Camila Coelho conta tudo sobre sua Elaluz

A marca de beleza da gigante influenciadora brasileira começa com itens considerados essenciais por ela. E vem mais por aí: Camila promete lançamentos mensais e uma vasta gama de produtos que vão de skincare até maquiagem e cabelos.


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Em 2018, Camila Coelho começou a projetar o que, em agosto deste ano, se materializaria na Elaluz: a sua própria marca de produtos de beleza. A influenciadora brasileira radicada nos Estados Unidos não é estranha ao mundo business. No ano passado, ela já havia se lançado como empreendedora com a sua Camila Coelho Collection, uma grife de roupas dirigida pela própria e inspirada em seu estilo pessoal vastamente conhecido e admirado por fãs ao redor do globo. “É muito diferente… Para a gente conseguir aprovar um produto de beleza, tem muito vai e volta, muitos testes. Na moda, as coisas são mais rápidas. Se uma peça não tem um caimento legal, isso se vê imediatamente”, disse em entrevista à ELLE Brasil sobre a experiência de capitanear essas duas frentes no mercado. “Tem um produto de Elaluz, por exemplo, que começamos a desenvolver quando a ideia da marca surgiu e, até hoje, ainda estamos trabalhando nele.”

Quando foi lançada, a Elaluz chegou com uma promessa ambiciosa: lançamentos mensais que vão atingir todos os setores da beleza (maquiagem, cuidados com a pele e cabelos). “Eu tenho aprendido muito nesse processo. Estou muito feliz e animada com isso”, disse a empresária, que decidiu dar início a essa jornada com sua lista de essenciais. “Esses primeiros produtos são aqueles que eu carrego sempre comigo”, conta. São eles: o Lip & Cheek Stain (um lip tint vermelho que também funciona como blush para usar em cima da maquiagem ou diretamente na pele) e o 24K Lip Therapy (um balm hidratante para os lábios que leva ouro, óleo de semente de papaya e açaí em sua composição) – tudo já à venda em gigantes como a Saks Fifth Avenue e a Net-a-porter, além do site oficial da marca que entrega no Brasil, mas tem sua sede em Los Angeles.


De Volta onde tudo COMEÇOU! Conheça ELALUZ!

Apesar de não ainda não estar 100% presente em solo brasileiro, Camila fez questão de que, no processo de desenvolvimento de todos os itens da marca, algum ingrediente daqui fosse contemplado. “O Brasil é muito rico. Queria até que essa nossa iniciativa servisse como exemplo para que outras marcas reconhecessem esse potencial e passassem a usar com mais frequência nossos tesouros naturais.” Elaluz também é limpa, vegana e livre de glúten e de crueldade com animais. Em setembro, ela chega com Beauty Oil (um sérum hidratante que prepara a pele para a maquiagem) e a Beauty Water (que pode ser usada antes ou depois da maquiagem: ajuda na fixação, dando um aspecto radiante à pele). Na sequência, a influenciadora explica tudo o que tem rolado no backstage da marca e quais são os seus planos para o futuro.

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Sérum hidratante e beauty water, os próximos produtos da marca a desembarcar no mercado.Foto Divulgação

É sempre um momento muito importante (e até bastante arriscado) para uma influenciadora digital o de lançar a sua própria marca de produtos de beleza. Por que agora?

Como estamos sempre falando de outras marcas, fazendo resenhas de produtos criados por outras pessoas, a expectativa para quando nós nos lançamos no mercado é sempre muito grande. Mas, esse sempre foi um sonho meu. Quando começamos a pensar em Elaluz, dois anos atrás, eu jamais imaginaria que esse projeto viria ao mundo no meio de uma pandemia, mas estou muito feliz com o que essa marca representa. Elaluz é limpa, é sustentável e tudo nela é pensado para refletir a nossa luz interior. Tem muita responsabilidade envolvida no processo de lançar essa marca em momento tão sensível, mas estou há dois anos pensando em cada detalhe desse projeto e chegou a hora de levar essa mensagem para fora. E, claro, a pandemia atrapalhou, sim. A gente já estava um pouco atrasado para o lançamento, mas, com essa situação, demorou ainda mais para conseguir finalizar tudo com segurança e cumprindo com todos os requisitos de beleza limpa que guiam a nossa produção.

Como vocês pensam sustentabilidade na Elaluz? Como isso se dá na prática?

A gente leva muito a sério. Por isso, inclusive, que demoramos tanto para sair do papel. Desde a nossa embalagem que vai para PR [relações públicas], pelo correio, até as embalagens dos produtos em si: tudo é feito de materiais reciclados. Temos muito o que aprender ainda e, nesse processo, estamos descobrindo muita coisa nova. Fazemos muitos testes, tem muito vai e volta. Às vezes, estamos perto de arrematar um novo produto e, de repente, percebemos que algum dos ingredientes que estávamos usando não era tão legal assim. Volta do começo. O que a gente pretende é desenvolver ideias que outras marcas ainda não descobriram. Queremos estar na dianteira da sustentabilidade ajudando o mercado a conhecer novas maneiras de tornar seus produtos menos nocivos ao meio-ambiente. A nossa meta é essa: mostrar que o sustentável é luxuoso, não perde em performance, não perde em nada.

Como você está incluindo a sua herança cultural brasileira na marca?

De várias maneiras! Isso é fundamental para mim. O Brasil é o país que eu amo, é de onde eu venho, é onde eu me sinto em casa. Então, não tinha como não trazer o país junto comigo na Elaluz. No nosso site e nas nossas embalagens, não raro, você vai encontrar frases e palavras em português, por exemplo. Mas, para além disso, os nossos ingredientes, em sua maioria, celebram a riqueza e a diversidade da flora brasileira. Meu time trabalhou arduamente para descobrir novas propriedades e maneiras de adicionar ingredientes de origem brasileira nas nossas fórmulas. Alguns, eu mesma já conhecia, outros fiquei surpresa em descobrir suas qualidades. Inclusive, já adianto, no final deste ano, teremos um produto à base de jabuticaba! Eu tenho uma história pessoal muito importante com essa fruta e fiquei muito feliz em conseguir usá-la dentro da Elaluz. Acho que, de modo geral, o mercado de beleza ainda não conhece a potência das nossas frutas, da nossa natureza como um todo. Queria mostrar para o mundo todo esse valor inestimável do Brasil. Incentivar todo mundo a também investir nesses ingredientes de modo a fortalecer o nosso país como referência nesse sentido.

Quando você começou no YouTube, suas maquiagens eram mais carregadas, mais intensas. Os primeiros produtos da Elaluz, no entanto, apontam para uma marca que aparenta almejar entrar nessa tendência mais natural que vem despontando nos últimos anos. A Elaluz vai contar com produtos de alta cobertura no futuro? Como você está pensando esse desenvolvimento?

Quando eu comecei, foi exatamente esse estilo de maquiagem bem demarcada que era o meu diferencial. No entanto, com o tempo isso foi mudando aos poucos. Não foi uma coisa que aconteceu da noite para o dia, mas, conforme eu fui ficando mais próxima do mundo da moda, percebi que maquiagem funciona também como um acessório, ela contribui para um todo. Fui amadurecendo nessa ideia e percebi que, talvez, eu não precisasse de tanta maquiagem assim. Fui aprendendo a me amar mais, a me olhar no espelho de manhã e me achar bonita totalmente sem nada no rosto. A Elaluz, então, carrega um pouco dessa mensagem. É uma marca feita para você valorizar a sua luz interior, deixar ela brilhar, e não para te esconder. Porque, no limite, se você não se ama, pode usar a melhor maquiagem do mundo, vestir a roupa mais descolada do momento e, ainda assim, no fim das contas, você vai achar que seu visual está sem graça. Vai ter sempre algo faltando. É com essa confiança, antes de qualquer artifício, com que eu quero trabalhar. Claro, tem dias que eu também quero ficar superbonita e faço uma maquiagem megaglamourosa. Não tem nada de errado nisso. Mas, no dia a dia, não vejo mais essa necessidade. Ou seja, Elaluz vai, sim, ter os produtos bafo, com cor e tudo mais. No entanto, nesse primeiro momento, achei importante reforçar a importância desses essenciais que estão sempre comigo. Que não saem da minha nécessaire, que eu levo em todas as minhas viagens.

Balm labial e lip tint elaluz
Balm labial e lip tint, que pode ser usado nos lábios ou como blush.Foto Divulgação

Recentemente, devido ao cenário político brasileiro, o país vem perdendo a sua antiga fama internacional de hospitaleiro e caloroso. Você teve algum receio de associar a sua marca ao Brasil por causa disso?

Olha, eu sou apaixonada pelo Brasil. Acho que é um país maravilhoso e que a nossa cultura é muito rica. Todo ano, inclusive, levo pessoas de diferentes lugares do mundo para conhecer. Independentemente do que está acontecendo na política, eu não sou capaz de me desassociar do Brasil. Faz parte de mim. Eu levo isso comigo sempre: com todas as pessoas com quem eu converso e para todos os lugares em que vou. Não hesitei em fazer do Brasil uma parte fundamental do DNA da Elaluz. Aliás, o meu sonho, no momento, é que nos próximos anos a gente consiga estar presente de verdade no Brasil. Hoje, estamos disponíveis, fazemos o frete internacional. Mas, eu queria estar fisicamente com a Elaluz por aí. Que todo mundo conseguisse pegar na embalagem e experimentar o produto antes de comprar. É o que eu mais desejo para a marca.

Você já disse que a inclusão e a diversidade são pilares da sua marca. Como isso acontece dentro da empresa e no desenvolvimento dos produtos?

Acho que tudo começa pela equipe. Desde começo, até em Camila Coelho Collection, sempre priorizamos um time multicultural. Ficamos muito felizes ao perceber que, mesmo antes dessa importante movimentação que aconteceu (e continua acontecendo) nos Estados Unidos, de “Black Lives Matter” (“Vidas Pretas Importam”), a gente já tinha profissionais com diferentes etnias na empresa. Isso acontece, inclusive, porque, quando estamos criando um produto, estamos tentando alcançar o máximo possível de pessoas. A gente não é perfeito, óbvio. Ainda temos muito aprender. Mas, não tem nada mais triste do que uma cliente que se apaixona por um produto e não consegue encontrar uma versão dele que funcione para o seu tom de pele. Isso é inadmissível. Então, internamente, ficamos testando tudo mil vezes e em diferentes profissionais, com diferentes tons de pele, texturas de cabelo, etc. Por fim, outro pilar da Elaluz é o fato de estarmos sempre abertos. Queremos ouvir, queremos saber o feedback e, a partir disso, vamos repensar, vamos olhar de novo, vamos fazer mudanças. Nada é estático.

Quem são as suas referências de beleza atualmente?

Quando eu penso nisso, penso de uma maneira muito aberta. Em geral, me ocorrem nomes que não estão necessariamente ligados à beleza. A Diane Von Furstenberg [ícone da moda estadunidense e ex-presidente do Council of Fashion Designers of America], talvez, seja o maior exemplo. Ela aceita a sua idade e se sente bem na pele dela. É uma grande inspiração para mim. Fiquei muito feliz, inclusive, que ficamos mais próximas no ano passado, depois que fomos juntas ao MET Gala. Ela me deu muitos conselhos a respeito da Elaluz e levo todos eles comigo com muito carinho. Quero ser como ela. Outra referência importante para mim é a Jessica Alba [atriz norte-americana fundadora da Honest Company]. Muito antes de beleza limpa ser um assunto amplamente discutido, ela já estava investindo nisso. No universo das influenciadoras, eu não consigo fugir da Huda Kattan [youtuber e empresária iraquiana-americana]. Primeiro, porque tenho uma relação ótima com ela, é uma pessoa que eu amo. Mas, saber que ela começou o império de beleza que ela tem hoje com US$ 5 mil, é bem impressionante. A marca dela é muito diferente da minha, mas isso não me impede de admirá-la profundamente.

Por fim, por que o nome Elaluz?

Eu decidi colocar esse nome porque luz tem uma imagem muito significativa para mim na minha vida com epilepsia. Acreditar na minha própria luz, em um momento em que eu era ainda tão jovem, foi muito importante, impactante para mim. Me mostrou que eu precisava me aceitar, me amar do jeito que eu era para eu poder seguir com a vida. Eu precisei acreditar na minha luz interna. Na luz que eu acredito que todo mundo carrega dentro de si. Dependendo do que a gente passa, do que acontece nas nossas vidas, a gente pode vir a apagar essa luz. Às vezes, outras pessoas apagam ou nos ajudam a apagar. Acho, portanto, fundamental que a gente sempre tenha em mente que é nossa responsabilidade mantê-la acessa. Ela é nossa, é linda, é única e nos transforma. Então, Elaluz é isso. O nome foi inspirado nesse poder, nessa beleza que a nossa luz interior tem e traz.

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