Arqueóloga cria joias que valorizam elementos da floresta

Conheça a Amazônia Ancestral, marca da paraense Cristiane Martins, que integra a segunda fase do #Movimento.


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Design, joias e arte que refletem a alma criativa amazônica. Essa é a premissa da Amazônia Ancestral (AMA), criada em 2018 pela arqueóloga e designer Cristiane Martins, natural de Belém (PA). A marca de joias e acessórios autorais faz parte da segunda fase do #Movimento, projeto solidário idealizado pela ELLE e pensado para impulsionar o desenvolvimento sustentável entre pequenos empreendedores de moda. “Ser reconhecida nacionalmente como uma marca com práticas positivas e sustentáveis de produção confirma que estou no caminho certo e que há muito trabalho pela frente”, diz Cris Martins.

O negócio é fruto de uma extensa pesquisa sobre a ancestralidade da região, iniciada em 2002. “Desde então, meus interesses se voltaram para a estética e as técnicas ancestrais, símbolos, amuletos, manualidades indígenas, processos criativos e produtivos, e ateliês dos artesãos do passado”, explica ela.

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Foto: Marilinda Barros

Com inspirações baseadas na estética orgânica da floresta, folhas, raízes, símbolos de poder e arquétipos femininos, a designer vem explorando a marchetaria em folhas e blocos e a madeira esculpida em suas coleções. Entre os lançamentos recentes, destacam-se o anel Lanças de Oxum, desenvolvido com folhas de ouro, prata e madeira imbuia de móveis descartados; o bracelete feito com tronco queimado e arranhões de gata em ouro, da série Fêmeas Felinas; e os brincos Pintas, com folhas de ouro, madeira e prata. “Cada design é criado para que o público mergulhe numa Amazônia ainda pouco conhecida, por isso acredito que a AMA é um projeto de pesquisa e divulgação da alma criativa amazônica”, define Cris Martins.

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Foto: Fabíola Tuma

Adepta do reaproveitamento e produção consciente, a grife tem como principal matéria-prima a madeira de móveis antigos descartados, pedaços de troncos caídos coletados nas matas ao redor de Belém e fornecidos em oficinas de mestres artesãos, assim como pequenas sobras da fabricação artesanal de objetos utilitários. Outros elementos utilizados na composição das peças são a prata 950, o refugo de lâminas de cobre usadas em motores de barcos amazônicos e tecidos com fibras naturais, como linho e algodão.

Todo o processo de produção é compartilhado no Instagram da marca, que também realiza diferentes cursos sobre arqueologia e técnicas criativas locais.

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