Um guia prático de sobrevivência digital

Influenciadores, jornalistas e experts em internet e saúde mental revelam o que fazem para sobreviver ao vórtex das redes sociais.

 

 

Joice Berth

Joice Berth
Arquiteta, urbanista e escritora 

Eu nunca sonhei em ser influenciadora – nem acho que seja. O que faço na internet começou como uma forma de ativismo e acabou se tornando também um meio de divulgar meu trabalho. A possibilidade de conversar com pessoas de diferentes lugares, que eu não alcançaria fisicamente, foi o que me atraiu. Hoje eu consigo me conectar com gente do Brasil inteiro e até de fora.

As redes sociais tiveram um papel fundamental na minha trajetória. Muita coisa que faço hoje só aconteceu por causa delas. Tenho respeito e carinho por esse espaço, mas sei que ele não é saudável nem promove, de fato, o cuidado com a saúde mental. É difícil que seja diferente, já que a internet é uma extensão da sociedade – e, se a sociedade anda fora de controle, isso se manifesta de forma potencializada online.

Para lidar com os prós e contras, criei um ritmo próprio. A primeira regra é não levar nada para o lado pessoal. O que alguém escreve na internet quase nunca é sobre você, mas sobre a própria pessoa. Mesmo que pareça direcionado, geralmente não é. Manter essa impessoalidade é essencial para preservar a sanidade.

Outro ponto central é a autoestima. Brinco que sou a “chata da autoestima”, mas acredito que trabalhar e manter esse aspecto de forma contínua livra a gente de muita coisa – dentro e fora das redes. A comparação, por exemplo, é inevitável quando rolamos o feed. Só que é preciso lembrar: o que aparece ali são fragmentos. Muitas vezes, os feitos estão mascarados ou supervalorizados. Não existe vida perfeita. A realidade é feita de altos e baixos, e justamente por isso as pessoas registram e compartilham os bons momentos.

Compreender essa dinâmica me ajudou a parar de me comparar. O que se vê no feed pode ser um momento de glória, mas raramente mostra o caminho percorrido até ali. No fundo, a vida de todo mundo tem conquistas, derrotas, alegrias e dores. O segredo é valorizar as próprias realizações e olhar para os fracassos com generosidade. É isso que fortalece contra os apelos da comparação.

Também aprendi a não deixar o algoritmo me pautar. Em vez de consumir de forma passiva, busco ativamente conteúdos que me acrescentem, que dialoguem com quem eu sou. O que o algoritmo entrega nem sempre é o que precisamos ou o que nos alimenta. Encontrar autenticidade nas redes pode parecer difícil, mas é possível – e, quando acontece, dá a sensação de alívio, de estar dentro da normalidade.

Essas práticas me ajudam a manter a sanidade e a não ficar presa às telas. Como não deixo o algoritmo definir o que vejo, acabo descobrindo coisas que começam na rede, mas se expandem para fora dela: artistas, reflexões filosóficas, sociológicas… Muitas vezes, a internet serve apenas de ponto de partida, porque não comporta a profundidade que certos temas pedem. É esse o caminho que tenho trilhado.

Nathalia Levy

Nathália Levy
Jornalista e colunista de tecnologia da ELLE View 

Principalmente falando sobre comparação, top três maiores dificuldades de existir online na minha opinião, meu segredo tem sido simplesmente falar com as pessoas. É fácil esquecer que as fotos de perfis correspondem a seres humanos de carne e osso, e não a pixels existindo ali apenas para fazer você se sentir feia, atrasada ou perdida. Quando você conversa com as pessoas, de preferência pessoalmente, você entende que todo mundo está se sentindo mais ou menos como você na maior parte do tempo, e saber disso é infelizmente reconfortante. Quanto mais você conversa, mais você passa a enxergar os posts que outrora te deixavam mal menos com o filtro da comparação e mais como eles de fato são: pessoas buscando socialização, conforto, validação, enfim, várias coisas que, no momento, estão superconcentradas em plataformas, mas não deixam de ser desejos humanos.

De um lado mais prático, tudo pra mim gira em torno do desktop e do quanto ele me ajuda a controlar melhor a avalanche de informação que vem quando abro uma rede social no celular. Sinto que a relação com a internet pelo computador é muito mais intencional e mais “calma”, de certa forma. Mesmo que seja possível abrir o Instagram ou o TikTok no navegador, chega uma hora que você se sente meio ridícula de estar passando Stories com o mouse e fecha a aba.

Ainda sobre isso, acho que limitar os locais por onde você recebe informação é muito válido, ainda mais se você trabalha com isso. No meu caso, aposto muito no RSS e no e-mail e a cada trimestre, mais ou menos, reavalio se ainda está fazendo sentido assinar os sites, newsletters, blogs etc. para não transformar o espaço de novo em um feed infinito. Nessa mesma ideia, pagar por serviços ou o conteúdo que você consome é bom não apenas para apoiar o trabalho de veículos, mas também porque não tem como pagar por tudo, pois (quase) todos temos um orçamento limitado, então você invariavelmente vai ter mais compromisso em ler, assistir ou ouvir aquilo que paga, o que já diminui bastante a sua exposição à informação. 

Por fim, por muito tempo eu fiquei meio derrotista, certa de que a ideia da “cultura da participação” tinha dado errado, mas, conversando com pessoas que estudam o assunto, percebi que esse é um pensamento que tira a agência dos sujeitos. Claro que temos que estar atentos, há armadilhas por todo lado, mas existem exemplos de sobra de como existir online de um jeito mais particular, principalmente quando estamos falando de produção. Não é porque o design das plataformas está querendo que você poste vídeos de 15 segundos que você precisa fazer isso. Você pode postar um vídeo na horizontal de cinco minutos, você pode postar uma foto com uma legenda imensa, você pode procurar outras plataformas, você pode discutir em fóruns, até em grupos de Whatsapp de pessoas com interesses similares, você pode navegar por lugares que não são plataformas também, você pode criar seu próprio espaço. E, claro, você pode desligar tudo e puxar o fio da internet. Mas eu ainda acho que vale a pena participar dela de alguma forma. Existe uma interação particular aqui que me interessa. Isso envolve momentos de afastamento também para recuperar a energia e ganhar perspectiva, assim como em tudo na vida.

Lela Brandao

Lela Brandão
Influenciadora, podcaster e empresária 

Estou muito feliz com esta matéria, porque acho fundamental falar sobre o tema. Inclusive, é uma coincidência: estou escrevendo um livro que será lançado no ano que vem, e a primeira parte inteira é justamente sobre como criar uma relação mais saudável com as redes sociais. Tudo parte de um ponto central: entender que as redes são um universo opcional. Podemos escolher entrar e sair dele. O problema é quando damos mais peso ao online do que ao mundo real – e é aí que começa a ficar prejudicial.

Para mim, a prática mais transformadora foi instituir o meu “sábado offline”, hábito que criei em 2020, durante a pandemia. No início, tinha medo de perder notícias ou de que as pessoas achassem estranho, mas logo percebi que ninguém nem tinha notado. Esse aprendizado me ajudou a colocar as coisas em perspectiva e a perceber que os problemas parecem maiores nas redes do que de fato são.

Também estipulei limite de tempo nos aplicativos – uma hora por dia em cada rede. No começo, foi essencial para eu ter noção do tempo gasto rolando o feed. Hoje raramente chego a esse limite.

Outra estratégia foi bloquear o celular das 10 horas da noite às 8 da manhã. Todos os aplicativos ficam desativados nesse período, o que me ajudou a quebrar o hábito de passar horas de madrugada rolando o feed. E, há dois anos, comecei a deixar o celular fora do quarto: isso evita que eu pegue o aparelho assim que acordo e me ajuda a escolher conscientemente o momento de usá-lo. São práticas simples, mas que fizeram muita diferença na minha relação com as redes e no meu bem-estar.

 

Manuela Xavier

Manu Xavier
Psicanalista e comunicadora

A autoestima, para mim, não pode estar apoiada apenas na imagem. Quando isso acontece, ela se torna volátil: muda de acordo com as tendências da época ou com o passar dos anos. Uma coisa é a forma como me vejo aos 25, outra é como vou me enxergar aos 45. Agora estamos na época da extrema magreza: ser magro é bonito. Mas logo “magro demais” vira esquelético, e o bonito passa a ser musculosa. Só que musculosa demais já é “igual a um homem”. Não podemos ficar reféns das tendências. Por isso, acredito que precisamos construir uma autoestima baseada em capacidades, habilidades e potências. 

Ao mesmo tempo, não dá para dizer que ela exista sem a imagem. A psicanálise ensina que não é com, mas também não é sem. Quando uma mulher não está em paz com o próprio corpo, e por sofrer gordofobia e rejeição, acaba se escondendo: evita roupas justas, decotes ou algo que revele a silhueta. Já quando se sente confortável, com o mesmo corpo e o mesmo peso, transmite outra presença, outro brilho. É quando ouvimos: “Nossa, que glow up”. O corpo é o mesmo, mas a relação com ele mudou.

Essa reflexão tem tudo a ver com a internet. Acreditamos que buscamos identificação, mas, na prática, nos conectamos por projeção. Seguimos pessoas com vidas, corpos e relacionamentos irreais e isso nos faz sentir aquém. Por isso considero tão importante encontrar referências reais – sejam amigos próximos, sejam figuras públicas que mostram vulnerabilidade. Gosto muito de citar a Paolla Oliveira, que aparece dizendo: “Eu tenho celulite, e é isso”. São pessoas reais que também estão no pagode, vivendo a vida. 

A psicanálise me ajuda muito a manter a saúde mental. Entendemos que o sofrimento não nasce da falta de reconhecimento das nossas qualidades, mas da recusa em lidar com as nossas sombras – aquilo que é estranho, feio, egoísta, mesquinho. Quanto mais empurramos isso para o escuro, mais nos atormenta. Nesse sentido, a internet pode ser um espaço fértil para o exercício de encarar o que é diferente, incomum, desconfortável. Esse movimento nos ajuda a buscar o que chamo de integridade psíquica: reconhecer-se inteiro, com talentos e falhas, sem precisar se depreciar. 

Algo que tem me ajudado nesse processo é o clube do livro, que retomei recentemente. Ali mulheres de 19 a 68 anos compartilham experiências diversas – desde quem largou tudo para viajar o mundo até quem congela os óvulos para ter um filho sozinha. Essas trocas me encorajam a sustentar as minhas próprias escolhas. No fim, se eu tivesse que resumir, diria que autoestima não está na imagem, mas também não se separa dela, que é preciso fazer as pazes com o corpo, que a internet pode ser usada para criar redes de acolhimento, mas também de estranhamento, e que nos expor ao diferente é essencial. E, acima de tudo, digo sempre: façam análise. É a melhor ferramenta que conheço para sustentar a saúde mental.

Angelica Silva


Angelica Silva
Maquiadora e influenciadora de beleza 

Ao longo desses cinco anos trabalhando com internet, trabalhei com grandes marcas nacionais e internacionais. Hoje, tenho 20 clientes, um portfólio que exige muita presença, conteúdo e dedicação. O maior conselho que eu daria para mim mesma há dois anos seria abrir mão de algumas coisas – clientes, campanhas e trends – para preservar minha saúde mental. Em 2023, tive um burnout: me vi ansiosa e exausta de criar conteúdo. Às vezes, sentava para gravar e acabava chorando, porque estava nesse ritmo de tentar fazer tudo ao mesmo tempo, alcançar números maiores, engajamento, mais pessoas, mais marcas, receber mais coisas… E isso não é saudável. 

Foi preciso parar e refletir comigo mesma. Percebi que não precisava fazer tudo o que queria e que, mesmo assim, chegaria aonde almejava. Pode parecer que sou extremamente presente na internet, mas meus vídeos são gravados em dois ou três dias. Assim, consigo resolver muitas coisas durante a semana e participar de eventos sem a pressão de mil tarefas simultâneas. 

Hoje eu prezo muito o final de semana. Às vezes não consigo, mas tento trabalhar até sexta-feira, às 7 da noite. No sábado e domingo, priorizo momentos com minha família – atividades que não envolvam a internet. Posso ter postagens programadas ou conteúdos pontuais, mas não no mesmo volumeda semana. Nos finais de semana, gosto de estar com meu marido, minha família e meus sobrinhos sem criar conteúdo: ir a restaurantes e simplesmente aproveitar a comida, passear sem registrar nada, deixar o celular inativo e me dedicar apenas ao básico. Quando viajo a trabalho, muitas vezes estendo a viagem porque a família me acompanha, mas, nos dias em que não estou trabalhando, não produzo conteúdo sobre o lugar. Posso postar uma foto ou um story, mas não faço parcerias com hotéis ou marcas. Prefiro pagar e criar o conteúdo que realmente quero.

Todos os dias, janto com o meu marido para que possamos conversar sobre a vida e resolver questões domésticas, sem a interferência da internet. Ele não tem redes sociais e, portanto, não participa desse universo, o que me ajuda a separar o trabalho da vida pessoal. Com os amigos, é a mesma lógica: escolhemos séries, filmes, bares ou passeios que não envolvam meu conteúdo. Eles não entendem muito sobre meu trabalho e, honestamente, gosto que pensem que é pura diversão. Isso me dá ânimo e prazer: ver a felicidade deles com o que compartilho me motiva a continuar.

Durante a semana, meu trabalho exige isolamento, concentração e silêncio para que eu entregue meu melhor. Quando estou com pessoas queridas, não quero dividir atenção com a internet. Aprendi ao longo dos anos que não posso viver com a ânsia de produzir conteúdo constante. Foquei o meu nicho – beleza – sem expor meu marido, meus sobrinhos e minha família. Minha conexão real é com minha história e meu crescimento profissional, de forma genuína, sem recorrer a apelos de conteúdo para chamar atenção.

Se não tenho ideias, paro e reflito sobre meu meio, que não para. Sempre há lançamentos e tendências, mas consigo alimentar minhas redes com o que estudo sobre beleza. Entendi que meu trabalho é meu trabalho e minha vida não é conteúdo. Minha vida pode ser mostrada às vezes, mas não precisa ser constantemente, e isso me trouxe muito conforto. Separar profissional e pessoal foi, sem dúvida, a melhor decisão dos últimos dois anos.

Marcela Ceribelli

Marcela Ceribelli
Diretora criativa, podcaster e escritora 

Eu sempre fui muito conectada – tive Orkut, Fotolog, entrei no Instagram quando tudo ainda era mato. Mas percebi que gostava mais da internet quando ela era um lugar que a gente visitava e depois desligava, e não esse espaço onde hoje a gente mora. Quando passamos a viver nas redes sociais, comecei a sentir os efeitos na minha saúde mental. Afinal, elas são feitas para isto: para nos colocar em comparação constante, para nos fazer acreditar que a vida dos outros é melhor que a nossa, que estamos atrasados ou menos felizes.

Ainda assim, acredito que a internet pode ser um lugar de conexão e educação. Por isso, não gosto de demonizar o mundo online. O que faço para não transformá-lo em algo nocivo é estabelecer limites: eu entro e saio. Costumo tirar pequenas folgas, deletar o Instagram nos fins de semana ou em viagens, e só assim consigo de fato descansar. Para mim, férias não existem se as redes sociais continuam no celular. É impressionante o efeito desse afastamento, porque as telas nos afastam do agora, da presença.

Levo muito isso para o meu trabalho. Uma entrevista de 60 minutos, por exemplo, é um espaço em que nos propomos a conversar sem olhar o celular – é uma experiência de escuta e presença. Tento trazer esse aprendizado também para a minha vida. Não sou a pessoa mais conectada e pago um preço por isso, porque não opero na lógica do imediatismo, que espera respostas rápidas. Mas descobri que nem tudo é tão urgente assim. Estar perto de quem a gente ama é insubstituível, e nada na tela é mais relevante do que esse momento.

Hoje as redes sociais e o celular para mim são ferramentas de trabalho, e não de lazer. Meu lazer não acontece dentro das telas. Essa separação é o que me ajuda a viver com mais equilíbrio.

Bianca

Bianca Andrade
Influenciadora e empresária 

Desde muito cedo, vivi a sensação de precisar estar online o tempo todo. E, por anos, isso me trouxe uma carga pesada, que impactava meu humor, minha produtividade e até minha saúde mental. A grande virada foi na maternidade, quando ouvi que a exposição a telas não é recomendada para crianças pequenas e me perguntei por que nós, adultos, não fazemos essa mesma reflexão. De lá pra cá, fui criando estratégias para sobreviver nesse ambiente. 

Não começo o dia no celular, procuro estar 100% presente quando estou com meu filho e, de tempos em tempos, faço períodos off pra me “desintoxicar”. Também busquei fortalecer o hábito de ler e busquei referências em livros que me ajudaram a compreender melhor esse processo, como Foco roubado (2023), de Johann Hari, que trouxe dados e reflexões sobre os impactos das telas que eu já vinha sentindo na prática. 

A internet é meu trabalho e parte da minha vida, mas ela não pode ser tudo. Hoje entendo que, se eu não me coloco limites, ninguém vai colocá-los por mim e a conta sempre chega. O equilíbrio é o que me mantém sã.

Luanda Vieira

Luanda Vieira
Jornalista de moda e criadora de conteúdo 

Quando eu comecei a trabalhar integralmente com redes sociais, cometi o erro de acreditar que eu precisava aparecer todos os dias custe o que custar. Pensando no algoritmo, faz sentido. Mas, a longo prazo, para a minha saúde mental, entendi que não. Na época, eu estava me recuperando de um burnout e, obviamente, ele só piorou. Foi quando eu percebi que dava para trabalhar de acordo com a minha verdade. Desde então, há cerca de três anos, só apareço quando estou me sentindo 100% bem, quando tenho assunto sem precisar forçar qualquer barra e quando sei que a minha presença online vai fazer a diferença na vida de alguém de alguma forma, seja com assuntos mais profundos, seja com imagens leves e bonitas, que gosto de fazer. 

Acredito que essa tenha sido a primeira medida que eu tomei para trabalhar respeitando os meus limites. Estar nas redes sociais ativamente é um trabalho diário para não cair na sarjeta das comparações. É inevitável não se comparar quando as coisas estão mais lentas, quando não estamos satisfeitos com os nossos resultados, então para mim foi importante fazer um exercício de análise para entender o que dependia de mim e o que dependia da plataforma. Isso me deu mais liberdade para criar de acordo com o que eu acredito, em vez de querer seguir todas as tendências. Aliás, vejo nas tendências e em toda essa velocidade das redes sociais um perigo para a nossa sanidade. Toda vez que alguém me pergunta se eu não vou falar sobre determinado assunto, sempre respondo que eu não preciso me posicionar sobre tudo. E não preciso mesmo. Essa é outra medida que foi essencial para que eu continue toda essa exposição sem me desgastar tanto. 

Sobre as comparações, que são inerentes ao ser humano, comecei a não me sentir culpada por silenciar perfis que não me estavam fazendo bem em determinados momentos, até que eu resolva as minhas questões internas e possa voltar a acompanhá-los. É importante prestar atenção em quem a gente segue e o que aquele conteúdo desperta na gente. Não tem problema parar de seguir ou bloquear o que transtorna a nossa vida.

A última questão é a importância de ter tempo para viver offline. Pode soar contraditório, mas é tão necessário. Guardo momentos só para mim, minha família e amigos. Não posto no final de semana, salvo raras exceções. Parei de querer parecer produtiva o tempo inteiro, principalmente porque acho essencial manter coisas no âmbito privado. Essas ações foram primordiais para que eu continuasse a entregar conteúdos com a qualidade que eu gosto.