Ressaca ou re… saco?!
O pique para celebrar continua o mesmo, mas o dia seguinte… Quanta diferença! Entenda por que a certa altura da vida uns bons drinques provocam tanto estrago no nosso corpinho.
Algumas pessoas acham que a ressaca fica pior com a idade. O resto tem certeza.
Se aos 20 anos uma boa noitada faz você pensar em parar de beber até a próxima balada, depois dos 50 você tem certeza de que, se beber mais uma vez, a próxima balada vai ser seu funeral.
Mas por que será que antes você bebia, varava a noite, ia direto para o trabalho (mesmo de ressaca) e agora, na maturidade, você bebe, vara a noite (mas por causa de insônia!), não consegue trabalhar direito por dias e ainda acha que aquilo não é só uma ressaca, mas algo grave que nenhum médico descobriu que você tem?
Simples. Estamos envelhecendo. E, apesar de nos sentirmos bem e cheias de vida pela frente, o organismo não é mais tão jovem e nosso corpo acaba acusando o golpe. Resumindo, não é exatamente a ressaca que fica pior. É seu metabolismo que já não dá conta dela do mesmo jeito que antes. E para as mulheres que estão na menopausa, isso ainda é mais complicado por conta da queda do estrogênio que, por si só, já provoca, entre outras coisas, dor de cabeça, um dos sintomas clássicos da ressaca.
Mas, para entender melhor, vamos aos fatos.
Já nos primeiros goles o álcool vai para o estômago e é absorvido e transportado pela corrente sanguínea. Ao chegar ao fígado, ele se transforma, principalmente, em uma substância tóxica chamada acetaldeído. Pensando que você está sendo envenenada, o cérebro dispara mensagens para seu corpo se livrar dessa substância o mais rápido possível. Bom, quando bebemos além da conta, não conseguimos metabolizar essa substância tóxica (sim, aquela que nós mesmos produzimos para acabar com a outra substância tóxica que ingerimos!) e, em pouquíssimo tempo, ela se acumula no organismo atingindo nosso sistema nervoso central. É quando ficamos “bêbados”, ou seja, com aquela sensação de tontura, dificuldade de falar, focar e, às vezes, com falta de memória. E aí, de novo, para as mulheres que estão na menopausa, a coisa se agrava porque a queda do estrogênio também é responsável pela falta de memória nessa fase.
Cuidado. Gatilho de palavras fortes: a situação segue piorando. O álcool inibe a produção de um hormônio antidiurético, que controla a vontade de fazer xixi. Coisa nada agradável de acontecer para muitas mulheres que nessa fase da vida (não só do álcool) já têm algum grau de incontinência urinária por conta do envelhecimento natural e estão com os músculos pélvicos mais fracos, dificultando assim, o famoso “segurar o xixi”. Visualizou? Tá bom, vamos dar uma de Poliana e pensar que a falta de memória que descrevemos anteriormente é algo positivo… Afinal, melhor nem lembrar de uma cena dessas.
Mas além da menopausa ser um agravante para as mulheres, porque a ressaca piora com a idade para todo mundo? Bom, para absorver e metabolizar o álcool, o organismo tem que se esforçar muito e acaba sobrecarregando todos os órgãos envolvidos no processo. O fígado é o que mais sofre, produzindo incansavelmente as enzimas que absorvem o etanol. Só que ele demora a entender que deve parar de trabalhar, então, mesmo quando o álcool do corpo já saiu, ainda existe uma alta concentração dessas enzimas tóxicas no organismo, e seus efeitos prejudiciais, como dor de cabeça, desidratação, enjoo, diarreia e extremo cansaço, acabam sendo potencializados!
Isso sem contar que, mais velhos, começamos a tomar mais medicamentos, suplementos, vitaminas para suprir o que o corpo já não produz mais tão bem sozinho. E como o responsável por metabolizar tudo isso também é o fígado, ele acaba acumulando funções e não consegue dar conta de tantas coisas ao mesmo tempo.
Entusiastas do “mais uma dose, por favor” sabem que forrar o estômago e intercalar a bebida com um copo de água ajuda a minimizar a ressaca, pois assim o fígado tem mais tempo para eliminar as toxinas.
A boa notícia é que se ainda não inventaram um remédio que cura ressaca, existe um que previne que é uma maravilha: o famoso “paracetamal”.
E o melhor, funciona em qualquer idade.
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