Especial Montblanc: você é o que te move?

Ana Paula Padrão, Joice Berth e Karen Jonz contam como equilíbrio, bom humor e generosidade consigo mesmas contribuem para uma jornada bem-sucedida


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CONTEÚDO APRESENTADO POR MONTBLANC

Em sua obra A arte da vida, o filósofo e sociólogo Zygmunt Bauman escreveu sobre como alguns estudiosos indicam que cerca da metade dos bens cruciais para a felicidade humana não tem preço de mercado nem pode ser adquirida em lojas, qualquer que seja a condição em termos de dinheiro e crédito. Publicado em 2008, o livro trouxe um spoiler do que se confirmaria definitivamente ao longo da década seguinte: o peso do propósito e das questões maiores que nos movem atualizou as definições de sucesso, realização e tudo que parece estar ligado intimamente à sensação de felicidade, e vice-versa.

Como na vida, esse novo lifestyle reverbera nos negócios e nas relações profissionais. E nos convida a uma trajetória conjunta, embora muito individual, em relação ao que estamos buscando. A Montblanc não somente entendeu como estendeu a todos esse convite em sua campanha global “What Moves You, Makes You” (Você É o que Te Move). De acordo com a maison, a ideia é encorajar as pessoas a se desafiar e quebrar barreiras, pois todos podem deixar sua própria marca.

O que te faz levantar todos os dias?

Um recente estudo da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, apontou que aqueles com maior senso de propósito sentem menos solidão e fazem escolhas de vida melhores. Pois bem, no último ano e meio, de certa forma sobraram tempo e estímulos para pensarmos e repensarmos nossas decisões. Isso significa que talvez tenhamos mais clareza das razões que nos fazem levantar da cama todos os dias? Daquilo que nos move e priorizamos? Essas foram as reflexões propostas pela ELLE em um bate-papo virtual com o apoio da Montblanc, que teve a participação de Ana Paula Padrão, jornalista e apresentadora, Joice Berth, arquiteta, escritora e colunista da ELLE, e Karen Jonz, skatista tetracampeã mundial e comentarista esportiva, com mediação de Day Bernardino, community manager da ELLE.

Na conversa, Karen Jonz lembrou a importância de ter clareza sobre nossos limites e valores. “Muitas vezes, insistimos em algo por acreditar que o sucesso é o que está lá fora. Mas tem hora que é preciso desistir e entender que o que você precisa está dentro de si”, refletiu a atleta. Ana Paula destacou a importância de compreender que cada fase da vida é parte de uma trajetória, e não um destino final. “Muitas vezes, o mais importante não é o que você faz todos os dias. Haverá tempo para tudo e é preciso aproveitar até as paradas, olhando para o caminho com uma lente macro”, disse a apresentadora. Para Joice, é fundamental, antes de tudo, que as mulheres estabeleçam uma relação de generosidade com elas mesmas. “Bato sempre na tecla da autoestima, pois nada é mais perigoso do que alguém que não está bem consigo mesmo. Cuidar de você mesma, se respeitando, vai pautar a relação que terá com as pessoas e com o mundo.”

A seguir, você confere os melhores momentos dessa conversa, disponível na íntegra em nosso perfil no Instagram.

1. Ressignificar o sucesso

Ana Paula Padrão: Acredito que o sucesso é medido de forma diferente a cada momento da vida. Hoje tenho uma definição muito mais filosófica, ligada a uma vida mais simples, cercada de boas relações, comida boa, paz, tranquilidade, valores mais essenciais por assim dizer. Já tive outras definições, mas hoje é essa. Claro, entendo que falo isso de um lugar de muito privilégio. E que é difícil falar de sucesso assim, em um país como o Brasil, onde ele sempre foi mostrado de um jeito mesquinho, bastante associado a bens materiais, porque só eles conseguiriam incluir você socialmente em algum lugar.

Joice Berth: Creio que o sucesso se mede nas coisas subjetivas, e não nas objetivas. É conseguir viver dentro de suas regras em um mundo que te puxa o tempo todo para regras sufocantes, limitantes, que te impedem de achar beleza e satisfação nas coisas mais tolas. Como assistir uma partida de basquete ou um filme com o filho, e outras coisas que, nesses tempos de pandemia, eu me permiti ao conseguir me desligar um pouco do mundo e do que eu não poderia resolver sozinha. Ele também não está relacionado a ter sempre grandes conquistas para ser validada nas redes sociais, por exemplo. Sinto que tenho sucesso porque sou uma pessoa alegre. Não feliz, mas alegre e vitoriosa porque consegui romper com uma história de sofrimento dentro da minha família, com os padrões das mulheres da minha família.

Karen Jonz: Concordo que ele é algo que depende muito do momento, mas também do autoconhecimento, de saber o que faz a gente feliz. O que foi sucesso para mim há uma década não é o que preciso sempre. Acho que nos observar, identificar nossas metas e chegar a elas é ter algum tipo de sucesso.

2. Vida profissional X Vida pessoal

KJ: Bem, eu vivi um momento bem recente, a busca da vaga olímpica, em que precisei optar por minha saúde mental e física. Eu viajava muito, quase não descansava, enfrentei o mal-estar físico. Sem contar meu momento de vida, com uma filha pequena. E não consigo separar, pois minha profissão faz parte do meu corpo, porém andar de skate é meu hobby também. Então, me vi nessa encruzilhada, precisando optar entre cuidar da minha saúde mental ou seguir atrás de uma meta que nem sabia mais qual era, qual a motivação para ir atrás. Não fui às Olimpíadas e aprendi que, às vezes, você abre mão de uma coisa de forma muito dolorida, porque é desafiador admitir que não você não vai dar conta. Mas uma ou novas portas se abrem.

JB: Sou alguém que não sabe desconectar as coisas. Para mim, tudo está ligado, os compartimentos pessoal, profissional e afetivo. Conhecemos os limites, mas eles são, na verdade, materiais. Penso que é preciso tentar vivenciar as coisas de maneira integrada, pois, se você não está bem na profissão, fica meio perturbado no pessoal. Mas às vezes não nos tocamos de que uma crise familiar pode ter a ver com alguma frustração no trabalho. Pessoalmente, busco ser satisfeita com o que tenho, com o que a vida me deu e com o que conquistei. Tudo interligado de alguma forma e tentando estar minimamente em harmonia.

APP: Tendo a concordar com a Joice, pois somos uma pessoa só e precisamos buscar equilíbrio entre tudo o que temos de administrar. Porém tenho consciência de que tive tempo de construir uma carreira por ter uma vida pessoal que eu não encarava com a mesma atenção dada à profissional. Hoje, quando tenho que escolher – e em geral escolho minha vida pessoal –, é preciso lembrar de um aspecto social, que é a questão da economia do cuidado. Mulheres não são obrigadas, não têm predisposição genética ou talento específicos para exercer o cuidado. Essa é uma construção cultural, mas que obriga muitas delas a ficar em casa e ser impedidas de dar uma acelerada profissionalmente. É preciso pensar para além de quem tem escolha antes de debater a cobrança, pois, se não começar a compensar a mulher pelo trabalho que ela faz em casa, aí você a condena a ter que escolher. É um equilíbrio muito mais difícil do que parece.

3. O que te move

JB: A crença na transformação é o que me move, e muito alimentada pelas trocas que o meu trabalho me possibilita. Acho que evoluímos, mas temos muito mais o que evoluir, pois ainda vejo as pessoas batalhando demais para conquistar coisas em sua vida, numa configuração de sociedade que não ajuda. Então, quando posso levar uma palavra de conforto, troco conhecimento. Todas as trocas que faço, consigo fazer porque acredito que o mundo pode ser transformado para melhor, para que todas as mulheres possam evoluir, se expandir.

APP: Penso que o bom humor salva e que, com ele, você vence um tanto de coisas. Mas, intimamente, o que me tira da cama todo dia é o desafio, a necessidade de aprendizados. Eu preciso de coisas novas e isso é a única constante em minha vida. Em tudo, dura para mim o tempo de aprendizado. Preciso acordar e me perguntar: “O que vou aprender hoje?”

KJ: Não importa em que âmbito, sempre estou buscando o equilíbrio na mistura de prazer pessoal, mais evolução e algum descanso. E que seja leve e eu me divirta.

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A campanha “What Moves You, Makes You”

São personalidades donas de histórias autênticas que têm ilustrado a campanha da maison desde o seu lançamento. Como a sul-coreana Peggy Gou, DJ de sucesso, dona de uma gravadora, empreendedora de moda, Mark Maker da Montblanc e alguém movida por paixões desde os 14 anos, quando saiu da Coreia do Sul à revelia dos pais para viver na Europa. A celebrada DJ estudou na London College of Fashion e construiu uma bem-sucedida carreira como stylist e editora de moda.

Atualmente radicada em Berlim, onde passou a viver quando decidiu que era hora de se lançar na cena eletrônica, Peggy declarou acreditar que é preciso sempre estar em busca do que nos faz melhor. “Se você não sente isso, eu acho que você está numa zona segura e deveria encontrar algo que te mova”, afirma ela, que está à frente da marca de moda Kirin. Uma trajetória tão inspiradora quanto a de outros Montblanc Mark Makers, como o ator irlandês Cillian Murphy, o escritor e diretor americano Spike Lee e o ator chinês Chen Kun.

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