Ateliê Fomenta faz estreia surpresa com Cazuza e discurso libertário

Inspirados nas ideias do músico, estilistas Felipe Carvalho e Fellipe Campos tratam de resistência em tempos autoritários.


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A Casa de Criadores é conhecida por apostar em novos nomes do cenário da moda brasileira e abrir caminho para vozes diferentes apresentarem suas versões dos fatos cotidianos na passarela. Com a edição virtual, esse caminho ficou ainda mais livre para o evento apontar novos olhares, que não necessariamente entram no line-up oficial. É o caso do Ateliê Fomenta.

Inspirados não apenas na obra e na imagem de Cazuza, mas nos tempos libertários em que o cantor carioca viveu após o fim da ditadura militar no Brasil, os estilistas Felipe Carvalho e Fellipe Campos apostam em roupas de verão sem gênero no vídeo Assim nos tornamos brasileiros. O título faz referência ao trecho da música O tempo não para, de 1988, composta pelo cantor. A década, aliás, permeia tanto a estética do fashion filme quanto as peças da coleção.

No repertório da dupla, há sungas reveladoras, vestidos para eles, roupas de frente única e casaquinhos de meia estação. As peças soam como afronta a este governo que flerta com o autoritarismo do passado e permance à espreita para escancará-lo.

Os shapes são inspirados em peças clássicas que circundam o imaginário das bandas do rock nacional, assim como as regatas e as camisetas de bandas que faziam parte da cena.

Em um vídeo divertido, com trilha e incursões de falas icônicas de Cazuza, modelos desfilaram peças em tricoline de algodão, ótimas pelo conforto e pela facilidade de serem usadas, e seda brasileira desenvolvida em moulage, ora bordada, ora estampada.

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