A Casa é sua

Collab Isabela Capeto + Ceusa une tecnologia e design afetivo em linha de revestimentos com pegada new vintage.


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CONTEÚDO APRESENTADO POR CEUSA

A estilista Isabela Capeto consolidou sua marca na moda brasileira com um mix de elementos artesanais, estamparia e design cool – tudo fundamentado em uma pesquisa criativa de valorização do design e da arte brasileiros. Seu trabalho sempre foi além das roupas e coleções que vende em seu ateliê e desfila na São Paulo Fashion Week: está em itens tão variados quanto carros, embalagens de café e objetos decorativos. É essa versatilidade turbinada por um universo estético rico e instigante, que ela leva para a sua primeira collab com a grife de revestimentos cerâmicos Ceusa.

Isabela criou três linhas para o trabalho, todas elas conectadas pelo resgate afetivo de expressões de design que vão de uma relíquia de sua avó ao primeiro azulejo da Ceusa, passando pela região do Cariri, no Ceará. A designer falou à ELLE sobre a coleção e sobre as semelhanças entre criar um look e vestir um ambiente: “Minha casa veste uma mistura do Brasil”:

Como surgiu a ideia dessa collab com a Ceusa?

Minha trajetória na moda e no design sempre incluiu o interesse por outros suportes além da roupa, dos acessórios. Até pela minha pesquisa, que sempre passou muito pela questão da estamparia, das texturas. Durante algum tempo, tive minha própria linha de decoração, a Casa Capeto, em que exercitei esse lado de desenhar objetos que conversavam com aquilo que eu expressava nas coleções e nos desfiles. Então, quando a Ceusa me convidou para essa collab, eu sabia que seria uma parceria incrível, que eu poderia oferecer minha visão criativa e levar isso para o universo deles. Uma casa estampada é a minha cara.

Você acha que a casa é uma expressão do estilo dos moradores, assim como uma espécie de look para morar? No seu caso, o que a sua casa veste?

Sim, eu acho que essa ideia faz todo o sentido, tem uma correspondência direta porque é um lugar especial. A gente quer se ver nesse espaço, enxergar nossos gostos, nossas paixões, nosso conforto. E, nossa, a minha casa veste de tudo, veste uma mistura do Brasil. Tenho peças de arte popular, arte moderna, muitas plantas, peças bordadas, desenhos da minha filha, heranças de família, vários tons de madeira misturados, vários tons de couro, tecidos que sobraram das minhas coleções. A mistura não me assusta, pois ela cria movimento, me desafia. Minha sala, por exemplo, é revestida de treliças de algodão que inspiraram um dos revestimentos que eu criei para a Ceusa, chamado exatamente Treliça. Ficou lindo porque eles têm uma tecnologia que permite reproduzir até o veio do tecido no porcelanato. Imagine um ambiente inteiro com essas peças, é superlindo.

E o que mais te inspirou para criar essa coleção?

Fiz uma viagem muito marcante ao sertão do Cariri e lá observei que as pessoas pegavam vários azulejos diferentes e iam juntando. Às vezes peças, mas às vezes pedaços, cacos maiores ou menores, e isso ia formando mosaicos, patchworks, uma coisa linda, muito criativa. Isso inspirou o porcelanato Brasilidade, que tem um mix de azul, terra, off-white e diferentes formas geométricas. Já a linha Isabela tem os revestimentos 10×10 com quatro desenhos que resgatam memórias tanto minhas quanto da Ceusa. Tem a bonequinha da minha marca, uma flor que tirei de um paninho bordado que foi da minha avó e um passarinho lindo do primeiro azulejo feito pela Ceusa. Então tem tecnologia, tem artesanal, tem afetividade. Tem tudo a ver com meu processo criativo.

Seu trabalho sempre teve esse aspecto afetivo. Como você conecta isso a essa tendência do new vintage na decoração?

Acho que o new vintage é isso de você resgatar algo seu, da sua história, do seu país, e botar em evidência com uma roupagem de agora. Nesse sentido, é um resgate afetivo, um processo de dar vida nova a coisas, fazeres, objetos e memórias que têm uma importância especial. Tirar da gaveta mesmo e valorizar.

Que ideias e dicas você daria para usar os revestimentos da coleção?

O legal mesmo é que se pode misturar todos os itens. Botar um no piso, outro numa parede inteira ou misturar em uma única parede. Nossa, imagino de tudo, uma cozinha ou uma varanda toda de Treliça por exemplo. Vai na sala, em um banheiro descolado. Fico imaginando por exemplo um restaurante todo estampado. Ficaria lindo. Todas as cores conversam, dá para montar vários tipos de projeto. É uma questão de testar e também de se abrir para as misturas. Tem gente que passa a vida se vestindo de um jeito só, até que um dia tenta algo diferente e fica surpresa com o resultado, com a mudança, se redescobre. Com a casa é a mesma coisa.

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