NYFW: Luar, verão 2026

São tempos difíceis para latinoamericanos que moram nos Estados Unidos. Caso você não tenha acompanhado as últimas notícias, o presidente Donald Trump está em uma verdadeira cruzada contra os imigrantes que residem, legal ou ilegalmente, no país. Isso se reflete nas passarelas da NYFW e, mais especificamente, da Luar. Na coleção da marca fundada e dirigida por Raul Lopez, estilista de origem dominicana, o caos vira festa.

Luar, verão 2026. Foto: Getty Images

Luar, verão 2026. Foto: Getty Images

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“O Carnaval é o lugar onde os mundos convergem: um ato de sobrevivência e celebração, camuflagem e clareza”, escreveu o designer no comunicado oficial. “Nesta coleção, exploro como o corpo se torna arquivo e altar, como as roupas podem canalizar a memória ancestral, enquanto imaginam a liberdade em nossos próprios termos.”

Essa narrativa se materializa em bordados, brilhos, plumas e volumes. Canutilhos formam franjas, flores 3D são sobrepostas a uma espécie de meia-arrastão cortada a laser, enquanto transparências, recortes e estampas que lembram pinceladas de tinta reforçam a atmosfera de excesso. A beleza acompanha: delineados gráficos de glitter, batom preto e unhas de penas azuis ampliam o drama.

Luar, verão 2026. Foto: Getty Images

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A influência de rua, que é a cara da etiqueta, é mais contida, mas ainda está presente: looks jeans escuros, sobretudos de veludo, vestidos colados no corpo e blusões de moletom usados com minissaia fazem contraponto a vibe carnavalesca – será esse o visual oficial do after party?

Curiosamente, este foi o segundo desfile do penúltimo dia da NYFW a ter o Carnaval como inspiração. O primeiro veio da Diotima, de Rachel Scott. Não é coincidência, no entanto, que ambas as etiquetas estejam na lista das mais promissoras da maior semana de moda estadunidense: elas provam que é na diversidade cultural que a indústria encontra sua força.