Anderson Birman lança livro que esmiúça sua história à frente da Arezzo

Um dos maiores empresários do País, ele conta detalhes da sua vida pessoal e profissional em publicação lançada nesta sexta-feira (10.11)


Anderson Birman
O empresário Anderson Birman Gui Paganini



Anderson Birman teve seis filhos: Alexandre, Patricia, Allan, André, Augusto e, antes de todos, a Arezzo. A marca, semente da hoje imensa holding Arezzo&Co, nasceu meio que por acaso, num golpe de sorte e tino. Ao lado do irmão, Jefferson, decidiu que teria um negócio e conquistaria a independência financeira.

“Cresci ouvindo meu pai contar que todo judeu deveria ter um ofício. Podia ser sapateiro, joalheiro, livreiro ou outra profissão provavelmente terminada em “eiro”, com a qual certamente encontraria trabalho em qualquer lugar do mundo, visto que era uma época em que se vivia com a perspectiva de guerra. Então, desde muito cedo, ele, eu e meu irmão mais velho procurávamos algum negócio que também fosse um ofício, em Belo Horizonte, onde vivíamos”, conta no livro A cada passo, que ganha lançamento hoje (10.11), na Livraria Travessa e no site da Amazon.

Arezzo

Em 276 páginas escritas por Ariane Abdallah e com projeto gráfico de Giovanni Bianco, Anderson Birman, um dos maiores empresários do País diz como começou a Arezzo, em 1973, na garagem da casa dos pais, depois de ter tentado a sorte como vendedor de uma corretora de fundos de investimento, trabalhar na área de dedetização e montar uma fábrica de papel – que flopou por conta da falta da matéria-prima, durante a crise do papel, no comecinho da década de 1970.

O começo do sucesso: Anderson Birman vira sapateiro

Vaidosos, os irmãos gostavam de andar na estica. E foi assim, pelo estilo elegante de se vestir, que Jefferson encontrou um sapato pelo caminho e deu os primeiros passos acompanhado pelo irmão. “Eram populares nessa época as “festinhas de final de semana” em Belo Horizonte. Nos preparávamos para a ocasião com roupas e acessórios comprados nas capitais paulista e fluminense. Certa vez, meu irmão comprou um sapato em São Paulo e foi com ele a um bar mineiro”, narra Birman no livro.

Anderson Birman

Anderson Birman, que hoje faz parte do conselho da Arezzo Gui Paganini

Começou aí a maré de sorte. Jefferson encontrou um fabricante de calçados, que gostou tanto do modelo, que pediu ao mineiro para copiá-lo – numa época sem internet e com o Brasil fechado para produtos estrangeiros.

Resultado: começou a frequentar a tal fábrica e o gerente do lugar, sorrateiramente, propôs uma sociedade. Ao lado dele e de Anderson, montou uma fábrica de sapatos, e o resto virou história. Ou case de mercado.

“Não nasci sapateiro, mas me tornei um com muito trabalho e dedicação. Se alguém perguntar para o meu filho Alexandre, que hoje dirige os negócios, “O que você é?”, ele vai responder: “Eu sou sapateiro”. Eu também. A única coisa que sei fazer na vida é sapato. E isso tem sido bastante coisa nas últimas cinco décadas. O suficiente para construir, modernizar e vislumbrar planos de longuíssimo prazo para a empresa que se tornou a líder do setor no Brasil.

Anderson Birman rumo a 2154

Embora conte trechos da vida, incluindo a dificuldade em perder peso, o bullying na escola e o microinfarto decorrente da má qualidade de vida – especialmente nos capítulos finais –, é inegável que o livro é uma espécie de bula para os negócios.

Ao longo das páginas, Anderson Birman divide seu percurso como empresário, as dificuldades de manter uma empresa no Brasil ao longo de diferentes governos e planos econômicos, modelos de franquia e dá até dicas de como fazer um cliente feliz.

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Nascido em 1954, ele enxergou o gol-mor da Arezzo 50 anos depois, em 2004, durante uma palestra do indiano Ram Charam, um dos consultores de negócios mais requisitados do mundo – foi quando ele descobriu que pouquíssimas empresas no mundo existem há mais de 150 anos e mirou na longevidade da marca além da sua, o que se transformou em um mantra dentro e fora da empresa.

“Só chegaremos a 2154 se continuarmos fazendo nossos clientes satisfeitos.”

Ao que tudo indica, tem dado certo. Hoje, sob direção de Alexandre Birman, o grupo detém outras 13 marcas – Anacapri, Schutz, Alexandre Birman, Alme, Brizza, Carol Bassi, Reserva, Oficina, Simples, BAW, Vicenza, Paris Texas e TROC – e não dá nenhum sinal de que essa história vai terminar tão cedo.

SERVIÇO:

A cada passo (R$ 69,90) – lançamento 10.11, às 17h, na livraria Travessa do shopping Iguatemi.
Todo valor da venda será revertido à Casa Transitória.

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