Camilla de Lucas é a capa da ELLE View

A rainha da sensatez do BBB21 posa para ensaio clicado por Pedro Pinho e fala, em entrevista exclusiva, sobre assuntos que vão de transição capilar a bullying na adolescência.


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Foram 12 horas seguidas de trabalho no estúdio: o ensaio fotográfico com Camilla de Lucas para a nova edição da ELLE View começou às nove da manhã e só foi terminar às 11 da noite. As fotos foram feitas apenas oito dias depois de Camilla sair da casa do BBB21 e, apesar do cansaço, a vice-campeã do reality show manteve o bom humor do início ao fim.

Dois dias antes da maratona com o fotógrafo Pedro Pinho e o time da revista, Camilla conversou com a repórter Ísis Vergílio por videoconferência. Fã de Naomi Campbell na adolescência, ela contou que já quis ser modelo e estava feliz da vida por estrelar a capa da ELLE View. “É um sonho”, disse.

Com a agenda lotada desde que encerrou sua participação no Big Brother Brasil, Camilla contou que ainda não havia conseguido sentar com sua equipe para analisar todas as propostas e mudanças que surgiram durante a estadia na casa mais vigiada do Brasil. Falou sobre a relação com o amigão de reality, João Luiz, relembrou o início da carreira na internet, onde explodiu com dicas de beleza, e de como conseguiu reconstruir sua autoestima, depois dos episódios de bullying que sofreu na adolescência.

A entrevista completa de Camilla de Lucas e as fotos da sessão fotográfica de 12 horas (em que ela simplesmente ar-ra-sou), você confere na edição de maio da ELLE View, a nossa revista digital mensal para assinantes. E, para não matar ninguém de curiosidade, a gente dá aqui uma palhinha dessa conversa com a rainha da sensatez do BBB21. Confira:

Sua bio no Twitter é: “Blogueyra real e digital desinfluencer, criadora de conteúdo”. Explica pra gente?

O “blogueyra real” é porque eu posto e sempre postei tudo da minha vida de forma clara. Nunca foi uma coisa maquiada. O que algumas pessoas na internet tentam esconder do dia a dia, ou que elas acham que pode ser ruim, eu sempre mostrei. Às vezes, estou em casa, com o cabelo todo pro alto, sem maquiagem e de pijama, e eu mostro, não tenho vergonha. Eu acredito que isso aproxima a minha realidade com a de quem me assiste.

Assistindo aos seus vídeos no YouTube encontrei esse “Como fiquei bonita? Zoação na escola”. Você dedica o vídeo aos “haters” da época, incluindo professores. Você poderia nos contar um pouco sobre sua infância?

Eu sou de Nova Iguaçu, nasci em Nova Iguaçu e continuo em Nova Iguaçu. Sempre fui uma criança muito feliz, sabe? Sempre brinquei na rua com a galera. Fui uma criança muito comunicativa, falante. No ensino fundamental, foi muito tranquilo. A minha personalidade começou a mudar, de fato, quando fui pro ensino médio. A escola em que eu estudava ia até a antiga oitava série, que hoje é o nono ano. Completando o ciclo, precisei mudar de escola. Cheguei a uma escola onde eu não conhecia ninguém e ali eu me vi sofrendo bullying. Eu estava entrando numa escola e tinha aquele desespero de fazer amizade. Aquela Camilla do ensino fundamental, que tinha vários amigos e sabia entrar nos espaços, se perdeu. Pra ser sincera, nessa escola, eu só tinha três amigos, que eram pessoas da minha sala que também eram zoadas.

Você consegue dimensionar a relevância de falar sobre a transição capilar em um programa com a audiência do BBB, sobretudo para meninas negras? O momento em que você troca as tranças pelas laces foi muito importante, inédito entre todas as edições.

Olha, eu me desliguei totalmente do que poderia repercutir aqui fora. Juro pra você, de coração, que eu esqueci. Lá dentro, a gente não tem todos os equipamentos para cuidar do cabelo. O meu cabelo, quando eu o uso black, eu seco no secador. Como não teria secador, decidi entrar com a trança. A trança é muito prática. Menina, você sabe! Deita, levanta e você já tá pronta, não precisa ficar penteando. Eu entrei com a trança, mas você sabe que a trança não dura tanto tempo, né? Uma vez que eu cortasse a trança, lá dentro, não teria como colocar mais. Pensando em ficar no programa até maio, eu planejei: “Vou levar a minha lace e, se não der certo, vou ficar com meu black”. Aquele foi um momento muito especial pra mim, mas eu realmente não tinha a dimensão do que poderia causar aqui fora.

E quando o assunto é autoestima?

Eu me tornei uma pessoa mais confiante. Antigamente, eu tinha muita vergonha do meu cabelo, porque era muito julgado. As pessoas zoavam muito cabelo crespo. Hoje, eu estou passando pela transição capilar, estou tirando a química do meu cabelo. Eu usava relaxamento, que é uma química para controlar o volume. O que eu acho engraçado é que eu sempre gostei de cabelo muito cheio. Então, comecei a me questionar: “Tem uma incoerência aí: eu gosto de cabelo cheio, gosto de volume no topo da cabeça, mas tô usando uma química que está abaixando o volume”. Na internet, eu converso com as pessoas que me seguem, eu luto pela liberdade capilar, pela liberdade da mulher usar o cabelo que ela quiser, quando ela quiser. Eu quero que o meu cabelo volte a ficar natural sem química porque, de fato, danifica o cabelo. Então, a minha escolha é deixar o cabelo natural. Mas também quero escolher em determinado dia usar o cabelo liso, porque eu gosto, isso não tem nada a ver com a minha identidade como mulher negra. Essa é uma conversa que eu percebo que as pessoas têm dificuldade de entender.

Para ver o ensaio de moda e ler a entrevista completa com Camilla de Lucas, leia ELLE View de maio.

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