Vik Muniz assina linha de revestimentos inspirada em folhas de papel em branco
Vik Muniz fala à ELLE DECOR BRASIL sobre nova coleção para a Portobello, que conta ainda com cobogós.

A atração por folhas em branco, pela textura do papel, além do apreço por materiais de pintura serviram como inspiração para Vik Muniz desenvolver a linha Haptic com a Portobello, composta pelos revestimentos Canvas e Aquarelle. As peças serão lançadas oficialmente nesta segunda (10.03), na Expo Revestir 2025.
“Pensei em superfícies que eu gostei de pegar”, explica o artista à ELLE DECORATION BRASIL. “A pele, por exemplo, da pessoa que você ama, é algo que você gosta de tocar. Menos pessoal seria o papel. Eu tenho quase fetiche por papel de aquarela, material de arte, em geral. Às vezes, eu compro e não uso. Gosto de ficar olhando e pegando. Tenho aquarelas novinhas, que tenho dó de usar. Tenho uma caixa de pastel, por exemplo, a maior da Sennelier (empresa francesa de materiais artísticos), que eu nunca usei. É igual gente que tem guitarra e não toca”.
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Vik Muniz: artista assina linha de revestimentos para a Portobello. Foto: Divulgação / Portobello
Outro aspecto dessas ferramentas que atraem Muniz tem relação com o seu potencial. “Essa ideia daquilo que pode ser, que existe em cada caixa de lápis de cor, cada aquarela, aquilo pode virar uma masterpiece, assim como pode não virar nada”, explica. “O papel pode ser uma coisa incrível da mesma forma que pode resultar em absolutamente coisa nenhuma, uma mancha de café”.
As peças de Haptic têm uma estética quase minimalista, principalmente o revestimento Canvas, disponível nos formatos 120×120 e 120×170, que exalta as diferentes gramaturas do papel. Ele foi feito com uma tonalidade off-white.
Já a superfície Aquarelle, no tamanho 10×20, celebra as paletas clássicas de aquarela e conta com seis cores: branco, verde, amarelo, azul, vermelho e preto. Enquanto o cobogó, de mesmo nome, pode ter interior verde, amarelo ou natural (um tom off-white). “Os cobogós têm essa coisa da luz que refletem, que não é a direta, mas essa luz filtrada, bonita”.
Cobogós Aquarelle, da Portobello. Foto: Divulgação / Portobello
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Com Haptic e suas referências ao papel, luz e tinta, ele estreia no mundo dos revestimentos após dois anos de desenvolvimento da linha com a Portobello.
Aos 63 anos e considerado um dos nomes mais relevantes da arte contemporânea nacional, o paulistano acumula participações em bienais pelo mundo. Teve seu trabalho retratado no documentário Lixo extraordinário, indicado ao Oscar de 2011. Colaborou também para marcas como Perrier-Jouët, Guerlain e Louis Vuitton. No momento, prepara uma mostra panorâmica no Instituto Ricardo Brennand, em Recife, prevista para este ano.
Detalhes dos revestimentos Aquarelle, da Portobello. Foto: Divulgação / Portobello
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“Criar uma superfície que tem essa sensação porosa, permeável e sensorial de uma coisa vegetal, viva, é uma ideia simultaneamente tão simples e muito difícil de ser realizada, pelo fato de ser simples”, reflete Muniz.
Para Eduardo Scoz, gerente de Inovação do Portobello Grupo, a linha parte de elementos que remetem ao papel, como a textura. “Mas essa paixão, essa vontade de tocar, a gente coloca na cerâmica”, disse.
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