Carolina Dieckmann fala sobre envelhecimento e pressão estética nas redes sociais
A convite do Boticário, Carolina Dieckmann abre o coração sobre os desafios de envelhecer diante do público e rebate as críticas recebidas na internet.
“A idade chega para todas”. Este é o tipo de comentário que Carolina Dieckmann recebeu após publicar uma foto de biquíni no Instagram, insinuando que o corpo da atriz, que completa 46 anos em setembro, não era mais o mesmo. Em resposta ao hate sofrido, ela se uniu ao Boticário na campanha “Seu auge é hoje”, que tem como objetivo mostrar que todos os momentos da vida devem ser celebrados, independente da idade.
Na entrevista a seguir, Carolina Dieckmann fala sobre como encara o próprio envelhecimento e compartilha quais mudanças ainda gostaria de ver na forma como a sociedade enxerga o passar da idade.
Como você encara a pressão estética sobre mulheres maduras, especialmente na mídia e nas redes sociais?
Na verdade, acho que comecei a perceber primeiro que isso acontecia nas redes sociais de outras mulheres que tinham a mesma idade que a minha. Mas no ano passado, quando fiz 45 anos, isso começou a acontecer comigo também. Alguns comentários não eram críticas óbvias e vinham em tom de elogio, como “você está bem para a sua idade, inclusive melhor que muitas mulheres novinhas”, o que eu achava muito estranho. Eu pensava coisas como: “Por que para enaltecer uma mulher, estavam depreciando outras? Por que estar melhor que as ‘novinhas’ significa estar bem?”.
Ao longo da sua trajetória, quais foram os maiores desafios que você enfrentou ao amadurecer na indústria do entretenimento? Como essas experiências moldaram sua visão sobre representatividade?
Acho que ainda não enfrentei nenhum desafio com relação à idade no trabalho – pelo menos, não que eu saiba. Mas acho que toda essa conversa está me preparando para quando isso acontecer. Por isso, acho tão importante que a gente perceba esse movimento e encare-o de maneira madura para que ele não nos machuque. Com certeza, se isso acontecer – e tomara que não aconteça! –, eu vou estar pronta para lidar com a situação.
Foto: Reprodução/@loracarola
Como você acredita que podemos abrir diálogos mais significativos sobre etarismo e promover uma cultura de respeito às diferentes fases da vida?
Acredito que o segredo é falar sobre isso, especialmente em primeira pessoa, abrindo o jogo sobre coisas que acontecem com a gente. Acho que esses relatos de experiências, com mais detalhes, são sempre mais fortes, até para que as pessoas possam se identificar.
De acordo com a pesquisa Eixo, cerca de 73% das mulheres concordam que estão perdendo valor ao envelhecer. Já 82% delas percebem que as marcas não representam de forma positiva as mulheres maduras. Na sua visão, qual é o papel das marcas na promoção de uma representação mais inclusiva e positiva de mulheres 45+?
Quanto mais a gente falar sobre isso, melhor. Acho que as marcas também têm esse papel de colocar o tema na sua comunicação com a com a consumidora. Afinal, na melhor das hipóteses, a idade passa para todo mundo, porque a outra alternativa é morrermos antes de envelhecer. Todo mundo que está amadurecendo, envelhecendo e querendo consumir marcas que falem com a gente e sobre a gente.
Que tipo de mudanças você gostaria de ver na forma como a sociedade encara o envelhecimento?
Acho que já estou vendo. É claro que ainda é pouco, mas está acontecendo. Vejo mais gente concordando com estes nossos pontos do que nos atacando. No último post que eu fiz falando sobre o assunto, foram mais de 13 mil comentários e, honestamente, não li nada que fosse negativo. Acho que isso já é um sinal de amadurecimento da nossa sociedade.
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