Você faria a balayage de novo?

Neste período de pandemia em que sair ao sol ficou mais raro, a tendência hit dos anos 2000 está de volta e traz para dentro de casa um pouco do efeito luminoso causado pelo astro rei.


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Não tem muito como escapar, viu? Parece que a balayage deixou de ser aquele cabelo adolescente dos anos 2000, ganhou nova roupagem e está se firmando como um novo clássico dos salões de cabeleireiro ao redor do mundo. Antes da quarentena, suspeitava-se de que a própria duquesa de Cambridge Kate Middleton tivesse adotado a coloração. O icônico brasileiro Celso Kamura garante que o movimento é global. “Estive na Austrália no ano passado e todo mundo lá queria conhecer a ‘brazillian balayage'”, relembra o profissional que cuida das madeixas da modelo Izabel Goulart, uma das mais copiadas quando se fala dessa técnica francesa de iluminação capilar.

Amadeu Marins, também brasileiro, trabalha no histórico salão David Mallett de Paris e conta que toda vez que abre agenda em São Paulo ou no Rio de Janeiro, as clientes vêm sedentas por sua técnica sutil e delicada de balayage. “Acho que, finalmente, o pessoal começou a entender que você não precisa ficar 100% loira toda hora. Esse processo é muito menos agressivo com os fios e pode trazer resultados muito mais elegantes.”

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A balayage trabalha com três tons depois da base natural para um resultado harmônico e delicado.Divulgação: Amadeu Marins (David Mallett)

Pamela Ayala, por sua vez, fundadora do Color Factory, salão do bairro de Pinheiros em São Paulo, que é referência em coloração de cabelos, percebe que a balayage está ficando cada vez mais popular entre as cacheadas. “Para quem tem cabelo mais fino, é uma ótima opção na hora de repaginar o visual porque quase não machuca o cabelo.”

O que é balayage?

“Balayage nada mais é do que a iluminação dos fios feita de uma maneira diferente, com uma técnica à mão livre em que o profissional, usando um pincel de coloração esfuma e pinta os fios onde ele quer trazer pontos de luz”, explica Celso. Tanto que o próprio termo francês “balayage” remete à movimentação das cerdas uma vez que, em português, significa “varrer”. “O efeito precisa ser clean, chic e duradouro. Por isso, usamos, em geral, no máximo três tons depois da cor natural”, adiciona Amadeu.

Pamela, então, sublinha a importância de entender que cada cabelo vai ter um resultado diferente. “Não adianta você chegar no salão querendo a balayage da amiga”, aconselha. “É fundamental que você escolha um profissional responsável que vá te ajudar a entender quais tons funcionam melhor com você”. Do contrário, pode dar adeus ao efeito natural e solar prometido pela técnica. “Por isso não dá para fazer mechas grossas ou próximas da raiz. São estratégias que trabalham contra o que queremos alcançar”, arremata Celso.

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A balayage dá dimensão aos cachos que ganham mais destaque com a técnica.Divulgação: Amadeu Marins (David Mallett)

Balayage democrática

Foi-se o tempo em que balayage era só para cabelo claro, liso e ondulado! Para se estabelecer no hall de colorações mais queridas, ela se democratizou e, por isso mesmo, ficou muito mais interessante e poderosa. “Para trabalhar com diferentes texturas e tonalidades capilares, é preciso respeitar o formato dos fios para gerar essa iluminação de acordo com o corte e o grau de curvatura”, explica Amadeu que já deu workshops da técnica em Lisboa, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

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A versão crespa é uma das preferidas de Amadeu Marins, cabelereiro do icõnico salão parisiense David Mallett.Divulgação: Amadeu Marins (David Mallett)

“Nos crespos e cacheados o efeito fica ainda mais impressionante porque cria luz e sombra entre mechas encaracoladas sem fazer com que os fios percam definição ou brilho”, defende. Pamela avisa que as ruivas também estão entrando na dança. No caso delas, a presença de alguns fios dourados remontam àquele cabelinho de criança bem fino e clareado pelo sol.

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A balayage funciona também para qualquer comprimento de cabelo.Divulgação: Amadeu Marins (David Mallett)

Cuidados essenciais

Mas, fique de olho: não é porque a balayage danifica menos os fios que dá para deixar de cuidar deles depois da coloração. Celso, por exemplo, acredita ser fundamental o uso de produtos profissionais na sequência do procedimento. “Uma máscara de tratamento de reconstrução ou de reposição de matéria e aminoácidos vem muito a calhar”, sugere. “No salão, é necessário estabilizar o pH do cabelo e, a partir disso, fazemos a indicação de um ritual de tratamento para nutrir, hidratar e reconstruir os fios”, diz Amadeu. Evitar a piscina também pode ajudar: “Se for impossível escapar do mergulho, a dica é lambuzar as mechas com óleo capilar antes de entrar e lavar logo depois de sair para o cloro não ficar por muito tempo em contato com o cabelo”, indica Celso.

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