Conheça a chapeleira Cássia Cipriano

Nome por trás do modelo que Giovanna Ewbank usa na ELLE View de agosto, a pernambucana radicada em São Paulo mistura técnicas inglesas com matérias-primas nacionais.


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Cássia Cipriano flerta com a moda desde os 12 anos, mas foi na chapelaria que descobriu sua verdadeira paixão. Nome por trás do modelo preto de aba reta que Giovanna Ewbank usa na capa da edição de agosto da ELLE View, a pernambucana radicada em São Paulo percorreu um longo caminho antes de se lançar no mercado, em 2020, e conquistar outros nomes estrelados, como Adriane Galisteu, Lucy Alves e Péricles.

Filha de uma costureira, ela aprendeu o ofício por meio da observação. “De tanto vê-la costurar, comecei a fazer minhas próprias roupas a partir do que via em editoriais”, diz ela, sobre seu interesse nos processos manuais e na moda em si. Em São Paulo, transitou por diversos setores do varejo, desde gestão, área comercial, compras, visual merchandising, redes sociais até administrativo, a maioria em lojas multimarcas.

A experiência de mais de 15 anos trouxe o conhecimento e a coragem de empreender, mas Cássia não queria ser apenas mais uma marca de roupas. “Precisava ter um diferencial, e como sempre gostei de acessórios de cabeça, especialmente chapéus, pensei que poderia fazer isso.” Foi quando decidiu se especializar, mas não sem alguns obstáculos. Logo de início, percebeu que no Brasil faltavam aulas e interesse no assunto. “Por não haver uma cultura de chapéus, quase não há cursos disponíveis”, explica.

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Por isso, decidiu fazer um mix de capacitações. Aliou técnicas de chapelaria à gestão, empreendedorismo, marketing digital, bordado e pintura. “Tudo para criar esse diferencial e também entender o tipo de produto que iria desenvolver.” Dentre essas frentes, duas se destacaram: uma imersão criativa com o chapeleiro carioca Denis Linhares, com quem descobriu como aproveitar as matérias-primas nacionais, e um estudo com Katia Costa, figurinista na SCAD The University for Creative Careers, em Savannah, na Geórgia, onde aprendeu técnicas da chapelaria inglesa, conhecida como Millinery.

Em 2020, lançou sua chapelaria homônima, unindo a tradição britânica de manufatura – que utiliza, por exemplo, uma fôrma de madeira exclusiva para moldar as peças –, com tecidos brasileiros, entre eles a fibra de algodão e a de juta. “O único material que vem de fora é o feltro de lã, que é muito difícil de encontrar aqui, mas estamos em um país tropical, então preciso trabalhar com materiais leves e delicados”, afirma.

Com uma loja no piso térreo do edifício Copan, compartilhada com o brechó New Division Shop, do amigo Fábio Bechepeche, Cássia oferece 12 modelos de chapéus, como o Fedora e o Canotier, que podem ser adquiridos na pronta entrega ou feitos sob medida. “Criei algumas opções para divulgar, mas as clientes também podem pedir peças exclusivas ou apenas trocar a cor, o tamanho e os adornos.” Os preços variam entre 690 e 790 reais, dependendo da complexidade do pedido. As encomendas levam, em média, 15 dias para serem entregues.

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Apesar de ainda ser um mercado pouco explorado no Brasil, Cássia vê boas oportunidades no horizonte. “No início, as vendas aconteciam somente online e eram voltadas para um pequeno público de clientes fidelizadas”, conta. “Com a loja física, houve um aumento significativo na demanda e um crescimento nos números (de vendas), que aumentaram uma média de 155% em comparação a 2021.”

De olho na boa maré, a chapeleira planeja se mudar para um QG próprio no futuro, onde possa juntar a loja com o ateliê e escritório, num ambiente com cara de galeria de arte. “Assim, as clientes poderão participar mais ativamente do desenvolvimento das peças.” Outras novidades estão reservadas para a próxima temporada, como dobradinhas com as designers Paola Villas e Adriana Degreas, e com o site e multimarcas Gallerist. “Enquanto isso, continuo aperfeiçoando as minhas técnicas, os meus produtos e o atendimento”, finaliza.

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