cima em direção à perna”.

A Federação Internacional de Badminton implementou há dez anos também uma regra bastante polêmica que obriga as jogadoras a usarem vestidos ou saias nas competições, enquanto que homens ficam livres para usarem bermudas.

A falta de renovação nessas cartilhas esportivas ainda fez lembrar a escolha da FIFA, Federação Internacional de Futebol, em eliminar a seleção feminina do Irã, nas eliminatórias das Olimpíadas de Londres, em 2012, por elas usarem véus islâmicos em campo.

Na reportagem Tudo sobre os jogos de poder (e as polêmicas) dos trajes olímpicos, escrita pelo jornalista Pedro Diniz pro nosso site, você confere essas e outras indagações sobre o quanto um simples uniforme pode ser bastante opressor.

Nike assina collabs em celebração às Olimpíadas de Tóquio

Ainda em ritmo de Jogos Olímpicos, tem outra notícia sobre trajes esportivos que vai interessar mesmo quem não é exatamente um atleta. Para celebrar a Olimpíada de Tóquio, a Nike lançou coleções-cápsulas feitas em parceria com quatro grifes, que conectam a moda com roupas de alta performance.

A primeira coleção, que entrou no mercado na sexta passada, dia da cerimônia de abertura dos jogos, é a collab com a Off-White. A marca de Virgil Abloh assina calças e camisetas, algumas delas feitas com o mesmo material usado nas roupas para atletismo da Nike.

Nesta quarta-feira, dia 28, é a vez da coleção cápsula feita com a Undercover, de Jun Takahashi, ser lançada. Na sua collab, o estilista japonês buscou inspiração em modelos vintage de uniforme de basquete e também do streetball. E aqui uma curiosidade: o streetball é uma variação do basquete com origem nos jogos de rua, que vai fazer parte pela primeira vez das competições olímpicas, na modalidade de basquete 3 por 3.

As outras duas grifes que se uniram à Nike são a Ambush, da estilista coreana Yoon Ahn, e a Sacai, da japonesa Chitose Abe, que aliás, anda batendo ponto aqui no ELLE News, né?

A collab da Ambush traz uma paleta bem vibrante de rosa e verde, e faz referências ao motocross e à cultura dos animes. O lançamento está marcado para dia 30 de julho. Já a coleção da Sacai traz parkas, jaquetas bomber e até uma saia plissada, que misturam os códigos da Sacai ao esporte. A previsão de lançamento é para o dia 4 de agosto.

Grupo LVMH compra a Off-White

E por falar em Virgil Abloh, ele também foi assunto na semana passada por outro motivo, além da parceria com a Nike. A notícia que agitou o mercado da moda foi a compra da sua marca Off-White pela LVMH, anunciada na terça-feira, dia 20. O conglomerado de luxo francês detém agora 60% da label fundada por Abloh em 2012.

Mas apesar da participação majoritária da LVMH no negócio, os fãs da Off-White parecem não ter motivos para se preocupar com uma possível descaracterização da marca de streetwear por causa dessa mudança. Ao que tudo indica, Virgil Abloh não vai ter que se moldar ao gosto dos sócios, pelo contrário. É ele que vai inserir sua visão de estilo à LVMH.

A gente explica. Além de manter os outros 40% do controle da Off-White e o cargo de diretor criativo da empresa, Abloh vai atuar também em outros negócios do grupo francês, inclusive aqueles que não têm relação direta com a moda.

No mesmo dia em que divulgou a compra da Off-White, o LVMH anunciou que Virgil Abloh vai expandir a sua atuação dentro do grupo. No comunicado oficial, o chairman e CEO do grupo, Bernard Arnault disse: “Estamos ansiosos para apoiar Virgil e a equipe tanto na condução do crescimento da Off-White quanto no trabalho em conjunto com Virgil, para que ele traga sua sensibilidade única a uma gama mais ampla de categorias de luxo.”

Além de grifes como Celine, Dior, Fendi e, claro, Louis Vuitton, que tem Virgil Abloh como diretor criativo das coleções masculinas desde 2018, o LVMH controla vários outros negócios nos setores de beleza, bebidas e hotelaria, entre outros. Tem até hotel no Brasil: o Copacabana Palace, no Rio, e o Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu, são do grupo Belmond, que, por sua vez, pertence a LVMH.

No ramo de bebidas, o grupo detém algumas marcas mais famosas de champanhe, como Moët Chandon, Krug, Dom Pérignon e Veuve Clicquot. Na área de beleza, o conglomerado tem no portfólio a Fenty Beauty, de Rihanna, e a Guerlain, só pra citar alguns exemplos. E ainda tem lojas de departamento, editora, empresas de mídia e até estaleiro. Ou seja: tem muita área ali pro Virgil dar palpite.

Ainda não se sabe exatamente qual o nome do novo cargo de Virgil Abloh na LVMH. Mas, como o designer bem definiu em entrevista à jornalista Vanessa Friedman, do New York Times, ele conseguiu um lugar à mesa.

Começa hoje a 48ª Casa de Criadores

Começa hoje, dia 26, e vai até sexta, dia 30, a quadragésima oitava edição da Casa de Criadores, o evento que é o grande celeiro de novos talentos da moda no Brasil. Pela segunda vez, as apresentações serão no formato digital e vão poder ser acessadas pela plataforma CDC, que vai exibir conteúdo com diferentes recursos de mídia.

Além de nomes que já participaram de outras temporadas, como Rober Dognani, Jal Vieira, Heloisa Faria e Vicenta Perrota, esta edição conta com dez marcas estreantes. São elas Mônica Anjos, Fkawallyspunkcouture, Berimbau Brasil, Felipe Caprestano, Jalaconda, Ateliê Criativa Vou Assim, Oroomin, Leandro Castro, Teodora Oshima e Brocal, marca da cantora Tulipa Ruiz.

Outra boa nova é a volta do estilista Gefferson Vila Nova ao line-up, depois de um hiato de quase dois anos. Ao todo, serão 36 marcas, que se dividirão ao longo de cinco dias de evento.

As apresentações foram pré-gravadas, assim com os shows e performances previstos na programação. Vários vídeos tiveram como cenário o Centro Cultural São Paulo, que cedeu o espaço para os estilistas.

A Casa de Criadores abre hoje às 20h, com uma performance da artista Aretha Sadick, e a apresentação das coleções de Vicenta Perrotta, Mônica Anjos, Studio Ellias Kaleb, Jorge Feitosa, Dario Mittmann, Brocal e Nalimo, além de um show de Brisa Flow, que você escutou no comecinho desta notícia. Você pode assistir tudo pela plataforma casadecriadores.com.br e, claro, acompanhar também a cobertura no nosso site elle.com.br.

8 marcas brasileiras desfilarão na Semana de Milão

E pulando pra setembro, vai ter um pouco de Brasil em Milão durante a semana de moda italiana. Não apenas uma, mas oito marcas brasileiras farão desfiles na programação paralela do evento.

A iniciativa de levar o Brasil a Milão partiu de Rafael Morais, coordenador do Brasil Eco Fashion Week, que promove boas práticas de sustentabilidade no mercado da moda, em parceria com Francisca Vieira, fundadora da Natural Cotton Color, marca paraibana que produz roupas com algodão naturalmente colorido.

Em 2019, a marca de Francisca havia sido convidada para participar de um salão em Milão. A empresária, no entanto, achou que seria mais interessante se essa participação internacional envolvesse também outras marcas brasileiras.

Francisca se juntou, então, a Rafael Morais, e os dois começaram a tentar viabilizar a empreitada. Acabaram fechando com a empresa Fashion Vibes, que promove eventos na semana de Milão e topou organizar a participação brasileira nos moldes pensados pela dupla.

Serão dois dias com desfiles presenciais das marcas Natural Cotton Color, Helena Pontes, Catarina Mina, Rico Bracco, Enéas Neto, Libertees e KF Branding, e mais uma participação remota da marca Dona Ruffina, que vai se apresentar a partir do seu showroom no Brasil.

Os participantes seguem práticas sustentáveis, como a Catarina Mina, que já é conhecida dos leitores mais atentos do nosso site. A marca fundada pela designer Celina Hissa foi uma das apoiadas pelo projeto Movimento, lançado no ano passado pela ELLE, para dar suporte aos pequenos empreendedores e estimular a sustentabilidade no mercado.

A sustentabilidade, por sinal, é a grande oportunidade para a moda brasileira se destacar no mercado internacional na opinião de Francisca. Mas a sustentabilidade, por si só, não vai ser o suficiente, como ela disse na entrevista feita pela nossa repórter Mabi Barros:

“A gente tem que dar uma cara inovadora, por exemplo. Eu bato muito na questão do artesanato: as pessoas acham que fazer uma blusinha de renda, botar uma florzinha de crochê já é sustentável. Tem nada a ver. Já é moda. Não tem nada a ver. Já é design. Também não tem nada a ver. Isso tudo que eu tô falando é muito bom e é uma riqueza. Mas precisa de inovação”

A Mabi conversou também com o Rafael Morais, do Brasil Eco Fashion Week, que falou um pouco sobre as expectativas dele para o evento:

“E a intenção do projeto é essa: trazer, num cenário tão complicado que a gente está no nosso país, trazer luz a coisas positivas que estão acontecendo aqui, através desse projeto, através do trabalho dessas sete marcas, né?”

Os desfiles brasileiros em Milão vão acontecer nos dias 24 e 25 de setembro, no evento Fashion Vibes.

E agora é a hora do Pedro Camargo vir com a sua pílula de beauté, um assunto do universo da beleza que você não pode perder. Hoje, a deixa é o cabelo raspado de Willow Smith. Explica pra gente, Pedro!

Gente! Eu não sei se vocês já viram a Willow Smith perfomando “Whip my hair” nesse documentário/show que ela lançou no Facebook há um tempinho atrás, ainda neste mês. Menina, fiquei completamente de cara. Achei que foi um momento de beleza tão importante. No final dessa música, que fica falando “whip my hair, whip my hair”, “balançando o cabelo, balançando o cabelo”, pipipi-popopó, ela de repente raspa o afro dela ao final da música. E essa música é uma música bem do comecinho da carreira dela, que ela era muito novinha e era uma música extremamente pop. E essa nova roupagem que ela deu à música é super rock’n’roll, que tem tudo a ver com o novo disco dela, Lately I feel everything. E em algumas entrevistas no passado, a Willow já tinha dito o quanto essa primeira fase da carreira dela, ainda muito nova, a prejudicou mentalmente. Toda essa pressão da fama e da beleza e das expectativas a respeito de uma criança que ainda está se formando, que ainda tá entendendo quem é no mundo, né? Tudo isso foi muito penoso, foi muito difícil pra ela. Então, achei que foi muito bom ela tirar o cabelo, numa música que fala sobre cabelo, numa versão dessa música que tem a ver com quem ela é hoje. Acho que tem tudo a ver com esse nome do disco também, eu não sei. Agora, pensando assim, a respeito da obra da Willow até aqui, eu sinto que ela sempre foi uma artista muito experimental, estava sempre tentando coisas. E agora eu tenho a sensação de que ela está mais preocupada com se dar prazer. E esse é um sinal muito legal e muito bonito de saúde mental. Quando você está se permitindo fazer o que gosta, ouvir a música que quer, tocar a música que quer. E, enfim, cantar essa música antiga, que era um símbolo de dor pra ela, talvez, de um momento muito dolorido, e ressignificá-la por meio dessa performance raspando o cabelo, achei a coisa mais linda. Então, se vocês não viram, veja. Enfim, bapho, galera. Realmente, muito legal. Tá bom? É isso. Willow Smith, vamo que vamo, beijinhos!

E, para finalizar o episódio de hoje, a nossa dica cultural da semana, apresentada por C6 Bank & Mastercard. Dessa vez, nossa editora de cultura, Bruna Bittencourt, indica um documentário para você colocar no radar. Conta mais, Bruna!

“Goste ou não de esporte, o assunto será Olimpíada até o próximo dia 8 de agosto, quando terminam os Jogos de Tóquio. O esporte sempre rendeu relatos bem inspiradores de atletas. Aproveitando a Olimpíada, a gente listou no site da Elle documentários disponíveis no streaming de atletas que vão disputar os Jogos de Tóquio ou já disputaram olimpíadas passadas, matéria da nossa colaboradora Lúcia Soares. Vale destacar Naomi Osaka, Estrela do tênis, documentário dividido em três episódios, recém-chegado à Netflix. A tenista levantou recentemente uma discussão sobre a saúde mental entre atletas, quando desistiu de participar dos torneios de Roland Garros e Wimbledon. Filha de mãe japonesa e pai haitiano, ela foi escolhida para acender a pira olímpica na abertura dos Jogos de Tóquio, na última sexta. Outro nome de destaque em Olimpíadas, Simone Biles está entre as melhores ginastas de todos os tempos e é perfilada em Simone vs herself, disponível no Facebook. Com a mudança de data dos Jogos de Tóquio, a americana achou que não seria capaz de aguentar mais um ano treinando em alto nível. Nem tanto pela parte física, mas pela mental. Mas seguiu treinando e disputa a olimpíada. E temos também um documentário sobre um brasileiro, Gabriel Medina, bicampeão mundial de surf, com fortes chances de trazer uma medalha de ouro. A produção, que leva o nome do surfista, está disponível na Globoplay. Para terminar, a gente fica como “Canto de Ossanha”, na voz de Elza Soares, que interpretou a música na cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio, em 2016.”

Este episódio usou trechos das músicas Don’t Get 2 Close (2 My Fantasy), de Ween; Spellbound, de Siouxsie And The Banshees; Do You Really Want to Hurt Me, de Boy George; You Know Me, do G’Taime; The Catterpillar, do The Cure; Racist, Sexist Boy, das The Linda Lindas; You Just Decided, de Shintaro Sakamoto; Dias e noites de Amor e Guerra, de Brisa Flow; Cara a Cara, de Chico Buarque; Whip my hair, de Willow Smith e Canto de Ossanha, na voz de Elza Soares.

E nós ficamos por aqui. Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro.

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Até semana que vem!

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