Já foram mais de 50 designers, em seis anos. Gente que hoje virou mainstream, mas era pequenininha, pequenininha. Gente como Marina Bitu, Angela Brito e, talvez a mais conhecida de todas, Rafaella Caniello, da Neriage, turma 2018.
Idealizado por Ana Isabel Carvalho Pinto, cofundadora do Shop2gether, plataforma online de compras brasileira, o projeto Novos Designers chega à 12ª temporada com a promessa de jogar luz (e dinheiro) no trabalho de marcas cheias de potencial criativo e financeiro. “Durante a seleção das marcas, o primeiro passo é sempre a criatividade, o que aquela marca faz de melhor. Mas temos um pilar financeiro importante, a moda é um negócio. Uma vez que escolhemos a marca, compramos um ano da produção, porque entendemos que o ciclo financeiro faz parte do amadurecimento”, conta Ana Isabel. “A gente não quer só dar visibilidade.”
A cada seis meses, assim como os principais lançamentos do mercado, um tema é lançado, tipo desafio fashion, e uma nova leva de criadores pode se inscrever no site para participar. Quem passa pelo crivo de Ana Isabel e de Costanza Pascolato, que atua como consultora do e-commerce, ganha espaço na plataforma, nas mídias sociais e em revistas especializadas. Em maio, por exemplo, você conhece quem são os estilistas de 2024 nas páginas da ELLE impressa. Aguarde!
O desafio de agora, segundo a empresária, foi encontrar marcas que apostam na autenticidade. “Mas não na autenticidade só pelo potencial criativo do designer, e sim na autenticidade como uma característica ou um asset que traduz a essência real do designer, aquilo que é verdadeiro”, ressalta.
Em outras edições, vale lembrar, valores como sustentabilidade e ancestralidade foram a chave-mestra para criar a lista do the next big thing da moda. Na décima temporada, tivemos o momento passado, presente e futuro, em que havia uma mistura entre peças da Aria, feitas para o metaverso, e roupas de João Moraschin, que acaba de estrear no São Paulo Fashion Week.
Voltando mais na linha do tempo, o Novos Designers também contemplou grifes que trabalhassem com design emocional e heranças culturais – foi aí que se destacaram nomes como Dendezeiro, Weider Silvério e Argalji.
Durante a escolha dos finalistas, pesam também a importância da inclusão, de designers que “estariam à margem do mercado de moda ou que dificilmente teriam algum parceiro comercial grande olhando para eles”, afirma Ana Isabel. E do coletivo: “Sou de uma época da moda em que existia uma rixa entre os estilistas, com a ideia de que não existia mercado para todo mundo. Acredito no contrário. A coletividade dá muita potência individual e é um ganho para a moda nacional, e não só pra quem participa”.
Outra missão importante da empresária, ao longo do processo, é fazer com que a consumidora perceba valor em cada nova etiqueta. “Muitas vezes, a moda nacional é mais valorizada lá fora do que aqui. É preciso dar destaque aos novos nomes, apresentá-los e, óbvio, garantir que o produto seja bom. Costumo dizer que roupa boa é a que está vestida.”
Verena Figueiredo usa camisa e calça, João Maraschin, e botas, Schutz. Juliana Rocha
RELEMBRE QUEM JÁ PASSOU PELO PROJETO
Turma de 2018:
Baum & Haut, Wymann, Paola Vilas, Bitti Colares e Neriage (edição 1)
Keymono Project, Von Trapp, Estúdio Pége, Struktura, Haight (edição 2)
Turma de 2019:
Linking Dotz, Augustana, Pade D, Arqvo e Wasabi (edição 3)
Sall, Ângela Brito, Iara Wisnik, Marina Saleme, Bonica e Emi Beachwear (edição 4)
Turma de 2020:
ESC, Cura, Par Par Bags, Witte Jewellery, Rocio Canvas, Marina Bitu e Freiheit (edição 5)
Lily Franco, Jouer Couture, CV4, Magari, Azulerde e Gatsalosoph (edição 6)
Turma de 2021:
Lucas Leão, Gonzalo, Nadruz, Keka Tenório, Zâmbia e Nay Sunset Wear (edição 7)
Argalji, Cocteau Studio, Ímpar Ateliê, Normando, Nui Nui, Weider Silveiro, Dendezeiro, Mile Lab (edição 8)
Turma de 2022:
Kor, Le Bain, Le Borô, Minu Lab, Nathalie Edenburg e Niini (edição 9)
Turma de 2023:
Nau Bikinis, João Moraschin, David Lee, Mission Art, Maurício Duarte (edição 10)
Ana Duque, Aria, Sage, Koralle, Savy (edição 11)