Reino Unido proíbe o uso de filtros em propagandas de cosméticos

Nova regra visa previnir o uso indevido da tecnologia para ampliar os efeitos de um produto.


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As autoridades do Reino Unido proibiram usuários do Instagram de usarem filtros em publicações de cunho publicitário. A nova regra quer prevenir que os efeitos realcem exageradamente os resultados do produto que estão sendo divulgados, especialmente no caso de cosméticos para a pele e cabelo. A decisão se aplica a todas as marcas, influenciadores e celebridades do Reino Unido.

A Advertising Standards Authority citou como exemplo dois stories feitos por duas influenciadoras para empresas de bronzeamento artificial que usavam filtros para deixar a pele mais escura. Ao divulgar a decisão, o órgão julgou que os efeitos “exageravam enganosamente o efeito que o produto era capaz de alcançar”.

“Nosso trabalho é apoiar os influenciadores com a orientação e as ferramentas de que precisam para ajudar a colocar seus anúncios da maneira certa”, disseram os responsáveis à BBC. Segundo eles, qualquer conteúdo de beleza filtrado ainda pode ser enganoso, mesmo se o nome do filtro for mencionado na história do Instagram.

Anúncios que violarem as regras serão retirados do ar e proibidos de aparecer novamente, o que prejudicaria a reputação do anunciante e do influenciador, disse o órgão.

“Também estamos trabalhando em estreita colaboração com as plataformas de mídia social que podem e irão fazer cumprir nossas decisões quando um anunciante não quiser ou não puder trabalhar conosco.”

A influencer britânica Sasha Pallari comemorou a notícia: “Eu sinto que o efeito negativo dos filtros sobre os usuários das redes sociais foi finalmente levado a sério. Este é um grande passo na direção certa sobre como os filtros são usados e a forma como os cosméticos são anunciados online”, disse ela à BBC.

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Pallari é conhecida por lutar por mais transparência nas redes sociais. Em julho de 2020, a instagrammer lançou a hashtag #filterdrop, pedindo para ver mais “peles reais” na plataforma. Ela conta que, desde então, recebe mensagens “todos os dias” de mulheres que lutavam para corresponder aos padrões de beleza da vida real que vêem online.

“Agora, posso ajudar a fazer a diferença na maneira como essas mulheres se veem no espelho e isso é incrível”.

Já o modelo e influenciador Rahi Chadda, que tem mais de 900 mil seguidores no Instagram, disse que “concorda totalmente” com a decisão, mas está preocupado com a forma como ela será aplicada.

“Esta decisão é um passo na direção certa”, disse ele, também à BBC. “Mas a logística será uma preocupação para a maioria dos influenciadores, porque qual é a definição de filtro? Estamos falando de iluminação, efeitos especiais, maquiagem antes de promover um produto … dessa forma, a maioria das fotos nas redes sociais será naturalmente filtradas.”

“Eles terão que ser muito mais claros sobre o que entendem por filtro e onde traçamos a linha”, sugere ele.

O uso de filtros tem sido bastante debatido no universo beleza, principalmente porque vem influenciando jovens cada vez mais cedo a procurarem cirurgiões plástico em busca de uma imagem irreal que veem alterada por esses efeitos. Caso você tenha interesse em continuar lendo sobre o assunto, veja nossas reportagens sobre a banalização de cirurgias plásticas e também a específica sobre filtros do Instagram.

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