O que está por trás de cada coisa? Como elas funcionam? Antes de ser jornalista, sou um ser curioso, com alma investigativa. Queria saber, na infância, se as flores eram comestíveis, então as comia. Quero saber hoje onde morrem as borboletas e se os números imaginários existem de verdade – então procuro pelo chão e converso com meu filho, enquanto ele faz mais uma equação com símbolos enigmáticos.
Conto isso porque a edição de abril da ELLE View responde algumas dúvidas de quem, assim como eu, gosta de saber o que, quando, como. Gente que não só acompanha moda, beleza e tendências de comportamento, mas também quer entender o que faz a roda girar. O tal dos bastidores, muitas vezes negligenciados por olhares menos atentos ou pela rotina do corre.
Em Raio-X de um desfile, por exemplo, a repórter Giuliana Mesquita esmiúça por que o desfile da Miu Miu é o mais importante da temporada. Já Pedro Diniz, colaborador frequente da ELLE, revela o que está por trás do quiet luxury e da dança das cadeiras nas grandes maisons de moda – “os últimos meses deixaram às claras o fato de que o controle sobre aquilo que vestimos está mais nas mãos de quem nunca aparece para o tchauzinho no fim do desfile”, escreve em Capital da moda.
Também contamos nesta edição o que está – ou melhor, quem está – por trás do iminente fim da selfie perfeita, aquela com a câmera frontal tipo espelho. Spoiler: tem Z nesse movimento. E os motivos pelos quais a série Quebradinha, do artista Marcelino Melo, é tão relevante para quem vive dentro ou fora dos ambientes periféricos.
Do comportamento para a beleza, a repórter Barbara Rossi abre a caixa de Jo Portalupi e mostra quem e o que inspira a beauty artist brasileira – do cinema aos produtos queridinhos dela. E, na matéria Dança das Prateleiras analisamos o movimento de compra das pequenas marcas de beauté, aquelas cheias de propósito, pelos grandes conglomerados da área. O que motiva essas negociações? O que muda a partir delas?
Tem mais, porque curiosidade também pode ser porta de entrada pra derrubar antigos padrões, coisas tão enraizadas, que são confundidas como certas.
Você já parou para perguntar, por exemplo, por que as pessoas têm que caber numa fôrma para fazer sucesso e por que essa fôrma tem que ser tamanho 38? Letticia Munniz já. Estrela da nossa capa, Lelê não só perguntou, como vem desconstruindo as respostas dadas até então e formulando novas. Confira esse bonito (ainda que nada fácil) percurso em Efeito Letticia.
Pra terminar, questionamento é o que também não falta na matéria da repórter Chames Oliveira, que acabou de entrar na ELLE (viva!) e já se debruçou sobre uma das maiores dúvidas que tem pairado sobre nós ultimamente: será que a representatividade nas passarelas condiz com a realidade? E por que carga-d’água a indústria ainda trata corpos femininos como moda? “É o que acontece quando acham que a publicidade é o principal meio de causar mudanças estruturais na sociedade”, resumiu a jornalista Marie Declercq, em um tuíte que acendeu em nós essa chama e despertou a vontade de tentarmos encontrar algumas respostas. Saiba mais em Os limites da representatividade.
Eu espero que você curta esta ELLE View (não deixe, please, de responder nossa pesquisa), se divirta com algumas das novas seções (alô, Último Emoji <3) e, principalmente, preserve sempre a curiosidade típica das crianças, aqueles primeiros pra que serve isso, o que faz aquilo, como se escreve avião… As perguntas, afinal, podem ser tão ou mais importantes do que as respostas. No mínimo, são um bom começo.
Beijos,
Renata