Por dentro do Maroma, a Belmond Hotel, um mergulho nas paisagens e na cultura da Riviera Maya
Marcada pelo trabalho artesanal mexicano e pela integração com as paisagens naturais, a propriedade consegue unir o luxo de um destino 5 estrelas à imersão na cultura local.
Entre as diversas propriedades que se estendem entre Cancun e Tulum, na Riviera Maya, poucas chamam tanto a atenção quanto Maroma, hotel da luxuosa rede Belmond (a mesma do Copacabana Palace) no destino mexicano. Antes de cruzar seus portões, é preciso adentrar a selva por uma estradinha estreita – onde, se você tiver sorte, pode avisar macacos-aranha. Ao chegar à recepção, já dá para sentir a energia do local: de um lado, imensas árvores e uma fauna diversa; do outro, o mar caribenho.
O hotel passou por uma grande renovação, que durou cerca de sete anos, até reabrir as portas no começo deste mês. O estúdio de arquitetura de interiores britânico Tara Bernerd & Partners foi responsável pelo projeto. “Em essência, queríamos criar algo que fosse sereno sem esforço e que trouxesse a sensação de uma casa chique. Por isso, também nos inspiramos no hacienda style (o estilo das propriedades rurais do México e da Espanha) para criar uma vibração descontraída, quase residencial, em todo o resort e evocar uma sensação de conexão, unidade e fluxo entre os ambientes”, conta a arquiteta Tara Bernerd.
Essa integração é facilmente sentida ao caminhar pela propriedade. Além de não existir uma divisão óbvia entre as áreas internas e externas, parece que todos os espaços se conectam naturalmente uns aos outros. E mais: a conexão existe igualmente com o cenário natural ao redor: “Sempre que possível, garantimos que a vista (das paisagens) fosse mantida, para que fosse possível continuar enxergando além”, explica Tara.
A reforma também tinha como objetivo criar uma integração entre o hotel e a cultura local e suas tradições. Por isso, a própria península Yucatán, onde está situada a Riviera Maya, serviu de inspiração para o projeto. Mesmo estando dentro do propriedade, não existe aquela sensação generalista de que você poderia estar em qualquer outro lugar do mundo, ou ainda a impressão de estar em um espaço temático baseado em clichês e estereótipos. A imersão na cultura mexicana é genuína e acontece através dos detalhes presentes em cada um dos ambientes.
As construções, feitas em estuque branco, foram baseadas na geometria maia. Cerca de 80% dos objetos e decorações encontrados na propriedade foram produzidos por artesãos mexicanos de diferentes regiões do país: a maioria dos móveis e itens de iluminação vem de Guadalajara, as cerâmicas são feitas com a tradicional técnica talavera, em Puebla, e os têxteis foram tecidos à mão em Chiapas e Oaxaca.
O trabalho manual, aliás, também faz parte da identidade do Maroma. Os 700 mil azulejos terracota, de José Noé Suro, usados nos quartos, foram pintados um a um. As três piscinas do hotel foram revestidas com porcelanas feitas à mão a partir de pedras vulcânicas (no tom exato das águas límpidas dos famosos cenotes mexicanos). Aproximadamente 80% dos móveis, desenhados por Alberto Alfaro Joffroy, também foram esculpidos manualmente. Esse mesmo tipo de produção está presente na tapeçaria, nos itens de mesa (como copos e pratos) e até nos uniformes usados pelos funcionários.
Todo esse trabalho faz com que o Maroma ofereça a experiência luxuosa de um hotel 5 estrelas em um local paradisíaco, mas não perca as características que tornam o destino tão especial – para além da beleza natural, ele oferece também um mergulho na cultura e na história local.
Diárias a partir de US$ 1.095. Reservas no site do Maroma, a Belmond Hotel.
A repórter Bárbara Rossi viajou ao México a convite da Belmond.
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