SPFW N57: Gefferson Vila Nova

“A coleção se chama Jornadas, mas não tem nada a ver com atravessamentos”, avisa Gefferson Vila Nova, assim que é perguntado sobre o que será visto na sua passarela, na manhã deste sábado (13.04), na SPFW N57. A ideia, na verdade, é mais sobre viagens no sentido literal da palavra. Nesta temporada, o estilista baiano imagina um homem em trânsito, sem destino final, que pode estar em uma metrópole, e de lá passar uma temporada no campo até seguir para a praia. Não há nada de muito definitivo na sua moradia, nem no seu momento de vida e até no seu estilo.

Para traduzir a ideia, versatilidade é a palavra-chave. Como já é de costume, Gefferson mantém o algodão como sua base, mas explora o tafetá, o paetê e ainda adiciona o jeans pela primeira vez. A mistura de diferentes tecidos monta um guarda-roupa de essenciais com peças que ficam ótimas das maneiras que foram apresentadas na passarela, mas que também parecem prontas para serem misturadas, compondo mais uma multiplicidade de visuais. A atemporalidade de sua camisaria ajuda bem nesta tarefa.

Gefferson Vila Nova, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Ze Takahashi

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O resultado se torna maior graças aos desenhos exclusivos da ilustradora Gabriela Cruz e aos esforços de styling, propostos pelos também baianos Fagner Bispo e Filipe Dias. Com sambas-canção aparecendo e camisas fechadas até o último botão, alguns dos modelos possuíam câmeras fotográficas nas mãos e outros carregavam livros dentro da bolsa. Os que usavam bonés tinham broches com fotografias de cartões postais de todo o mundo, de Salvador à Londres. A maioria tinha garrafas de água penduradas na cintura e mochilas meio saco nas costas. Nenhum dos rapazes de Gefferson estavam à toa. Todos parecem prontos para, de fato, viver a vida, seja lá onde estiverem.