Margiela, Cardi B e Joe Biden, Telfar x Bots

Contamos a história de Margiela, o estilista cheio de mistérios que não dá entrevistas, não mostra o rosto, mas influenciou — e muito — na maneira como pensamos moda.


origin 206



  • No dia 14 de agosto o documentário Martin Margiela: In His Own Words ficou disponível em uma série de streaming no mundo.
  • Sinônimo de desconstrução, Margiela foi referência para designers como Raf Simons, Phoebe Philo e Demna Gvasalia.
  • A sua influência só não é maior que o seu anonimato, que por sua vez foi a fonte para uma série de teorias da conspiração nascer ao redor da marca.

Ouça o Pivô em: Spotify | Apple Podcasts | Google Podcasts | Overcast | RSS | Deezer

Se preferir, você também pode ler este podcast:

No dia 14 de agosto o documentário Martin Margiela: In His Own Words ficou disponível em uma série de streamings para alguns países. Desde que estreou em Nova York, no ano passado, o longa tem dado o que falar. Além de Jean-Paul Gaultier, Carla Sozzani e Cathy Horyn, o filme conta com a participação do próprio Margiela falando de sua produção. O longa ainda não tem data de estreia prevista para o Brasil, mas neste Pivô a gente aproveita a deixa para resgatar a história do estilista belga que não concede entrevistas, não mostra o rosto, mas teve uma influência grande na moda como conhecemos hoje.

A Maison Margiela foi fundada em 88 pelo belga Martin Margiela, em Paris, com a sócia Jenny Meirens, a parte empresária da casa. Meirens, assim como Margiela, pouco mostrou o rosto ou deu entrevistas. Falou apenas, antes de falecer, em 2017, para o The New York Times.

Formado em 1987 na Royal Academy of Fine Arts da Antuérpia, na Bélgica, Margiela veio antes do Antwerp Six, o grupo belga, que inclusive a gente comentou no último episódio do Pivô. O Antwerp Six teve nomes como Ann Demeulemeester e Dries Van Noten influenciando e muito no jeito de pensar e de fazer moda depois dos anos 90.

Margiela não fez parte do coletivo, apesar de ser confundido com um integrante. Ele atuou paralelamente, e pode-se dizer ainda com mais força, nessa contribuição para um design influenciado pelo pauperismo japonês e com um olhar bastante contemporâneo, voltado para a rua e para elementos banais do cotidiano. No caso de Margiela, isso apareceu principalmente em símbolos como a roupa rasgada, inacabada, desfiada, costura a mostra, entre outros detalhes.

Se a moda até os anos 1980 falava alto com cores vibrantes e ombros avantajados, com Mugler, Lacroix e Versace, os belgas desceram o tom das cores e jogaram a bola pro conceito. Com Margiela, o jogo foi de desconstrução, que não significou uma negação do passado, mas um olhar do presente para o que já tinha sido feito.

Ele descosturou e costurou roupas com intervenções; reorganizou a alfaiataria, mexendo nos ombros, brincando com a silhueta; usou elementos da própria fabricação da roupa, como o colete que fez com o próprio manequim, além de incluir na moda itens do cotidiano, como a blusa de porcelana, a bolsa com formato de sacola plástica, o casaco de peruca ou os colares de gelos com corantes, que tingiam as roupas nas passarelas enquanto derretiam.

Considerado um dos designers mais radicais, criou uma produção que se equipara bastante com a das artes plásticas. As lojas da grife, inclusive, lembram uma galeria de arte contemporânea. E as etiquetas das roupas, um retângulo numerado, parecem indicar obras. Mas apesar do jeitão conceitual, existem hits, como a Tabi boot, com uma separação nos dedos, referência ao calçado tradicional japonês, reinterpretada pela casa desde 1992.

A herança de Margiela é vista até hoje, como nos castings formados por não modelos e nos desfiles em locações surpreendentes. Ele quem começou com essa história de se apresentar em um teatro antigo, uma boate, ou até mesmo um playground abandonado, caso do seu icônico desfile de verão 90, que fez história na moda ao tirar a passarela do pedestal glamuroso. E quem explica um pouco isso é Lucas Boccalão, editor de moda da ELLE Brasil

“Um dos momentos mais marcantes da Margiela e meu desfile preferido é o verão de 90. Ele fez o desfile no meio de um playground em um bairro afastado de Paris. As crianças da comunidade, que moravam no bairro, participaram, da apresentação. Elas estavam na passarela. Enquanto as modelos desfilavam elas interagiam com elas, alguns subiam no colo, nos ombros. Era uma combinação perfeita. E também era um diálogo entre o impacto que a moda tem na rua, que a rua tem na moda. As roupas tinham aquela silhueta longilínea, comprida e estreita com a qual ele ficou famoso e todo mundo copiou nos anos 90. As roupas, claro, sempre baseadas no estudo de forma e de função, o que é uma roupa, o que leva pra ela ser construída. Ele pegava peças que já existiam e dissecava elas e recriava uma terceira coisa. O desfile é belíssimo. Contam que grande parte do público estava chorando. E uma curiosidade legal é que este é o desfile favorito do Raf Simons.”

Como o Lucas falou, este desfile não só é o preferido de Raf Simons como também foi decisivo para que ele virasse estilista, como ele já comentou em algumas entrevistas. E podemos incluir sem exageros outros nomes que tiveram a formação delineada por Margiela, como Phoebe Philo e Demna Gvasalia. Segundo Alaia, ele foi o último visionário na moda até agora.

Sem conceder entrevistas a imprensa ou permitir fotografias, ele ficou conhecido como o homem invisível da moda, um prato cheio para teorias da conspiração, que passam até mesmo pela hipótese de que ele não exista. Mas acontece que essa preservação da própria imagem não rolou sempre. Há quem lembre sim do homem alto, magro e de cabelos cinzas presos em um rabo de cavalo, e que só decidiu ficar na sua, ali nos anos 90, enquanto o mundo supervalorizava a figura celebridade.

Como o diabo foge da cruz, fugiu de jornalistas. Um dos perfis mais completos sobre ele foi escrito por Rebecca Mead, para a New Yorker, em 1998, quando ele foi nomeado diretor criativo da Hermès. E isso só rolou porque as respostas puderam ser enviadas por fax. No texto intitulado The Crazy Professor a jornalista brinca que em alguns momentos a pouca abertura fazia parecer que não falavam de moda, mas sim de algum projeto que envolvesse uma bomba nuclear. E as respostas eram realmente bem diretas. Ao ser questionado o que trabalhar na Hermès trazia pra ele que ele ainda não havia experimentado, respondeu: trabalhar na Hermès.

O anonimato, que pode ser entendido como uma frieza excessiva ou certa arrogância, trata-se muito mais de um não culto à personalidade, a eliminação do individual. Isso aparece na marca com o artifício das modelos frequentemente mascaradas e dos próprios funcionários que usam jalecos como uniformes. O trabalho é o produto de um ateliê, e não de uma única pessoa. E é interpretado pela crítica de moda Cathy Horyn da seguinte maneira. Abre aspas. “Ao se recusar a falar sobre suas roupas, Margiela nos faz um favor: nos faz pensar mais.” Fecha aspas. O design fala por si: é tudo sobre a roupa e não sobre a modelo, o estilista ou qualquer outra coisa.

O documentário Martin Margiela: In His Own Words não é a primeira produção sobre o designer, mas como o próprio nome diz, apresenta o que até agora parecia impossível: o próprio Margiela contando a sua história. Ainda não é possível ver o seu rosto, apenas as suas mãos, mas ele quem narra o longa e inclusive é o dono da voz que nós acabamos de ouvir. E, quem espera um indivíduo frio ou arrogante, se surpreende. Margiela conversa de maneira afetuosa e gentil. Na casa dos 60 anos revela inclusive que às vezes lamenta ter tomado essa decisão difícil para se salvar. Mas sempre soube que entregaria muito mais se estivesse protegido pelo anonimato.

Ele mostra então o ingresso falso, usado para entrar em um desfile de Jean Paul Gaultier nos anos 1980. O francês foi o mentor do belga anos depois dessa pequena fraude com boa intenção. E Margiela vai ainda mais atrás, contando quando descobriu a moda na infância, assistindo as criações de Pierre Cardin e Courrèges na TV. Inspirado nelas, personalizou versões das roupas para as suas bonecas, com a ajuda da avó. Cortou as pontas das botas da Barbie, fez terninho de flanela para elas e isso explica bastante a Doll Collection, que apresentou em 1994. Outra explicação aparece no longa. Por que tanta obsessão por peruca? Bem, os seus pais trabalhavam cortando cabelos reais e vendendo cabelos falsos.

Há críticas de que o documentário é mais conservador do que o próprio estilista e que algumas partes mais caóticas foram ocultadas, como a saída em 2008 do estilista da marca que ele mesmo criou, além das tensões comerciais e criativas que teve com os investidores. De fato, a saída abrupta, após 20 anos de trabalho, da casa que ele mesmo fundou, foi uma fuga sem despedidas e o tema não é retratado de maneira tão dramática.

A Margiela faz parte do OTB Group, que detém marcas como Diesel, Marni e Viktor&Rolf, desde 2002. E o que se imagina é uma incongruência entre a mente tão disruptiva e uma corporação preocupada com resultados financeiros. Desde 2014, a marca conta com John Galliano na direção artística.

Mas há uma ótima justificativa para um documentário com poucas polêmicas: a presença do próprio, o que só foi possível com a supervisão do retratado. O filme é escrito e dirigido por Reiner Holzemer, que também fez Dries, documentário sobre o estilista belga Dries van Noten. Bastante distante da moda, ele acredita que este fator foi um ponto positivo para conseguir o aceite tão depressa de Margiela. Ou talvez tenha sido o homem certo na hora certa, que encontrou o estilista que já não faz mais roupas e está mais focado em pintar e esculpir, pronto para falar.

E a gente pede perdão pelo spoiler, mas há uma parte do filme no mínimo intrigante. Ao ser questionado se já fez tudo na moda Margiela responde: não. O próprio diretor avalia que isso está longe de ser uma promessa de retorno. Mas de qualquer maneira a gente quer acreditar que ele pode voltar assim tão misteriosamente como um dia foi.

Esses dois animados falando sobre crianças que você acabou de ouvir são nada mais nada nada menos do que Cardi B e Joe Biden. A cantora com as unhas mais poderosas do showbiz e o candidato à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata bateram papo via Zoom na semana passada, num encontro promovido pela ELLE América, que também traz Cardi B na capa de sua edição de agosto.

Durante aproximadamente 15 minutos de conversa, os dois falaram sobre eleições, racismo e políticas públicas, entre outros assuntos. A rapper mostrou-se especialmente preocupada com a necessidade do governo investir em atendimento de saúde e faculdades gratuitas no país. O candidato, por sua vez, prometeu que as famílias com renda de até 125 mil dólares por ano terão direito a educação gratuita no seu governo. E que as community colleges, que são faculdades comunitárias com cursos de dois anos, serão de graça pra todos.

A cantora questionou Biden se é possível investir em saúde e educação gratuitas sem aumentar muito os impostos e o democrata garantiu que sim, desde que todos paguem uma taxa justa. Segundo ele, nenhuma companhia deveria pagar menos do que 15% de imposto.

O racismo foi outra pauta do encontro. Cardi B disse que o preconceito é perigoso e que isso pode dar início a uma guerra civil. Abre aspas pra cantora: “Eu não quero ter que dizer pra minha garota: você tem que ser cuidadosa ao ir à loja. Não use capuz. Por favor, não seja parada. Nós não queremos isso. E eu não quero sentir um certo tipo de antipatia por uma raça diferente porque sinto que eles têm mais facilidades do que nós.”

Joe Biden, por sua vez, aproveitou pra convocar o eleitorado jovem a ir às urnas em novembro. O democrata lembrou que, se em 2016 a porcentagem de pessoas entre 18 e 24 anos que votaram tivesse sido a mesma do restante da população, Donald Trump não teria sido eleito e, sim, Hillary Clinton.

O encontro de Cardi B com Joe Biden não foi o primeiro bate-papo que a cantora teve com um aspirante ao cargo de presidente dos Estados Unidos. Em agosto do ano passado, a cantora publicou em sua conta no Instagram a conversa que teve com Bernie Sanders, que era, então, seu candidato favorito. Sanders desistiu da disputa este ano e passou a apoiar Biden, assim como a cantora. Afinal, como Cardi B declarou logo no início da conversa por Zoom, ela só quer que Trump vá embora.

E os bots tomaram uma rasteira da Telfar na semana passada. Há tempos, a marca fundada pelo designer Telfar Clemens é alvo da ação de bots, que esgotam as peças da grife assim que uma nova leva é disponibilizada. Essas peças, posteriormente são revendidas em sites como o eBay por valores muito acima do preço original.

Essa compra em massa orquestrada atingia especialmente a cobiçada Shopping Bag, a bolsa criada por Clemens e pelo diretor criativo Babak Radboy. De tão desejado, o acessório feito de couro vegano ficou conhecido como a Birkin de Bushwick, uma referência à it bag da Hermès e ao bairro que concentra artistas e modernos em geral no Brooklin, em Nova York.

No final de julho, a ação dos bots chegou a derrubar o site da Telfar. E um grupo de revendedores teve a cara de pau de anunciar que tinha adquirido 60% do estoque colocado à venda na ocasião. Mas este mês a marca contra-atacou. Numa ação batizada de Bag Security Programme, ou programa de segurança de bolsas, a Telfar abriu o site por 24 horas pra todos que quisessem encomendar a Shopping Bag. Os pedidos, feitos entre 19 e 20 de agosto, vão ser entregues apenas entre dezembro deste ano e janeiro de 2021. Dessa forma, a marca vai ser capaz de atender a todos os pedidos e os consumidores, por sua vez, conseguiram garantir a sua bolsa pagando um preço justo – que, nesse caso, varia de 150 a 257 dólares, dependendo do modelo escolhido.

A ação de bots na moda não é um problema enfrentado só pela Telfar. Essa compra em massa por robôs da internet, com a intenção de revender o produto a preços exorbitantes, virou uma praga, que atinge especialmente marcas de streetwear, como a Supreme e a Off-white. Parcerias entre designers renomados e lojas de departamento também são alvos preferenciais dos bots. A gente pode citar, por exemplo, as coleções da Moschino e do Giambattista Valli pra H&M. Quer dizer, justamente quando há essas iniciativas que oferecem peças assinadas a valores mais acessíveis, os bots entram na história e jogam os preços lá pra cima.

No caso dos tênis, então, essa revenda chega a valores inacreditáveis. Só pra citar um exemplo: o modelo que a Converse fez em parceria com a Off-White em 2018, custava 130 dólares na época do lançamento. Se você fizer uma busca na internet hoje vai encontrar sites oferecendo esse mesmo modelo por até 2 mil dólares.

Não se vê muito empenho da grifes em criar mecanismos pra barrar esse processo. Na verdade, essa procura desesperada é até interessante pro marketing de algumas empresas. No caso da Telfar, no entanto, o aumento forçado de preços vai contra tudo o que a marca prega. Só pra lembrar, o slogan da Telfar é It’s not for you, it’s for everyone. Ou seja, não é pra você, é para todo mundo. Em entrevista ao site Hype Beast, quando anunciou o programa de segurança de bolsas, Telfar Clemens disse que rejeita o conceito de exclusividade na moda e que seu objetivo é trabalhar com valor, sem escassez. Abre aspas pra Clemens: “Eu não sei se a moda pode funcionar sem exclusão — mas é assim que temos feito”.

No final de julho, a gente comentou aqui no Pivô a lista de indicações pra premiação anual promovida pelo CFDA, o conselho de designers de moda dos Estados Unidos. E falou sobre as críticas que a organização recebeu pela falta de diversidade e de novidade entre os nomeados. Havia apenas dois designers negros na lista e boa parte dos indicado já havia sido premiada pelo CFDA em edições anteriores.

Bom, então, a gente não pode deixar agora de mencionar uma movimentação pra mudar esse cenário. Este mês, o CFDA elegeu pela primeira vez uma mulher negra pra presidência da organização. A escolhida foi CaSandra Diggs, que já fazia parte dos quadros da instituição desde 2001. CaSandra chefiou os setores administrativo e financeiro e agora assume a presidência no lugar de Steven Kolb, que continua na executiva da organização como CEO. Antes da nomeação de CaSandra, Kolb acumulava os dois cargos. Tom Ford também segue no CFDA como chairman e CaSandra declarou que está muito honrada em trabalhar com os dois colegas.

Daqui a algumas semanas a gente volta nesse assunto do CFDA aqui no Pivô pra falar sobre os vencedores da premiação anual, que está marcada pra 14 de setembro.

E a dica que encerra o programa de hoje é do repórter Pedro Camargo. O Pedro recomenda o livro Ritmo Louco, da autora inglesa com ascendência jamaicana Zadie Smith, e conta aqui mais detalhes sobre essa história.

          “Ritmo louco é um título que ela emprestou de um filme do Fred Astaire, que é um clássico de dança e que as duas principais personagens desse livro são fascinadas por esse filme e sonham em ser dançarinas. Uma delas tem talento pra isso e a outra, não. E o livro é contado pela perspectiva da menina que não tem talento. Então, isso já torna as coisas bem interessantes. Só que ela não desenvolve essa história de uma maneira óbvia ou maniqueísta ou previsível, pelo contrário. A própria sucessão de acontecimentos na vida dessas duas personagens, porque a gente acompanha elas até pelo menos a faixa dos 30, quase 40 anos de idade, a sucessão de fatos na vida delas e os encaixes que elas conseguem com as oportunidades que são oferecidas a elas e com a postura que elas tomam frente à vida – uma na de perseguir o sonho e a outra na de aceitar o que a vida oferece simplesmente, não necessariamente correr atrás de algo que ela deseja profundamente – vão levar essas duas personagens pra dois caminhos muito diferentes. Mas acho que tem uma imagem que é muito importante, que é essa ideia que é da vida como uma dança ininterrupta, como um desejo de equiparar uma movimentação corporal com um ritmo que soa ao redor. E, em certa medida, um certo descontrole frente a esse ritmo. Você simplesmente precisa continuar dançando, por assim dizer. Mas eu acho que é uma leitura que vale muito a pena, principalmente por que ela tem uma linguagem muito descomplicada, muito tranquila, fala sobre assuntos que são muito contemporâneos, super-recentes, a Zadie Smith é uma autora superjovem e, enfim, foi uma leitura que pra mim foi muito engrandecedora. Eu me emocionei muito. Quando acabou o livro… Foi na última linha do livro que essa metáfora da dança me ocorreu. Nossa! Parece que na verdade era sobre isso. Eu acho que o livro vai ensaiando a vida dessas personagens, mas no final você percebe que você está participando de uma coreografia junto com elas, sabe assim?”

            Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes