Carta da Editora

29 músculos e 150 batidas cardíacas em um único beijo.

 

Renata Piza 1

 

Matilde Campilho, uma das poetas de quem mais gosto, escreveu num poema que tem o nome deste mês, Fevereiro, que o amor é “em tudo semelhante à forma física do mercúrio no mundo. Quando o vidro se quebra, o elemento químico se espalha e então ele fica se dividindo pelos salões de todas as festas. Mercúrio se multiplicando”. O que sempre me deu uma vontade danada de poder quebrar todos esses vidrinhos onde o amor ainda possa estar confinado, só para espiar sua multiplicação.

E é sobre isso esta edição: sobre a felicidade de ver e de poder sentir amores calmos ou de verões, sobre o tesão pelo outro e pela vida, sobre o direito de poder beijar quem você quiser e quiser te beijar de volta. 

Beijos eternizados aqui por Ícaro Silva e Izrra, Benedita Casé e João Pedro Januário, Vitória Strada e Marcella Rica, Tasha e Kyan, quatro casais que toparam espalhar esse mercúrio todo nas nossas quatro capas, fotografadas por Ju Rocha e filmadas pelo time da Seiva, com a direção poética e, ao mesmo tempo, hot, do jeito que a gente gosta, de Bárbara Magri – arrisco dizer que todo mundo vai ter vontade de dar um beijo depois de assistir esse curta e, de quebra, ler o texto de outra das minhas escritoras favoritas, Maria Ribeiro. Que tesão trabalhar com tanto talento! 

Beijo também é pauta de um almanaque divertido e cheio de curiosidades, preparado pela jornalista Chantal Sordi – você sabia, por exemplo, que Alexandre, o Grande, além de gostar de conquistar impérios inteiros, é considerado um dos maiores beijoqueiros de que se tem notícia? E que, por outro lado, já teve rei proibindo boca com boca? 

Felizmente, por aqui, proibir algo é proibidão se todo mundo se organizar direitinho. O que nos leva para outra matéria deliciosa, escrita por Rafaela Fleur, sobre a libertação que vem pedindo a moda brasileira – a.k.a. corpos que podem ser vistos e celebrados, aquele toque fetichista, em alguns casos, e muita alegria. O brasileiro, apesar dos pesares, é um povo que ainda luta pela felicidade. Bonito de se ver.

E tem alguma coisa que represente melhor isso do que o Carnaval? A festa, que nasceu em Veneza e ninguém nem se lembra, ganhou cidadania brasileira, com a bênção de todos os sambas. Para celebrá-la, entramos no ritmo com direito a camarote armado pelo Grupo Soma na Sapucaí, e mostramos  os bastidores dos 100 anos da Portela, a mais antiga agremiação em atividade no Rio de Janeiro, e a mais premiada.

 

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Com o empenho do repórter Gilberto Júnior e do cinegrafista José Eduardo Pachá, retratamos a importância da escola de samba na comunidade, e o amor-mercúrio infinito que um portelense é capaz de conservar. Tá imperdível, do tipo que dá vontade de rir e de chorar.

Recupere o fôlego que tem mais! Nesta edição da ELLE View, abrimos alas para os blocos afros, Pabblo Vittar, tendências das passarelas com green card para os bailes e avenidas do samba, Alexei e high nails (como agora eu pensei em chamar as unhas gigantes que andam em voga!).

 

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Pra terminar, dê uma espiada no guia preparado pela equipe de beleza, capitaneada pelo súper 
Pedro Camargo, e prepare o lip balm para sua boca não cansar/ressecar depois de tanto beijo consentido. 

Um beijaço pra você que acompanha sempre a ELLE View. Que fevereiro traga alegria, alegria, na voz de Caetano Veloso, para todos nós.

Renata