MPB Fashion: a moda popular brasileira da Ken-gá Bitchwear

Dupla Lívia Barros e Janaina Azevedo homenageia visual das meninas ultraestilosas dos bailes das periferias.


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No instagram uma garota estilosa pode ser chamada de it-girl, mas na quebrada de São Paulo, a menina que faz moda e deixa todo mundo de cara com o que veste ganha o nome de mandraka. “Toda mandraka é it-girl, mas nem toda it-girl pode ser mandraka”, explica a dupla por trás da Ken-Gá Bitchwear, Lívia Barros e Janaina Azevedo.

Os bailes das periferias e suas frequentadoras ultraestilosas são as inspirações da dupla nesta nova temporada. Se há estilista que curte olhar para o que um designer gringo anda fazendo, Lívia e Janaina estão mais interessadas em “quem compra no torra torra”. E, vale dizer, não se trata de fazer graça com a cultura popular. “A gente acha, de fato, que o popular é fashion, e essa é a coisa mais legal que o Brasil pode mostrar”, afirmam.

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A grande influenciadora desta vez é a @ruivinhademarte, apelido de Anny Bergatin, manauara que viralizou ao dançar no quintal de sua casa o hit “Na ponta do pé”, brega funk escrito pelo sergipano Nadson, o Ferinha. “A gente já era apaixonada por ela, porque ela é a cara da mandraka, e eis que um dia ela surgiu em nosso perfil dizendo que adoraria usar a nossa marca”, conta Janaina. O episódio foi a benção necessária para que as duas mergulhassem por completo na ideia.

Feita com metros de caixas de som e legendas de led, a cultura do paredão inspira o uso de neon nas roupas. “Quando o grave do paredão automotivo sobe, parece uma tempestade em que todo mundo começa a tremer”, explicam. Esse tipo de festa, outra obsessão das duas, promete ser palco para um desfile presencial quando o futuro permitir.

Outro destaque da coleção é o vestido evolução piranhete, batizado de Piranhete 2.0. Inteiro drapeado, suas amarrações podem ser usadas de duas maneiras, ou transpassadas nas laterais ou jogadas para o meio do corpo, cujo efeito é criar um decote máximo e uma abertura sem vergonha nas costas que mostra o bumbum. Além disso, os modelos são dupla face, com lamê de um lado e animal print do outro. Por que não?

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Os xodós da estação são os acessórios. Uma bolsinha para a canela, na qual cabem um celular e um cartão de crédito, é chamada de Kenguinha. E uma bolsa maior, matelassada e que também pode ser usada como estola, ganhou o nome de Versachil, brincadeira com o nome da grife italiana Versace e indicativo do aspecto multiuso da peça.

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Para finalizar o look MPB, de moda popular brasileira, a coleção traz cotoveleiras e joelheiras. Elas foram fabricadas porque “quando tentam derrubar a Mandraka”, explica a dupla, “ela cai macio”.

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