Bienal de São Paulo revela nomes de artistas participantes da 36ª edição
Os brasileiros Nádia Taquary, Maxwell Alexandre e o projeto Sertão Negro aparecem entre os confirmados.

Foi anunciado nesta quarta (11.06) a lista com 120 artistas e coletivos que terão trabalhos expostos na Bienal de São Paulo, que ocorrerá entre 6 de setembro e 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Ibirapuera.
Em sua 36ª edição, a exposição tem conceito inspirado no poema Da calma e do silêncio, de Conceição Evaristo, com proposta de repensar a humanidade, como informou o camaronês Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, curador geral do evento, em coletiva de imprensa em outubro passado. Ele trabalha ao lado dos cocuradores Alya Sebti, Anna Roberta Goetz, Thiago de Paula Souza e Keyna Eleison.
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Segundo a Fundação Bienal, a seleção de artistas foi inspirada em fluxos migratórios de aves e cita, como exemplo, o gavião-de-cauda-vermelha, que viaja entre as Américas, o pássaro combatente, presente na Ásia central e norte da África, e o trinta-réis-ártico, que faz percursos polares.
“Assim como as aves, também carregamos memórias, experiências e linguagens ao cruzar fronteiras. Migramos não apenas por necessidade, mas como forma de transformação contínua”, informou a instituição em comunicado.
Os artistas participantes também são provenientes de regiões cujas águas e margens acompanham histórias de migração, resistência e convivência, e atuam em campos como performance, vídeo, pintura, instalação e escultura.
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Entre os artistas e coletivos brasileiros confirmados, aparecem nomes de diferentes gerações, como Heitor dos Prazeres, Edival Ramosa e Maria Auxiliadora, e mais contemporâneos, como o da Nádia Taquary, que faz esculturas, instalações e videoinstalações com olhar atual sobre a tradição, herança africana e ancestralidade, e do artista Maxwell Alexandre, responsável pela série de pinturas Novo Poder: passabilidade (2023), que trata da interseção entre identidade e poder, e teve mostra no Sesc Avenida Paulista, em 2024.
Obra Sem título (2021), de Maxwell Alexandre Foto: Thiago Barros / Divulgação
Há também Manauara Clandestina, artista cujo trabalho aborda temas como a identidade travesti e intimidade, e Sertão Negro, projeto fundado em Goiânia pelo artista Dalton Paula e a pesquisadora Ceiça Ferreira, como um espaço cultural para compartilhamento de processos criativos.
Na foto, Cineclube Maria Grampinho, do projeto Sertão Negro. Foto: Ceiça Ferreira / Divulgação
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Nas participações internacionais, aparecem confirmadas obras de artistas como a haitiana Myrlande Constant, a nigeriana Otobong Nkanga, o sul-africano Ernest Cole, a estadunidense Adama Delphine Fawundu e o franco-argelino Kader Attia. Confira aqui a lista completa de participantes.
Obra Unearthed – Twilight (2021), de Otobong Nkanga. Foto: Markus Tretter / Divulgação
Além dos que estarão no Pavilhão da Bienal, a Fundação também anunciou cinco nomes de programação paralela, chamada Afluentes, com curadoria de Benjamin Seroussi e Daniel Blanga Gubbay, que ocorrerá na Casa do Povo, no Bom Retiro. São eles: os brasileiros Boxe Autônomo, Marcelo Evelin e Mexa, e a Dorothée Munyaneza, natural de Ruanda, e o libanês Alexandre Paulikevitch.
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