A dona do elefante

Tiffany Masterson, fundadora da Drunk Elephant, revela à ELLE View como os seus produtos de skincare, com embalagens coloridas e fórmulas ultraeficazes, conquistaram os nécessaires do mundo todo.

“Honestamente, eu não tinha dinheiro para decorar a minha casa. Usei tudo para investir na minha empresa. Então, de certa forma, decidi fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Criei embalagens coloridas e charmosas, que deixaram as minhas prateleiras lindas”, conta, rindo, a estadunidense Tiffany Masterson, fundadora da Drunk Elephant. Sua marca, conhecida no mundo todo por seu skincare biocompatível e supereficaz, é também famosa por suas embalagens multicoloridas, que dialogam muito especialmente com a GenZ. “Acho que fazemos sucesso porque, acima de qualquer outra coisa, somos uma marca muito genuína. Meu intuito, desde o começo, foi ajudar todo mundo a cuidar da pele de um jeito fácil e inteligente. Sinto que continuamos arranjando cada vez mais novas maneiras de cumprir essa missão.”

tiffany drunk elephant

Fundada em 2012, a Drunk Elephant tem uma filosofia que se baseia na ideia de eliminar de suas fórmulas quaisquer ingredientes que possam agredir a pele. “É claro que não tem nada no mercado que vá realmente fazer mal, que seja nocivo. No entanto, existem alguns elementos que podem atrapalhar a nossa pele na hora de manter um estado de equilíbrio perfeito”, diz. Ela se refere ao que chama de Suspicious 6: óleos essenciais, álcool secante, silicones, fragrâncias e corantes, filtros solares químicos e SLS (lauril sulfato de sódio). “Depois que consegui tirá-los da minha rotina, minha pele se transformou.” 

À ELLE View, ela fala sobre o sucesso global dessa estratégia (Brasil incluído) e revela todos os segredos por trás da nova vitamina C da marca. Confira!

“Meu intuito sempre foi ter fórmulas biocompatíveis dentro dos frascos – porque isso é o que realmente define a Drunk Elephant –, mas queria também que por fora eles passassem uma ideia feliz.”

O que motivou você a criar a Drunk e quais foram os maiores desafios?

Eu comecei vendendo uma barra de limpeza para o rosto. E, no intuito de me conectar melhor com os meus clientes, queria sempre entender as suas rotinas de cuidados com a pele. Queria saber se eles estavam tendo algum problema e, se sim, como estavam lidando com eles. Foi descobrindo mais sobre os outros produtos que utilizavam que consegui traçar um denominador comum entre os problemáticos. Havia certos ingredientes que corroboravam para a irritação da pele. A partir disso, criei a filosofia da Drunk Elephant – a gente não usa nenhum desses ingredientes que eu passei a chamar de Suspicious 6. Desenvolvi a marca porque não encontrava no mercado fórmulas que fossem livres dos seis ao mesmo tempo. Na Drunk, estamos a salvo.

Essa priorização de fórmulas mais limpas foi uma iniciativa da sua marca que catapultou toda uma movimentação do mercado nesse sentido. Como você vê a evolução do debate a respeito de produtos não irritantes no skincare?

De fato, desde 2013, quando surgimos, muitas outras marcas adotaram filosofias parecidas com a nossa. Mas essa é uma boa notícia. No fim das contas, este é o objetivo: levar a indústria a uma circunstância em que todos reconheçam os efeitos danosos desses ingredientes para a pele. De lá para cá, não à toa, crescemos muito e a nossa mensagem se espalhou globalmente. Exemplo disso é a nossa aventura no Brasil. Ficamos muito felizes com o quanto nossos clientes por aí se identificaram com nossa abordagem ao skincare. Fico emocionada em perceber o tamanho do alcance da Drunk Elephant ao redor do mundo. Como pode tanta gente no Brasil, por exemplo, ter pedido tanto para a gente “come to Brazil”, sabe? Depois da nossa entrada, fiquei muito feliz em perceber o reconhecimento da marca pela classe de dermatologistas no país. É sempre muito bom ouvir de um especialista que ele confia no produto que você desenvolveu.

Pensando nesse caráter global da Drunk Elephant, acho que a linguagem visual das embalagens também é algo muito marcante e reconhecido mundo afora. Conta um pouco sobre como foi chegar a esse resultado?

Para ser bem sincera, acho que o meu gosto foi me levando naturalmente até ele. Honestamente, eu não tinha dinheiro para decorar a minha casa. Usei tudo para investir na minha empresa. Então, de certa forma, decidi fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Criei embalagens coloridas e charmosas, que deixaram as minhas prateleiras lindas. Meu intuito sempre foi ter fórmulas biocompatíveis dentro dos frascos – porque isso é o que realmente define a Drunk Elephant –, mas queria também que por fora eles passassem uma ideia feliz e ao mesmo tempo chique, que sinto que representa muito bem aquilo em que eu acredito como styling.

Queria também que você falasse sobre o C-Luma, o novo lançamento da Drunk Elephant. Qual a diferença dessa vitamina C para a C-Firma, que já está no catálogo da marca há algum tempo?

Quando criamos o C-Firma, nosso intuito era chegar a uma fórmula com resultados excepcionais. Por isso, apostamos na vitamina C em seu estado puro: o ácido ascórbico. No entanto, algumas pessoas podem ser sensíveis a esse ativo, especialmente quando ele é usado em uma alta concentração, como a que está presente no C-Firma. Como a gente não usa silicones, ao aplicar esse sérum, você toma diretamente a ação desse ácido, que pode ser um pouco intenso para quem não está acostumado. O C-Luma se diferencia porque usamos dois outros ingredientes – o ascorbil fosfato de sódio e o ascorbil glicosídeo, ambos derivados do ácido ascórbico, mas que se mantêm estáveis em um pH muito mais suave. Então, esse é um sérum para quem não teve boas experiências com a vitamina C, mas quer passar a usá-la no seu dia a dia devido a sua importância como antioxidante no combate aos radicais livres. Ou seja, ele melhora a nossa produção de colágeno, melhora a elasticidade da nossa pele e tudo sem agredi-la. Além disso, com o tempo, ele também ajuda na uniformização de manchas e cicatrizes!

drunk elephant produtos

Recentemente, alguns produtos da Drunk Elephant viralizaram por namorar um pouco com a categoria de maquiagem – uma seara na qual, oficialmente, a marca ainda não adentrou. Existem planos para isso?

Sim, acho que seria muito divertido entrar na maquiagem. A verdade é que, toda vez que aparece um novo produto no mercado de beleza, eu fico pensando em como seria criá-lo levando em conta a filosofia da Drunk Elephant. Vejo minhas filhas, que vivem experimentando coisas novas, e penso: “Nossa, seria legal fazer uma versão Drunk Elephant disso!” Porque, no fim, é isto: outros setores da beleza estão repletos de ingredientes que nem eu nem meus clientes queremos usar. Então, nunca diga nunca. Acho muito divertido pensar nessa possibilidade.

Falando sobre virais, a internet pode ser uma grande ferramenta para alavancar uma marca, ao mesmo tempo que há muita desinformação rolando. Como a Drunk Elephant faz para navegar nesse momento da história, em que a verdade e a ciência nem sempre são respeitadas?

Eu acho que o segredo para sobreviver é continuar sendo quem você é. É ser honesto com o seu cliente, é ser transparente sobre os seus processos. A internet é um monte de barulho. De alguma forma, você consegue amplificar a sua mensagem por lá. Essa é a parte boa da coisa e é uma das razões pelo crescimento tão rápido da Drunk Elephant, por sinal. Ao mesmo tempo, nesse mesmo ambiente, você tem pessoas espalhando desinformação, de propósito ou por simples ignorância. E isso, é claro, pode afetar a sua marca. Acredito que a saída é estabelecer conexões genuínas com o seu cliente. É isso que vai ajudar você a atravessar qualquer tempestade digital.

O que podemos esperar do futuro da Drunk Elephant? Tem algo que você possa nos antecipar?

O que eu posso garantir é que continuaremos a inovar. Pode ter certeza de que tudo o que estamos trazendo é a melhor versão do que tentamos formular. E mais: a gente não tem medo de mexer em produtos que já são um sucesso. Se descobrirmos uma maneira de torná-lo mais eficaz, vamos adicionar o que acharmos importante. A filosofia continua a mesma e, óbvio, estamos abertos a novas e divertidas possibilidades de agregar itens à nossa família de produtos.