6 passos para o prazer

CONTEÚDO APRESENTADO POR O BOTICÁRIO

Quando pensamos em desejo sexual, o mais comum é imaginarmos aquele tesão repentino, que toma o corpo de súbito e faz com que tenhamos vontade de explorar nosso corpo imediatamente. Mas a realidade nem sempre é tão quente assim.

“Existe um dual da sexualidade: de um lado, o desejo espontâneo, de quem pensa em sexo com frequência e que gosta de se estimular – algo muito naturalizado como masculino. O segundo, muito ligado às mulheres, é o desejo responsivo, que demora mais para acontecer e que precisa ser nutrido para que cresça. Nenhum dos dois está errado e a gente pode sentir ambos ao longo da vida”, explica a educadora sexual Clariana Leal.

Como já falamos na primeira reportagem desta série, isso não significa que os homens são biologicamente mais sexuais do que as mulheres. Essa é uma questão social: “Eles sempre foram vistos e aceitos como seres sexuais e induzidos a pensar no prazer. Isso não acontece com as mulheres, que passam por uma castração social repleta de mensagens negativas acerca do prazer feminino”, comenta Clariana.

Para nós, a libido é uma construção pela qual, infelizmente, ainda precisamos lutar. “A gente aprende a gozar – não apenas na cama, mas também na vida. Isso pede esforço, dedicação e pode ser desconfortável. É preciso treinar o cérebro para que o corpo possa sentir. Quanto mais a gente acessa o prazer, mais prazer a gente quer ter”, adiciona a expert.

 

 

Para isso, não existe uma receita mágica ou um tutorial que garanta uma transformação total da nossa vida sexual. Existem, porém, exercícios que podem ser adicionados ao nosso dia a dia para construir uma libido mais saudável – de maneira leve e respeitando nossos próprios limites.

Com a ajuda de especialistas, fizemos uma seleção de algumas dessas atividades para que você encontre as que melhor atendem às suas necessidades. Então, vem, relaxa e goza!

Dê o play

Às vezes é preciso preparar o espaço para o desejo, mesmo que o desejo não esteja totalmente ali ainda – claro que sempre de forma 100% consensual e respeitando seus limites.

“Deitar na cama e passar um vibrador pelo pescoço, coxas e mamilos, mesmo que você não esteja morrendo de tesão no momento, vai ajudar a ir acordando o seu corpo. Esse exercício é bom para ver como ele reage a partir desses estímulos”, explica Clariana.

O toque íntimo, feito com calma e paciência, permite que o corpo vá aos poucos se abrindo para novas sensações. Essa é também uma das principais estratégias de Laís Conter, educadora sexual e escritora.

“A pele é o maior órgão do nosso corpo, e temos várias zonas erógenas que não conhecemos. Além do vibrador, que traz uma sensação diferente, você pode também pode usar um lubrificante nos dedos e passá-los pela vulva, sentindo o deslizar, e começando a entender quais são os pontos que mais dão prazer”, comenta a expert.

A mente é quem manda

Cuidar da parte física é importante, mas estimular o mental também é essencial. “É sobre ter uma rotina que seja prazerosa, mas que também trabalhe a mente erótica para que ela se mantenha acesa. Ler ou ouvir contos que trazem esse tipo de conteúdo, por exemplo, é uma forma de trabalhar esse lado”, indica Clariana.

 

Rotina de prazer

Reserve um tempo para o prazer, assim como você reserva tempo para qualquer outra coisa na vida. “Precisamos estar disponíveis para ele, nem que seja uma vez por semana, ou cinco minutos por dia. É importante priorizar isso como um compromisso com você mesma, que acontece no extremo íntimo e que ninguém mais vai acessar. Isso é extremamente precioso”, aconselha Clariana.

Olhe-se

Quanto mais confortável estamos com o nosso corpo, mais fácil é sentirmos prazer. Como vimos na segunda reportagem desta série, nem sempre essa é uma tarefa fácil, mas ela pode ser trabalhada. Um dos exercícios mais comuns para isso é, literalmente, se olhar.

“Pegue um espelhinho e analise sua vulva, notando cada dobrinha Olhe o próprio clitóris e entenda onde está cada parte e como cada uma delas funciona”, orienta Laís.

Nesse sentido, outro exercício proposto pela expert é o do autorretrato. “Com a fotografia, vamos com o tempo entendendo e percebendo nosso corpo de outra forma e sentindo prazer de se ver – de se achar bonita e gostosa”.

 

 

Papo reto

Poucas coisas são tão poderosas quanto conversar com outras mulheres. No caso da sexualidade, a troca é ainda mais poderosa. “Ainda que a gente sinta todas essas coisas em nível íntimo, o prazer nos foi tirado coletivamente”, lembra Clariana. Por isso, ter diálogos abertos com as amigas pode ser a chave para ressignificar certas inseguranças.

Não descarte também o aconselhamento profissional. “Existem casos em que a repressão realmente foi muito e um acompanhamento psicológico pode ser a melhor solução”, aconselha.

Mexa o corpo

“Coloque uma música que você goste muito e dance! Rebolar, principalmente, é muito bom porque mexer a pelve traz muita consciência corporal e movimenta essa energia”, indica Laís.

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