Como funciona uma clínica dermatológica vegana?

A dermatologista Monalisa Nunes conta tudo sobre a DermaVegan, espaço dedicado a cuidar de pacientes veganos, vegetarianos e naturalistas.


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Foto: Getty Images



Se você é vegano, provavelmente já viveu a experiência de ir ao consultório dermatológico e sair com uma receita cheia de produtos formulados com ingredientes de origem animal. Foi pensando nisso que a dermatologista Monalisa Nunes idealizou a DermaVegan, primeira clínica multidisciplinar especializada para este público no Brasil, inaugurada em julho deste ano em São Paulo.

A baiana já era figura conhecida nas redes sociais por ser uma porta-voz importante da beleza natural e vegana. “Desde o início da minha carreira, eu quis mostrar como é possível e simples cuidar da pele e do corpo com estes tipos de produtos”, conta em entrevista à ELLE Brasil. Porém, como adepta do veganismo, ela também sentia dificuldade de encontrar médicos que compreendessem suas escolhas. “Este público costuma ser negligenciado no campo da saúde e enfrenta desconhecimento e descaso por parte dos profissionais”.

Cl\u00ednica DermaVegan, da dermatologista Monalisa Nunes

Clínica DermaVegan, da dermatologista Monalisa NunesReprodução: Instagram

Assim, ela concentrou todo o conhecimento que adquiriu no tema ao longo dos anos para a construção de um espaço que pudesse atender essas pessoas. “Inicialmente, eu queria abrir uma clínica só para mim e para uma esteticista. A ideia era ter um spa natural, vegano e orgânico, só com produtos com essa ética”, lembra. Os planos mudaram quando Monalisa percebeu que o grande diferencial seria reunir, em um só lugar, diversos profissionais especializados que trabalhassem em conjunto a partir da mesma linguagem. “Eu acredito na saúde integral. Por isso, temos uma equipe multidisciplinar com dermatologista, nutricionista, nutróloga, ginecologista e psiquiatra, além de profissionais da medicina chinesa e um centro de estética”.

“Fazemos um atendimento mais humanizado e integrativo. Eu busco, sempre que possível, indicar menos medicamentos e produtos convencionais, dando preferência aos naturais”, Monalisa Nunes

Parte deste conceito consiste também em realizar consultas mais longas, em que o paciente é observado como um todo. A proposta é de que todas as queixas sejam resolvidas de forma holística e natural. “Fazemos um atendimento mais humanizado e integrativo. Eu busco, sempre que possível, indicar menos medicamentos e produtos convencionais, dando preferência aos naturais”, explica.

A DermaVegan ainda tem como parte de seu DNA a inclusão e o acolhimento de grupos que são geralmente negligenciados (por vezes até hostilizados) em ambientes médicos. “As ginecologistas são preparadas para atender homens trans. Todas as dermatologistas são especializadas em peles negras. Aqui, pessoas gordas não vão sofrer gordofobia”, promete. O principal objetivo da clínica é que todas as pessoas, inclusive as não veganas, sejam atendidas de forma humanizada. Que a iniciativa sirva de inspiração!

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