Viola Davis fala à ELLE Brasil sobre empoderamento, beleza e valor pessoal

Às vésperas de desfilar no Le Défilé da L’Oréal Paris, que abre a Semana de Moda de Paris, Viola Davis fala com exclusividade à ELLE sobre representatividade, beleza e o poder transformador do sentimento de pertencimento.


Viola Davis
Fotos: MAR+VIN



Ícone do cinema e do ativismo, Viola Davis sobe amanhã à passarela do Le Défilé da L’Oréal Paris, que acontece durante a Semana de Moda de Paris, em um evento que já se tornou símbolo de empoderamento e diversidade. A atriz, vencedora do Oscar, do Emmy e do Tony, encara o desfile como um ato político: “Estar ali, lado a lado com mulheres de diferentes origens, idades e corpos, é mais do que moda – é a afirmação de um valor universal”.

Em conversa exclusiva com a ELLE Brasil, ela reflete sobre a importância da representatividade e sobre como a beleza, quando associada ao sentimento de valor pessoal, pode transformar narrativas e mover sociedades. Para Viola, dividir histórias é o caminho para a libertação coletiva, e a mensagem que deseja deixar às novas gerações é clara: cada mulher importa, exatamente como é.

Caminhar no Le Défilé não é apenas sobre moda, mas também sobre visibilidade. O que significa para você estar nessa passarela?

Acho que está no título: Walk Your Worth. Para mim, é como ser lançada de um canhão – um momento de revelação, de se mostrar ao mundo exatamente como se é. É a chance de cada mulher assumir quem realmente é e receber permissão para isso. Nesse sentido, é um desfile de moda com o qual eu realmente me identifico.

IG 11

O show reúne mulheres de diferentes origens. Como você enxerga o papel da diversidade na transformação da beleza e da moda hoje?

A L’Oréal tem a coragem de fazer isso: colocar mulheres diversas no centro. Você precisa se ver representada no mundo. Penso muito na “pequena Viola” e em tantas meninas que estão esperando sua vez de serem lançadas nesse canhão metafórico. Quando elas veem alguém parecido com elas, percebem que também têm essa permissão. É o maior presente que podemos dar a uma criança.

O empoderamento costuma ser visto como algo individual. Como você entende o impacto do coletivo entre mulheres?

A conexão e a partilha de histórias, sem pedir desculpas, são transformadoras. É nesse espaço sagrado entre mulheres que dizemos “eu também”. Isso faz com que ninguém se sinta sozinha. Esse é, para mim, o maior empoderamento.

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A beleza também é política. Qual é a importância de eventos como este para questionar padrões tradicionais?

Quando a beleza se conecta ao sentimento de valor, ela se torna uma força revolucionária. Tudo começa na sensação de não se sentir digno. Mas, quando você se sabe digno, descobre a coragem de ter ideias novas e de mudar narrativas, mesmo em pequena escala. Esse sentimento pode realmente transformar o mundo.

Viola Davis

Que mensagem você espera transmitir às novas gerações ao participar dessa celebração?

A de que elas importam. Exatamente como são. Não precisam ser eu, nem Helen Mirren, nem Kendall Jenner. Só precisam ser elas mesmas. É o que digo sempre à minha filha: ela é o amor da própria vida.

E quando foi a primeira vez que você sentiu que importava?

É uma pergunta difícil, porque estamos sempre sendo desafiadas nesse aspecto. Mas, quando jovem, eu já sentia que importava. Talvez não soubesse colocar em palavras, mas lutava por mim, não me editava. Desde o início, sabia que viveria uma aventura.

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