Desenhando superfícies

A fim de diminuir o desperdício na moda, a Thear trabalha com tecidos de descarte para criar superfícies trabalhadas.


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Nativo de Goiânia, Theo Alexandre não teve uma trajetória usual. Ainda na faculdade, o estilista se tornou cortador em uma confecção, o que despertou sua curiosidade por resíduos e materiais que muitas vezes paravam no lixo. Em 2015, quando lançou a Thear, não havia outra opção senão fazer algo sustentável. Theo conta que até suas peças pilotos são criadas em bases de tecidos que encontra em fábricas parceiras. “Me apoio nessa matéria prima, mas nunca sei o que vou encontrar. É sempre uma aventura”, diz. Os processos de design de superfícies nasceram dessa vontade de criar uma etiqueta responsável com os problemas do meio ambiente e de diminuir o desperdício a quase zero.

Seu primeiro contato com o mercado do sudeste foi em uma colaboração com a Cajá, marca de Gabriela Cajado para quem criou algumas superfícies modificadas, em 2018. No ano seguinte, a Thear entrava para o line-up oficial da Casa de Criadores com uma coleção sobre vitiligo, repleta de tecidos despigmentados.

Para o próximo evento, Theo trabalhou ao lado de presidiárias da Penitenciária Feminina Consuelo Nasser, para criar tecidos de algodão com teares manuais. Para mostrar ao mundo essas peças, a grife preparou um documentário que conta um pouco das histórias dessas mulheres, humanizando seus processos. “Quando conseguimos mostrar um pouco do que está por trás, a roupa fica mais significativa”, finaliza Alexandre.

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