Não há limites para Ellie Goldstein

A jovem modelo britânica é a primeira top model global com síndrome de Down. Queridinha da Gucci, ela avisa em entrevista à ELLE Brasil que está só começando.

“Eu quero ser capa da ELLE e de todas as revistas de moda!”, diz Ellie Goldstein, 100% sincerona. “Quero representar as pessoas com deficiência ao redor do mundo.” A modelo britânica nasceu em Ilford, no interior da Inglaterra. Com apenas 18 anos, já apareceu no Instagram de beleza da Gucci, que tal? Sobre esse momento nos holofotes, ela diz que espera ter motivado pessoas que, assim como ela, vivem com síndrome de Down: “É para que elas se lembrem de nunca desistirem de seus sonhos!”

Fã da rede social que a fez famosa, Ellie está felicíssima por ter mais e mais seguidores a cada dia. Desde o dia em que conversamos até hoje, ela ganhou quase 10 mil deles. Por lá, a top grava mensagens, publica seus trabalhos mais importantes (tipo assim, o e-commerce de luxo internacional My Theresa é um deles, tá?) e, de vez em quando, até canta. “De qualquer forma, acho que é importante que a moda se conscientize e comece a, realmente, pensar em inclusão e diversidade de verdade. Com compromisso”, reforça.

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Quando o assunto é autoconfiança, Ellie diz que não tem segredo: “Na verdade, sou bem animada principalmente porque sempre soube o que queria”, revela. “Eu estou no palco desde muito cedo. Adoro ser vista”, diz, rindo. Aos 5 anos, era a sua versão atriz e bailarina que falava mais alto. Nas peças da escola, ela fazia questão de ser a protagonista. “Mesmo naquela época, eu já sabia que queria dividir minha energia com o mundo. E, para isso, precisava dar um jeito de ficar famosa.”

Eis que… Rolou! Depois de muito treino de dança e atuação nas aclamadas escolas do Royal Opera House e do Royal Albert Hall, sua mãe, Yvonne, encontrou a Zebedee Management, uma agência totalmente dedicada a pessoas com deficiências visíveis. De acordo com as fundadoras da empresa, as cunhadas Laura Johnson e Zoe Proctor, o intuito é tirar o estigma das PCDs e provar que elas podem, precisam e devem fazer parte do mundo fashion. Há tempos, Zoe já lecionava para crianças com síndrome de Down. Em 2017, ela incorporou os papéis de empresária e booker e decidiu botar a mão na massa para mudar o status da representatividade de pessoas como seus tão queridos alunos.

Desde que a agência foi lançada, milhares de futuras modelos passaram pela Zebedee. O projeto foi um sucesso desde o dia 1, mas o preconceito do mercado de moda ainda é notório. Não raro, marcas recusam o casting dizendo que as modelos “não se encaixam” no público da etiqueta. Evidentemente, o caso de Ellie é um ponto fora da curva. No entanto, a expectativa é de que, em dez anos, esse tipo de pensamento seja via de regra. “E aí, Chanel? Quando vai ser o nosso shooting?”, cobra Ellie.