Paris Fashion Week: Isabel Marant, verão 2026

Na noite desta quinta-feira (02.10), sob os arcos iluminados do Paris Fashion Week em Paris, Isabel Marant apresentou o seu verão 2026 em clima simbólico. O cenário em tons terrosos, que refletia a luz do pôr do sol, antecipava um momento de virada: pela primeira vez, a fundadora não apareceu para agradecer no final. Em seu lugar, Kim Bekker – diretora criativa desde 2021 e parceira de longa data de Isabel – assumiu oficialmente o comando da marca, algo já antecipado pela própria estilista em entrevistas recentes.

Isabel Marant, verão 2026. Getty images

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Bekker participa há anos do processo criativo da casa e vem atualizando seus códigos essenciais: o boho sofisticado, o sexy casual e as silhuetas descontraídas com ecos dos anos 1980. Inspirada em peças de arquivo, ela propõe looks para uma mulher em constante movimento, que segue o sol, é prática, meio boyish, mas ainda feminina.

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Na passarela, essa nômade moderna veste camurça, algodão e linho em tons de areia, branco e verde oliva. Jaquetas com bolsos utilitários, calças cargo e minissaias compõem o uniforme de uma viajante livre, que valoriza o conforto tanto quanto o estilo. O toque artesanal aparece nos crochês abertos, tricôs puídos e rendas delicadas, reforçando o aspecto natural do desfile.

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A sensualidade segue como fio condutor. Tops cropped, vestidos curtíssimos, microshorts e transparências são equilibrados com bombers oversized e parkas amplas, criando um diálogo entre o sexy e o urbano. Nos acessórios, destacam-se as botinhas curtas, as bolsas-saco e os modelos com mantas enroladas nas alças – outro aceno à proposta globe-trotter de Kim. Cintos trançados, colares-amuleto e brincos alongados completam o visual.

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Quando a noite cai, o espírito aventureiro dá lugar à festa em tops de paetês, vestidos metálicos e combinações em preto e prata. Entre o deserto e a pista de dança, há uma sensação de nostalgia. A coleção tem ritmo e coerência, mas falta a faísca pessoal que fazia das criações de Isabel Marant tão únicas.

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Kim Bekker entrega uma imagem convincente, mas ainda em busca da própria assinatura – uma mulher em trânsito, caminhando sob o mesmo sol que um dia iluminou a fundadora.