A gente não existe só em junho!

Mercado Livre amplia bazar de moda que capta recursos para a Casa 1, instituição que acolhe e profissionaliza pessoas LGBTQI+ em situação de vulnerabilidade (e que precisam de visibilidade, não só no mês do Orgulho).


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CONTEÚDO APRESENTADO POR MERCADO LIVRE

Foi lembrando como ele mesmo teve que lidar com a família, quando se assumiu gay, que o jornalista Iran Giusti decidiu avisar em suas redes sociais que estava disposto a ceder o próprio sofá de casa para pessoas expulsas em função da sua identidade de gênero.

Choveu pedidos. O problema, ele percebeu, era maior do que podia imaginar. Por meio de um financiamento coletivo, ele fundou a Casa 1. Era janeiro de 2017, a verba dava para um ano. Corta para exatos 6 anos depois, e a organização, que ainda batalha por apoio, já atende mensalmente cerca de 3.500 pessoas em seus mais variados projetos.

Desde o início, a ideia não era funcionar apenas como teto para acolher essas pessoas. Ainda que complexa, a vontade era transformar aquele sobrado no bairro da Bela Vista, em São Paulo, em um Centro de Acolhida e Cultura, que fornecesse segurança e fomentasse a cultura LGBTQI+ no território em que estava inserido.

Para que as pessoas pudessem circular na residência, foram abertas aulas gratuitas de línguas (para moradores e não moradores). Com o tempo, outros braços de atuação também surgiram. De discussões sobre a importância da saúde mental, se viu a necessidade de fornecer atendimento psicossocial para a população. Ampliou-se o trabalho em três frentes: república, Galpão Casa 1, com atividades educativas, e Clínica Social.

“Chamamos de república, porque as pessoas têm autonomia, a chave de casa, se responsabilizam pela comida e pela limpeza. Entendemos que essa é uma casa transitória, de passagem. A ideia é que você se profissionalize. Entendemos o lugar como um espaço vivo, sem composição fixa. E o melhor exemplo disso é o caso de uma antiga moradora que hoje ministra um curso de upcycling de roupas”, afirma Livia Dias, diretora do organização.

Moda, inclusive, é assunto fundamental para essa comunidade. Se a forma como nos vestimos é importante na construção de identidade e composição da nossa autoestima, para a população LGBTQI+, com destaque para pessoas trans e travestis, é essencial. Não à toa, cursos como a oficina de costura, corte de cabelo e produção de maquiagem são os mais procurados. “Essas pessoas sofreram muitas violências na tentativa de impedir que existissem da forma que são. É comum pessoas trans chegarem à Casa 1 e escolherem pela primeira vez na vida a roupa que vão usar, colocar um cabelo, um acessório. Em uma semana, a gente fala que ela parece outra pessoa. Na verdade, ela começa a se parecer mais com ela mesma, contando uma história e uma narrativa próprias”, diz a diretora.

 

A MODA transFORMA?

“A moda afeta muito a nossa vida porque, com a transição, refletimos o que somos, quem queremos ser. E a roupa ajuda a expressar essa identidade. Ela tem a capacidade de melhorar a nossa autoestima, nos deixar confortável. Você quer ser visto, fotografado, o olho brilha”, conta Thomas Nader, homem trans, líder da área de RH e parte do grupo de afinidade LGBTQI+ do Mercado Livre.

E é justamente sob o lema “A Moda TRANSforma” (e, claro, sob o olhar atento do Thomas e de outros colaboradores da comunidade LGBTQI+ da empresa) que o Mercado Livre decidiu ampliar a visibilidade do seu bazar criado com a Casa 1, sua parceira desde 2019. O Bazar Casa 1, que está no centro desta campanha, fortalece a relação da marca com o espaço com o objetivo de dar ainda mais visibilidade e captar recursos para as diversas iniciativas da ONG.

Com direito a um fashion film (vídeo que você também confere no Instagram da ELLE), o Bazar Casa 1 é um projeto digital que reúne em uma loja do Mercado Livre roupas, calçados, acessórios, livros, itens para casa, dentre outros produtos, cuja venda é revertida para a instituição.

Lembrando que, para além do Bazar Casa 1, o Mercado Pago, o banco digital do Mercado Livre, disponibiliza também o Botão Doar, que permite que seus usuários doem para instituições e projetos de impacto socioeconômico. Funciona de maneira simples. Basta entrar no aplicativo do Mercado Pago, escolher a instituição a ser beneficiada, definir a quantia, a forma de pagamento e fazer a sua parte. Além da Casa 1, neste momento, estão ativas no aplicativo organizações como a Casa Chama, de São Paulo, a Casa Miga, de Manaus, e a casa Neon Cunha, de São Bernardo do Campo, que apoiam a comunidade LGBTQI+.

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Imagem da campanha “A Moda TRANSforma” e, em destaque, ao lado direito, Thomas Nader, homem trans, líder da área de RH e parte do grupo de afinidade LGBTQI+ do Mercado Livre.

A ideia de dar passos mais largos e perenes em relação à causa LGBTQI+, segundo Angela Faria, líder de Diversidade e Inclusão do Mercado Livre na América Latina, se dá pelo fato de que o movimento é de dentro para fora. “Temos uma grande população dentro de casa. E a comunidade LGBTQI+ é uma das nossas prioridades há alguns anos, justamente porque espelha nossos milhões de usuários, suas preferências e necessidades. Hoje, aqui no ecossistema do Mercado Livre, nós temos aproximadamente 15% de pessoas que se autodeclaram parte dessa comunidade na região”, ela explica.

Ainda que pesquisas demográficas oficiais com foco na comunidade LGBTQI+ sejam raras , o Mercado Livre tem trabalhado para se manter sempre acima dos indicadores do mercado, como mostra esse dado. “E a gente não se gaba pelo número, mas, sim, por essa população estar em todos os níveis da empresa, não só na entrada”, ela continua. E é dessa própria comunidade interna a decisão de estruturar projetos com impactos maiores. “É baixo o percentual da população trans com emprego formal no Brasil. É preciso abrir portas. Financiar instituições profissionalizantes é querer que essas pessoas saiam de um lugar de invisibilidade, de uma família que não as acolhe, para um lugar em que elas podem ser donas do próprio negócio, empreender ou desenvolver ao máximo suas carreiras em empresas com ambientes inclusivos e oportunidades iguais de crescimento”, complementa Angela.

Para ampliar ainda mais o bazar criado em outubro do ano passado, a nova campanha do Mercado Livre aproveita a discussão em torno do Dia Nacional da Visibilidade Trans (29 de janeiro) e traz ainda Joana Jade. A artista travesti multifacetada emprestou as suas pinceladas coloridas, inspiradas em sua vivência, para customizar peças exclusivas e limitadas que também estarão disponíveis na loja na forma de coleção cápsula.

“Ao contar com parceiros como a Casa 1 e a Joana, além de aprender muito, criamos uma rede de apoio onde, muito além do apoio financeiro, buscamos também sensibilizar outras pessoas e empresas para impulsionar projetos, movimentos e a comunidade LGBTQI + o ano todo”, diz Thais Nicolau, diretora de Branding do Mercado Livre na América Latina.

Afinal, a população LGBTQI+ não existe apenas em junho, durante o Mês do Orgulho. “Nós vivemos o ano inteiro e precisamos de ajuda perene. Precisamos de ajuda com perspectiva duradoura, porque somos uma estrutura que funciona o ano inteiro”, lembra Livia Dias, da Casa 1. “Ao olhar para os negócios encontramos oportunidades de amplificar o nosso impacto, aproveitando as tecnologias e os canais que estabelecemos com milhões de pessoas para falar de causas relevantes e as aproximar de empreendedores, projetos, marcas e instituições. A moda tem o poder de gerar transformação, apoiando as pessoas a expressar sua individualidade, gerando representatividade e impulsionando uma sociedade mais inclusiva”, conclui Angela Faria.

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