Paris Fashion Week: Courrèges inverno 2024

Com um simples detalhe, Nicolas Di Felice transformou uma coleção aparentemente simples da Courrèges em uma roupa ultrasexy. Desde que assumiu o posto de diretor criativo, em 2021, o belga vem trazendo a marca de volta às discussões mais quentes da moda. Dessa vez, bem quente. É que sob o tema “Em busca de uma emoção”, o bolso foi colocado na parte da frente de calças, saias e vestidos e as modelos andaram com a mão dentro dele, em um gestual mais… hot.

Courrèges, inverno 2024. Foto: Getty Images

Algumas das roupas também colaboraram para esse sentimento: tops minúsculos cobrindo só os mamilos, vestidos super transparentes cobertos com penas finas, muita pele de fora e blusas de frente única. Como ainda estamos falando de inverno, tem também casacos com ombros arredondados, sobretudos, trench coats beges, capuzes justinhos (sim, de novo, a tendência é quente mesmo).

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Olhando com atenção, dá para perceber também que, na maioria das peças, algo parece estranho: as mangas de regatas aparecem na barra, como se estivessem viradas ao contrário, as blusas ganham furos embaixo do braço, as alças estão ou caídas em um ombro só ou despontadas na barra de saias. À primeira vista, são roupas simples, básicas. De perto, algo está fora do lugar.

Courrèges, inverno 2024. Foto: Getty Images

A Courrèges ficou conhecida pela sua moda futurista ainda nos anos 1960. Seus códigos mais clássicos não fazem mais tanto sentido hoje em dia, remetendo mais a uma nostalgia do que acreditávamos ser futuro do que ele de fato se tornou. Por isso, da época, Nicolas Di Felice traz apenas o efeito envernizado, que aparece em calças flare de cintura baixa – com o tal bolso na frente, claro –, casacos e looks totais com botas justas à perna.

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No backstage, o estilista diz que, em um mundo cheio de conflitos, o toque (ou auto-toque) é a solução para tudo. O meio da passarela inflava e desinflava na velocidade da música, em um movimento de respiração até meio ofegante. “De um lado, a necessidade de se proteger, do outro, a vontade de sentir”, explica. “Assim como André Courrèges, trabalho drapeando no torso. Queria a sensação de um toque humano, algo que tranquilizasse e envolvesse.”