Se você, assim como eu, era uma criança entre o final dos anos 1990 e o começo de 2000, com certeza assistia Pokémon ou, no mínimo, se lembra do desenho animado, que passava nas manhãs do programa Eliana & Alegria, na Record. O sucesso da produção na época rendeu todo o tipo de produto licenciado, de revista especializada a garrafa de refrigerante temática.
A atração, lançada em 1997 no Japão e exibida por aqui pela primeira vez dois anos depois, segue Ash Ketchum, um garotinho de 10 anos que sai de casa para capturar e treinar diversas criaturas com poderes especiais, lutar contra outros treinadores e conquistar o título de Mestre Pokémon. Tudo isso ao lado do carismático Pikachu, seu primeiro Pokémon, que nunca aceita entrar na Pokébola (uma esfera tecnológica responsável por guardar e carregar os bichinhos de um lado para o outro) e está sempre na mira do trio de vilões da Equipe Rocket.
Foram necessárias mais de 20 temporadas, cerca de 1,3 mil episódios e alguns filmes até que eles finalmente se tornassem campeões mundiais na trama. Com a vitória, o último capítulo protagonizado pela dupla (que nunca envelheceu desde a estreia da série) foi ao ar em março deste ano. Mas a história continua com dois novos personagens protagonistas: os jovens Riko e Roy.
Game, anime e muito dinheiro envolvido
Originalmente, a franquia dos monstrinhos de bolso começou em 27 de fevereiro de 1996, no Japão, com jogos de videogame criados pelo designer Satoshi Tajiri e distribuídos pela Nintendo. A data ficou tão importante para os fãs que, todos os anos, eles celebram o Pokémon Day.
Com a popularização do game, que já vendeu mais de 324 milhões de cópias, a ideia também se espalhou para outras mídias e explodiu no resto do mundo com a estreia do anime (as animações japonesas). E foi graças ao sucesso de Pokémon na TV que outros desenhos produzidos no Japão passaram a ser exportados e ficaram famosos no Ocidente, principalmente nos Estados Unidos e, por consequência, no Brasil.
Vieram também os filmes, que foram sucesso de bilheteria, incluindo Pokémon: Detetive Pikachu (2019), primeiro longa live-action da franquia, estrelado por Ryan Reynolds (Deadpool) e Justice Smith (The voyeurs).
Seu impacto na cultura pop é tão grande que as criaturas já estamparam a capa da revista Time, em 1999, e fizeram aparições em Os Simpsons e South Park, entre outras atrações.
Em 2016, o jogo de mobile Pokémon Go foi baixado mais de 1 bilhão de vezes e fez muita gente sair de casa à procura dos monstrinhos por meio da tecnologia de realidade aumentada.
Não à toa, Pokémon se tornou a franquia mais lucrativa e bem-sucedida de todos os tempos, deixando para trás gigantes do mercado, como Mickey Mouse, Harry Potter, Hello Kitty, Barbie e Star Wars. Segundo o Statista, a marca já arrecadou mais de 100 bilhões de dólares em todo o mundo desde a sua criação.
Balmain, Gucci e Puma
O sucesso de Pokémon acabou influenciando a moda, rendendo colaborações que passaram de peças infantis para lojas de departamento para coleções inteiras assinadas por marcas de luxo. Em 2021, quando a pandemia incentivou a indústria a explorar o universo dos games por meio de desfiles virtuais e roupas feitas para avatar, a parceria entre a The North Face e a Gucci rendeu uma versão digital para o Pokémon Go. No jogo, os usuários podem customizar seus personagens com camisetas, chapéus e mochilas, idênticos aos itens originais.
Já em setembro de 2022, a Balmain lançou uma linha especial inspirada nos personagens do desenho, com suéteres, jaquetas, calças, tops, bolsas e tênis que brincam com o elemento clássicos da grife, o padrão labirinto. “A estética pop brilhante e as criaturas cativantes de Pokémon sempre me atraíram”, contou Olivier Rousteing, diretor criativo da grife. “Hoje, eles me fazem pensar em uma época passada e mais simples, quando todos compartilhamos uma visão colorida de todas as mudanças positivas, que, tínhamos certeza, as inovações digitais tornariam possíveis.”
“A estética pop brilhante e as criaturas cativantes de Pokémon sempre me atraíram”, contou Olivier Rousteing.
Apostar na nostalgia dos jovens adultos também deu certo para outras marcas, como a Puma, que no final do ano passado transformou os bichinhos Pikachu, Bulbasaur, Squirtle e Gengar em uma linha de sneakers, roupas e acessórios. Além das estampas gráficas, os calçados, feitos nas cores dos personagens, oferecem detalhes ocultos na etiqueta da língua, palmilha e calcanhar. Pokémon nunca saiu de moda.
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