Salut Paris! Farm abre pop up no Le Bon Marché e inicia expansão europeia
Após conquistar os Estados Unidos, a marca carioca amplia sua operação e lança também um e-commerce focado no mercado europeu.
Há 25 anos, Katia e Marcello Bastos lançavam a Farm na Babilônia Feira Hype, no Rio de Janeiro, com um investimento de pouco mais de mil reais. De lá pra cá, o estande virou uma loja, depois uma rede, que conquistou cidades, estados e, recentemente, outros continentes. O primeiro destino foi os Estados Unidos, em 2019. “Sempre acreditamos que a marca tinha um potencial real de competir lá fora por ser muito autêntica e ter uma identidade diferente”, conta Katia, diretora criativa da etiqueta.
Após abrir uma flagship no bairro do Soho, em Nova York, a label tomou fôlego para avançar pelo território estadunidense e chegou a Los Angeles e Miami, além de engatar parcerias com as lojas de departamento Bloomingdale’s, Anthropologie, Nordstrom, Neiman Marcus e Saks. O movimento rendeu um faturamento de quase 2 bilhões de reais só em 2021 e, hoje, a Farm Global representa cerca de 32% das vendas da marca.
Com os ventos gringos soprando a seu favor, a etiqueta, famosa pela estamparia colorida, alegre e brasileira, inicia uma expansão europeia, começando por Paris, com uma pop up de 260m2, no Le Bon Marché, e um e-commerce focado no mercado local, com centro de distribuição na Holanda. “A França já tem uma ligação especial com o Brasil. Por isso, gostaram da nossa proposta e ofereceram esse espaço enorme, que aproveitamos para criar uma experiência incrível”, diz Katia.
A pop-up receberá as coleções de verão e alto-verão e foi pensada para parecer uma galeria de arte toda inspirada na riqueza da biodiversidade da Amazônia. O projeto tem assinatura do arquiteto Marcelo Rosenbaum. “Nos conhecemos há uns 12 anos, e sempre o acompanhei. Quando surgiu o projeto global, só consegui pensar nele”, fala a diretora criativa. A ideia foi ocupar o lugar com diferentes intervenções de artistas e coletivos brasileiros, todas criadas para expressar a exuberância da fauna, flora e culturas amazônicas, celebrando o lado artesanal que sempre acompanhou o estilo da Farm.
Para isso, a loja foi projetada como uma rosa dos ventos, com quatro espaços distintos, cada um com um conceito e curadoria próprios de produto. Entre os destaques, estão as araras suspensas feitas pela tribo Kayapó, da região da Amazônia, e uma instalação com 400 folhas feitas de garrafas PET recicladas presas no teto, assinada pelo coletivo de artistas da LabUni Preta. Também há um barco de madeira esculpido pela comunidade da Terra Preta, do estado do Amazonas, e provadores projetados como um casulo gigante de macramê, feito com 500 quilos de algodão crochetados pelo coletivo Ponto Firme, iniciativa comandada pelo estilista Gustavo Silvestre que utiliza a moda como ferramenta para a transformação social e capacitação de egressos da penitenciária Desembargador Adriano Marrey, em Guarulhos.
Há ainda um espaço dedicado ao One Tree Planted, projeto que visa regenerar a Amazônia, a Mata Atlântica e outros biomas do Brasil, onde a cada compra, uma árvore é plantada em uma dessas regiões. Eventos, workshops e outras ativações também estão na programação da marca, que fica na loja de departamentos francesa até meados de junho.
O plano de expansão inclui a abertura de 35 a 55 lojas nos Estados Unidos e Europa nos próximos anos, com a entrada de novas categorias de produtos. Neste primeiro semestre, a Farm também aterrissa em outras lojas europeias, como a Liberty, em Londres, e KaDeWe, em Berlim, e tem planos de inaugurar flagships nas capitais francesa e inglesa até o início de 2023. A meta é faturar 3 bilhões de reais nos EUA e na Europa até 2026. “Desejamos ter uma expressão global como moda real, criada por uma grande marca brasileira. Acredito que isso incentivará e abrirá caminho para outras”, diz Kátia.
Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes