12 tendências do verão 2023 para ficar de olho

A próxima estação promete vir mais sóbria, mas não por isso pacata. Pelo contrário. Com muita pele à mostra, as tendências repensam a relação da roupa com o corpo.


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No que depender das semanas de moda internacionais, o verão 2023 será um tanto sombrio. A sobriedade desfilada nas passarelas de Nova York, Londres, Milão e Paris fez até a gente se questionar se estávamos mesmo acompanhando as propostas para os meses mais quentes do ano. Na cartela de cores, prevalecem tons de preto, cinza, roxo e azuis escuros, com um ou outro ponto de luz mais neutro. Os tecidos também chegam um tanto mais encorpados (ou quase), com destaque para o couro, e os volumes destacam quadris e ombros. O calor aparece metaforicamente por meio de elementos que exploram a relação das roupas com o corpo: rendas, transparências e recortes colocam a pele em evidência.

A seguir, selecionamos as principais novidades e tendências da temporada:

Couro pro verão, por que não?

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Bottega Veneta.Foto: Divulgação

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Versace.Foto: Divulgação

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Chloé.Foto: Divulgação

Quebrando as expectativas do que se pensa de um guarda-roupa tradicional de primavera e, principalmente, de verão, as roupas de couro são uma unanimidade nesta estação. Aparecendo em grande parte dos desfiles – de Chloé à Versace, marcas com o DNA completamente diferentes – o material confere uma carnalidade às roupas, e, por isso, não deixa de ser uma forma de navegar pela sensualidade que continua em alta. Mas nem tudo é assim, como bem mostrou a Bottega Veneta, com suas criações (quase) básicas. É o caso do look de Kate Moss, com regata, camisa xadrez e calças jeans. Acontece que o que parece flanela e denim é, na verdade, couro.

Toda rendada

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Acne Studios.Foto: Divulgação

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Burberry.Foto: Divulgação

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Louis Vuitton.Foto: Divulgação

Com um forte apelo sensual, a renda aparece em produções completas, da cabeça aos pés, ou em detalhes. E quando combinada com slip dresses e camisolas, sua relação com a intimidade fica ainda mais aparente. Uma forma interessante de composição apresentada é utilizá-la quase como um “forro”, em peças que vão por baixo de outras (segundas peles, bodys de manga longa, meia-calças), aparecendo sob transparências, decotes ou recortes. Para as românicas, o tecido todo trabalhado chega junto a babados e laços. Nesses casos, a renda é sempre surpreendida por algum elemento de choque, como o sapato com “travesseiro”, da Acne Studios, e as botas pretas, da Louis Vuitton.

Justíssimos

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Diesel.Foto: Divulgação

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Stella McCartney.Foto: Divulgação

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Poster Girl.Foto: Divulgação

Depois do boom de peças largas e distantes do corpo, silhuetas justas fazem um retorno às passarelas e prometem invadir nossos guarda-roupas. É possível observar esse comeback ajustado desde a alfaiataria, passando pelo esportivo, até o casual e o glamouroso brilhante, quase sempre combinado outros elementos da moda Y2K e dos anos 1990, como cintura baixa, comprimento mini, transparências e tinturas desbotadas.

Nu com a mão no bolso

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Off-White.Foto: Divulgação

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Vivetta.Foto: Divulgação

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Balmain.Foto: Divulgação

A emolduração do corpo não é apresentada somente em roupas justas, mas também em estampas. A tendência, que já havia aparecido em temporadas anteriores, retorna com diferentes interpretações. A Off-White, por exemplo, borda um abdômen definido em blazers e camisetas, enquanto a Balmain brinca com a nudez a partir de pinturas renascentistas. Outras provocações, que lembram o consumidor de que há um corpo por debaixo da vestimenta, são os bordados da Vivetta com mãos que envolvem os mamilos. Free the nipples! Ou quase.

Transparência colorida

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Saint Laurent.Foto: Divulgação

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Prada.Foto: Divulgação

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Miu Miu.Foto: Divulgação

As cores ganham um twist interessante nesta temporada ao aparecerem em tecidos transparentes. De novo, o corpo fica em foco, e não só pontualmente, mas por inteiro – ao menos nas passarelas. Prada, Miu Miu, Saint Laurent e Ferragamo são apenas algumas das marcas que apresentam a proposta de looks completos com transparência, seja em peças únicas, seja em combinações. Muitas dessas roupas também se alongam pelo corpo, cobrindo pescoço, braços e pernas. O corpo está coberto, mas não escondido.

Franjas

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Acne Studios.Foto: Divulgação

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Victoria Beckham.Foto: Divulgação

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Bottega Veneta.Foto: Divulgação

Pode anotar: as franjas estão voltando com tudo. Muitas vezes associado a um visual western, em botas ou jaquetas de couro, nesta estação o detalhe aparece para levar um quê de fantasia às composições: compridas, as franjas dão impacto extra ao andar, criando a ilusão de que as roupas têm o seu próprio movimento. No entanto, usadas curtas e amontoadas, se assemelham às plumas, trazendo à tona o glamour característico delas. Mas atenção: além das roupas, elas também aparecem com força nos acessórios, como bolsas e cintos.

Foco no quadril

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Loewe.Foto: Divulgação

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Dior.Foto: Divulgação

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Collina Strada.Foto: Divulgação

Se existe uma parte específica do corpo que ganhou (nova) evidência, esta é o quadril. Algumas peças trazem design inspirado nos costumes da Era Vitoriana, especialmente nas crinolinas que davam volume às saias, ou em vestes medievais. As inspirações aparecem ora de maneira mais nítida, como na Dior, ora com interpretações mais contemporâneas, como na Loewe e na Lanvin, que transformam as bordas tradicionalmente arredondadas da peça em versões retangulares. Já a Collina Strada reverte o sufoco atrelado a tais itens do boudoir feminino com um volume solto e acolchoado.

Força no ombros

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Rick Owens.
Foto: Divulgação

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Issey Miyake,Foto: Divulgação

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Saint Laurent.Foto: Divulgação

Os ombros também não ficam para trás no verão 2023. As ombreiras continuam firmes e fortes, mas assim como o quadril, também ganham novos contornos. Quase sempre triangular, as estruturas são apresentadas agora com volumes pontiagudos, como fez Rick Owens, ou levemente arredondados, com as mangas acompanhando o desenho dos ombros. Os formatos tradicionais, no entanto, não ficam de fora, sendo, inclusive, o grande destaque de alguns desfiles, como o da Saint Laurent.

Recortes improváveis

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Gucci.Foto: Divulgação

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Karoline Vitto.Foto: Divulgação

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Burberry.Foto: Divulgação

Além dos volumes, algumas roupas também ganham recortes menos convencionais. Pense em calças de alfaiataria com coxas à mostra, como fez Alessandro Michele, na Gucci, e em vestidos longos provocantes, que deixam as partes mais íntimas em evidência, como propôs Riccardo Tisci, na Burberry. Há também espaço para aberturas que deixam à mostra partes mais comumente visualizadas, como costas e quadris.

Sobreposições desconstruídas

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Givenchy.Foto: Divulgação

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Courrèges.Foto: Divulgação

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Undercover.Foto: Divulgação

Os recortes também aparecem para sugerir um novo modo de usar ou abotoar jaquetas, casacos e blazers. Zíperes frontais, por exemplo, são substituídos por transversais, que podem permanecer fechados ou ficar abertos para dar um toque de sensualidade ou diferenciação. Os recortes também aparecem nas mangas das sobreposições, ocupando, nesse sentido, um lugar mais estético que funcional.

Roupa ou acessório

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Hermès.Foto: Divulgação

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Courrèges.Foto: Divulgação

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Balenciaga.Foto: Divulgação

E por falar na funcionalidade das sobreposições, ela é colocada à prova em brincadeiras que confundem o olhar. Estamos vendo uma jaqueta jogada sobre a bolsa ou o próprio acessório? No caso, é o acessório mesmo. Mas pode ser o contrário também, como mostrou a Balenciaga: uma bolsa que é carregada por uma jaqueta, ou melhor, pela manga que seria de uma jaqueta.

A calça é cargo

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Fendi.Foto: Divulgação

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Givenchy.Foto: Divulgação

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Isabel Marant.Foto: Divulgação

As peças justas estão voltando, mas as calças cargo não estão indo para lugar algum. Abraçada pelas ruas e já apresentada nas passarelas em outras temporadas, a tendência volta caprichando ainda mais na quantidade de bolsos e, agora, com tecidos e comprimentos variados. Nem a alfaiataria escapa do estilo com influência militar e superpopular no início dos anos 2000.

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