Armani Privé volta às passarelas nesta temporada de alta-costura

Têm sido tópicos recorrentes nesta temporada de inverno 2021 de alta-costura: a presença física, o toque, os materiais, a construção. Marcas que amavam criar mundinhos e narrativas próprias sobre as passarelas, agora, parecem mais técnicas e pragmáticas do que nunca. Meio que chega de firulas, sabe? Parece que a cliente de couture quer roupa boa para todas as ocasiões sociais da qual foi privada nos últimos 16 meses. Não importa o tema da coleção, o cenário ou a história por trás daquilo tudo.

Para Giorgio Armani essa abordagem não é nova. O estilista italiano sempre esteve mais preocupado em mostrar técnica do que criar uma imagem dentro de um enredo com começo, meio e fim. Se muitos dos seus desfiles parecem repetitivos, mais do mesmo, é porque a importância está no avesso da roupa e não só na superfície – e, muitas vezes, isso não é interessante para quem só vê de longe.

Para o inverno 2021 de sua Armani Privé, a linha de alta-costura da marca não é diferente. Estão lá os ternos e elementos da alfaiataria masculina suavizados para o corpo e a silhueta feminina, os caimentos fluídos, as jaquetas de ombros arredondados, os looks monocromáticos, os florais e os tecidos com brilho líquido, tipo mercúrio (no caso, uma organza de seda).

São eles quem roubam a cena nesta coleção. Segundo comunicado da grife, a ideia era reproduzir neles as sete cores do arco-íris. Só que o estilista não parou por aí. Numa das suas coleções mais luminosas e coloridas dos últimos tempos, Armani trabalha com o tecido de maneiras quase inéditas para seu repertório. O aplica em calças de modelagem folgada e comprimento preciso, bem em cima do tornozelo, aplica estampas com efeito liquefeito e os aplica como babados volumosos para looks de tapete vermelho.

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