Dúvidas comuns de quem já avançou nos investimentos

A jornada investidora parece trazer um aspecto viciante: o consumo de informação, que cresce quase na mesma medida que o dinheiro vai rendendo.


qmF9nU8Y origin 44



CONTEÚDO APRESENTADO POR BTG PACTUAL

Quando a economista Sandra Blanco começou a falar sobre finanças para mulheres em meados da década de 90, num círculo de mulheres que se formou a partir de suas conexões pessoais, não eram muitas as que se interessavam por investimentos e, muito menos, por informações sobre dinheiro. Insistente, em 1999 ela resolveu reunir experiências – inclusive uma vivência em um fundo internacional – em um livro e um blog. Também nessa época, quando a internet “era mato”, sobretudo para assuntos áridos, foi pioneira em desenvolver um conteúdo palatável para meninas, por assim dizer.

Passados 11 anos, muita coisa mudou. São muitas as mulheres que falam de dinheiro para mulheres. Um sinal da maior adesão delas ao mundo dos investimentos? Pode ser, claro. Como já contamos em matérias anteriores, o número de brasileiras na bolsa de valores, por exemplo, cresceu bastante. Entre 2015 e 2019, elas passaram de 138 mil em dezembro de 2014, para 388 mil no fim de 2019. Mas é característica do comportamento investidor, tanto de mulheres quanto de homens, a crescente sede por conhecimento, por entender tudo e mais um pouco, no ritmo em que o dinheiro vai rendendo e ficamos mais confiantes.

O começo, como já contamos, é recomendado sempre a partir da reserva de emergência. Mas e depois? E se tenho que usar a reserva? Ok, não é seu caso, você já nada de braçadas nas aplicações em renda fixa e no tesouro. É hora então de comprar bitcoin? Afinal, só se fala disso! Sim, são muitas as perguntas. Para ajudar, reunimos e esclarecemos algumas das mais comuns e atuais:

Reserva pronta, sobraram 5 mil para investir. E aí?

Investimentos podem ser mais bem sucedidos se direcionados a um objetivo. Quem dá a dica é Gabriela Vicentini, diretora associada do BTG Pactual. Para ela, definir metas financeiras, aquilo que você deseja conquistar através de suas reservas e lucros ajudará a identificar se e quanto risco você está disposta a correr. “Os objetivos podem ser definidos a partir de questionamentos como: faço questão de ter o montante disponível a qualquer momento? Aceito correr risco? Lembrando que suas metas podem ser de curto, médio e longo prazo”, explica a executiva.

Com essas respostas em mente, seja qual for o valor inicial da aplicação, haverá mais clareza para as decisões seguintes, relacionadas a prazo, liquidez (facilidade de converter seus investimentos em dinheiro em conta) e classificação do risco, para então escolher um produto financeiro. “Um ponto importante aqui é lembrar que existe uma relação proporcional entre risco e retorno. Investimentos de curto prazo normalmente trazem retornos mais baixos e são mais conservadores, enquanto os de longo prazo rendem mais por estarem mais atrelados ao risco”, lembra Gabriela.

Toda a mulherada indo para a bolsa. Pego esse caminho também?

Difícil saber a hora que seu relógio de aplicações apontará para a diversificação. Mas o momento indicado de ir para bolsa, de se investir em renda variável, é aquele em que você se sente segura para embarcar em um ambiente mais arriscado e volátil. “É preciso estar preparada para enfrentar as oscilações no dinheiro. E isso independe do valor para se começar, pois, aqui, a dica é se atentar para o custo que incide sobre o capital aplicado”, ensina Gabriela.

Ela alerta que o custo da operação deve ser de no máximo 0,5% do total do investimento para que o lucro não seja consumido. “Um valor recomendado pelas corretoras para iniciantes é um primeiro aporte de 5 mil reais, que possibilita uma boa relação risco X retorno. Aliás, é fundamental escolher uma corretora séria e confiável, que seja autorizada pela CVM a atuar no mercado de capitais”.

Moeda digital é o futuro. Como faz para comprar já?

Ativos relativamente recentes, as moedas digitais funcionam numa dinâmica bem particular e sofisticada, pois ainda não são propriamente reguladas pelos bancos centrais. Logo, para investimentos seguros nessa classe de ativos, é mandatório que seja feito através de corretoras. “Hoje, essas instituições possuem fundos de criptomoedas que possibilitam a compra de cotas desses fundos por valores acessíveis ou até mesmo os chamados ETFs de criptoativos”, explica Gabriela.

Os ETFs (exchange-traded fund) nada mais são que uma espécie de cesta composta pelas principais moedas deste segmento, que assim permitem diversificar o dinheiro como se ele fosse aportado na compra de um único ativo. Com vantagens adicionais: além de terem valores bem acessíveis, ainda possuem maior liquidez comparado a investimentos diretos em uma única criptomoeda.

Deu ruim, lá se foi a reserva. Recomeçar sacando o investimento?

Se os investimentos forem de longo prazo, resista à tentação e só resgate se efetivamente tiver necessidade. “Isto porque você abrirá mão de rendimentos mais vantajosos para alocar onde se tem um retorno muito baixo”, explica a diretora. É preciso recomeçar a reserva. Mas o indicado é focar na gestão dos gastos para que sobre dinheiro para guardar e, assim, retomar o colchão financeiro que poderá te salvar em um próximo imprevisto.

Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes